Criadora do maior drone de pulverização do mundo, anuncia sua IA “Turing” para o agronegócio. Com investimento previsto de R$ 100 milhões, a startup planeja construir uma mega fábrica para produção em larga escala de robôs e drones, elevando a precisão e a eficiência na gestão rural.
O agronegócio brasileiro está prestes a passar por uma revolução tecnológica que pode transformar a forma como lavouras são monitoradas e gerenciadas.
Uma startup nacional, que já havia surpreendido o mercado ao criar o maior drone de pulverização do mundo, agora aposta em uma inteligência artificial que promete ser um verdadeiro divisor de águas para os produtores rurais. E o impacto pode ser ainda maior do que o esperado.
De acordo com o site Globo Rural, a Psyche Aerospace, empresa sediada em São José dos Campos (SP), anunciou a abertura de uma nova rodada de investimentos para financiar sua mais recente inovação: a IA “Turing”, apelidada de “ChatGPT do agro”.
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O objetivo é captar mais de R$ 100 milhões e construir uma fábrica de 100 mil metros quadrados no interior de São Paulo, em local ainda a ser definido entre Campinas, Itupeva ou Cajamar.
Expansão e alta tecnologia
A fábrica, que deve custar entre US$ 40 e US$ 60 milhões, será responsável por produzir em larga escala seis robôs especializados no monitoramento e análise de lavouras.
A empresa já se destacou no setor com o desenvolvimento do Harpia P-71, considerado o maior drone de pulverização agrícola do mundo.
Esse modelo foi financiado por uma rodada de investimentos de R$ 17 milhões realizada em abril de 2024, além de um aporte inicial de R$ 4 milhões em outubro de 2023.
A linha de produtos da Psyche Aerospace inclui:
- Harpia P-71: Drone de pulverização com autonomia de uma hora e capacidade para cobrir 40 hectares por hora;
- Harpia Hexa: Outro modelo de pulverização, otimizado para diferentes tipos de cultura;
- Sabiá: Drone de monitoramento aéreo, focado na análise de lavouras;
- Carcará: Equipamento voltado para detecção de incêndios e ocorrências ambientais no campo;
- Rover Tatu: Robô terrestre especializado em coleta de amostras de solo;
- Rover Golias: Capaz de medir umidade e temperatura do solo com alta precisão.
A nova planta industrial da Psyche Aerospace terá capacidade de produzir três drones Harpia (P-71 ou Hexa), três Sabiás, um Carcará, cinco Rovers Tatu e três Rovers Golias por dia.
Testes avançados e inovação
Os drones da Psyche Aerospace já estão em fase final de testes.
Em 29 de dezembro de 2024, o Harpia P-71 realizou seu primeiro voo 100% autônomo, decolando, cumprindo a rota e pousando automaticamente.
Os testes ocorreram em uma fazenda no Mato Grosso, enquanto os modelos Carcará e Sabiá estão em fase de testes em São José dos Campos. Os Rovers passarão por validação nas próximas semanas.
Inteligência artificial e alta precisão
A grande aposta da Psyche agora é a inteligência artificial Turing, que tem como objetivo integrar dados em tempo real coletados por todos os equipamentos da empresa.
Para desenvolver a tecnologia, o CEO Gabriel Leal, de 24 anos, recrutou o professor Anderson Rocha, coordenador do Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Computação da Unicamp.
Segundo Rocha, o diferencial do Turing está na capacidade de interação direta com os produtores rurais.
“Ele é capaz de se adaptar a cada fazenda, entendendo as necessidades específicas de cada produtor para oferecer soluções personalizadas”, explica.
A tecnologia também se destaca pela precisão das imagens captadas.
Enquanto satélites comuns trabalham com pixels de 40×40 cm, os sensores da Psyche funcionam com pixels de 4×4 cm, oferecendo uma resolução 200 vezes maior.
Isso significa mais acurácia na análise dos dados e tomada de decisões mais eficazes para o agricultor.
Leal compara o Turing ao ChatGPT original, mas destaca um diferencial importante: enquanto a IA da OpenAI se baseia em dados públicos, o Turing combina essas informações com os dados coletados em campo, oferecendo um serviço altamente especializado.
O sistema será gratuito para os produtores e tem lançamento previsto para os próximos seis meses.
O agronegócio brasileiro está prestes a entrar em uma nova era de eficiência e produtividade com essas inovações.
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