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Após anos atrás da China, EUA avançam com tecnologia que extrai lítio com 97% de pureza e em abundância — inovação pode ser o fim da dependência de Pequim

Publicado em 10/04/2025 às 13:19
Extração de lítio, Estados Unidos, Lítio, China, Mineração de Lítio
Imagem ilustrativa. Foto: IA
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EUA descobrem grande reserva de lítio e desafiam domínio da China na corrida global por baterias. Reviravolta pode impactar geopolítica da energia

A dependência dos Estados Unidos em relação à China para o fornecimento de lítio refinado se tornou uma preocupação nacional. Em 2023, mais de 3.400 toneladas do mineral foram importadas pelos EUA, sendo cerca de 60% desse total processado em território chinês.

O dado, divulgado pela Statista, acendeu um alerta em autoridades americanas, que agora buscam alternativas para garantir autonomia no setor de baterias para carros elétricos e energia renovável.

O lítio é um componente essencial em baterias recarregáveis usadas em veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia renovável. Com o aumento da demanda global por soluções de energia limpa, encontrar formas mais eficientes e sustentáveis de extrair esse recurso tornou-se urgente.

Reator eletroquímico promete solução sustentável

Uma nova tecnologia pode representar um divisor de águas nesse cenário. Trata-se do reator eletroquímico, um sistema desenvolvido para extrair lítio diretamente de salmouras naturais — águas salgadas encontradas em ambientes geotérmicos.

Diferente dos métodos tradicionais, que consomem muita energia e apresentam desafios logísticos, o novo sistema oferece uma abordagem mais limpa, econômica e eficiente.

O reator eletroquímico se destaca por usar uma estrutura de três câmaras que melhora o controle sobre o fluxo de íons. No centro do sistema, uma câmara com eletrólito sólido poroso direciona a salmoura e aumenta a seletividade da extração.

Esse controle rigoroso garante maior pureza no produto final, além de prevenir reações químicas indesejadas durante o processo.

Inovações que fazem a diferença

Outro destaque do projeto é a membrana de troca catiônica. Ela impede que íons cloreto atinjam os eletrodos do sistema, evitando a formação de gás cloro tóxico.

Isso não somente torna o processo mais seguro, como também reduz a produção de subprodutos nocivos. O resultado é um sistema mais limpo e mais eficaz para a obtenção de hidróxido de lítio de alta qualidade.

A taxa de pureza alcançada com essa tecnologia chega a 97,5%. Esse nível é crucial para a aplicação do material em baterias modernas. Com maior controle sobre a composição química, os Estados Unidos podem produzir um lítio mais competitivo no mercado internacional.

O papel da membrana LICGC na mineração de lítio

Um dos elementos centrais da nova tecnologia é a membrana LICGC, feita de vidro cerâmico e condutora de íons de lítio. Essa membrana foi projetada para permitir exclusivamente a passagem dos íons desejados, bloqueando outros que comprometam o processo. Com isso, o reator garante maior eficiência e menos contaminação durante a extração.

A aplicação dessa membrana mostrou-se fundamental para atingir as metas de pureza e rendimento no sistema. Ao isolar os íons de lítio, ela ajuda a manter a estabilidade da operação, mesmo quando a salmoura contém diversos outros elementos químicos.

Desafios ainda existem

Apesar dos avanços, o reator eletroquímico ainda enfrenta obstáculos. Um deles é o acúmulo de íons de sódio, que pode dificultar o transporte dos íons de lítio e aumentar o consumo de energia durante a operação. Esse problema pode afetar o desempenho em larga escala.

Pesquisadores envolvidos no projeto já estão trabalhando em soluções. Entre as estratégias estão o ajuste do fluxo de corrente e o uso de revestimentos nas superfícies internas do reator.

Também estão sendo testadas técnicas como pulsação de corrente, que pode melhorar a eficiência do sistema em condições mais adversas.

Perspectivas para o futuro

Mesmo com as limitações atuais, a nova tecnologia representa uma oportunidade real de mudança na forma como o lítio é extraído. A possibilidade de aplicar o reator eletroquímico em diferentes locais com salmouras naturais pode acelerar o acesso a fontes locais do mineral.

Além disso, o avanço pode alterar a dinâmica do mercado global. Com menor dependência da China, os Estados Unidos ganham espaço na cadeia de suprimento internacional, fortalecendo sua posição estratégica na transição energética.

Uma nova fase para a mineração de lítio

A inovação do reator eletroquímico coloca os Estados Unidos em uma posição promissora no setor de extração de lítio. A tecnologia pode servir de modelo para outros países que enfrentam os mesmos desafios de dependência externa e impacto ambiental.

Com o crescimento da demanda por veículos elétricos e energia limpa, o domínio sobre técnicas sustentáveis de extração de lítio se torna cada vez mais valioso. O reator eletroquímico, ao oferecer eficiência, segurança e alto rendimento, pode ser o próximo grande passo nessa direção.

A taxa de pureza alcançada e o uso da membrana LICGC destacam o potencial desse sistema como solução prática para a produção de materiais essenciais à economia verde.

Com informações de Jason Deegan.

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Romário Pereira de Carvalho

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