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Apesar dos perigos extremos, Estreito de Magalhães, localizado na América do Sul, ainda é uma importante rota para economia

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 02/06/2022 às 11:05
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a partir da descoberta do estreito de magalhães que liga os oceanos Atlântico e Pacífico pela América do Sul, o curso da história da humanidade mudou

A rota, formada pelas águas mais perigosas do mundo é labiríntica, com clima hostil, repleta de ilhas e temperaturas baixíssimas

O Estreito de Magalhães, localizado no extremo sul do Chile, aqui na América do Sul, tem o sobrenome de um ousado navegador português que estava determinado em encontrar uma rota mais curta para chegar à Indonésia. O país oriental era uma fonte rica de especiarias, e Portugal desejava ter o controle total do tráfego. Fernão de Magalhães lutou contra os elementos naturais e a opinião pública para descobrir o caminho que permitiria atravessar do Atlântico ao Pacífico de forma mais rápida e assim impulsionar a economia da época.

Magalhães acreditava que ao sul da América do Sul havia uma passagem possível para chegar ao oceano Pacífico. Então, no dia 20 de setembro de 1519, partiu em cinco navios com 250 homens do porto de Sanlúcar de Barrameda, na Espanha, em direção ao Atlântico.

A tripulação enfrentou fortes tempestades, doenças mortais, alucinações, episódios de violência e desistências. Até que em novembro de 1520 encontrou o caminho que seria batizado de Estreito de Magalhães no extremo sul da zona marítima do Chile, embora o próprio capitão português não ter sido um dos 18 sobreviventes da complicada expedição que só retornou à Europa três anos depois da partida.

O fato é que a partir da descoberta do caminho marítimo que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, o curso da história da humanidade mudou. A descoberta e batismo do Estreito de Magalhães completou 500 anos em 2020. Um marco na história da humanidade, pois permitiu o acréscimo de 60% do planeta até então conhecido, confirmando que o mundo é esférico e que existe um só mar. Além disso, surgiu uma nova forma de pensar o comércio, a economia e a geopolítica. Nascia com o conceito de rota global.

Especialista em Geopolítica explica por que no Estreito de Magalhães estão as águas mais perigosas do mundo

Porto no Estreito de Magalhães tem força no setor de turismo

O Estreito de Magalhães tem um mar agitado, clima hostil e repleto de ilhas que torna o caminho labiríntico. São aproximadamente 570 Km (310 milhas náuticas) de comprimento e 2 Km (1,1 milhas náuticas) de largura no seu ponto mais “apertado”. O principal porto da região está situado em Punta Arenas, capital da província chilena de Magalhães, a cerca de 1.420km da Antártida e 3.100km de Santiago, capital do Chile.

A cidade de Punta Arenas é um dos principais hubs de locomoção para os turistas que têm o objetivo de visitar a Patagônia, especialmente o Parque Nacional de Torres del Paine. O município disputa o título de cidade mais austral do planeta.

Antes da abertura do Canal do Panamá, em 1914, o Porto de Punta Arenas era o principal na rota de navegação entre os oceanos Pacífico e Atlântico. Até hoje a principal atividade da economia da cidade é ligada às atividades portuárias.

Do porto de Punta Arenas saem os principais cruzeiros com destino à Antártida, devido à sua localização no mapa. Um dos atrativos principais da cidade é o Museu Naval e Marítimo, onde contém diversos equipamentos e recortes históricos da marinha.

Apesar dos perigos, Estreito de Magalhães é um das principais rotas dos navios que saem do Brasil com destino à China

Brasil e China são parceiros comerciais. Entre as rotas que ligam o nosso continente à Ásia está justamente o Estreito de Magalhães. São 21.989 quilômetros, sendo 49 dias e 11 horas de viagem. Distância e percurso muito longos.

Por isso, existe a proposta do Corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio que vai ligar o porto de Paranaguá, no Paraná, com Antofagasta, no Chile, numa integração multimodal envolvendo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

As principais benefícios com a rota seria reduzir em mais de 3.300 quilômetros o percurso marítimo de cargas da América do Sul destinadas aos continentes asiático e africano, assim barateando o custo logístico em torno de 30%.

O projeto é fruto de uma aliança de atores públicos e privados dos quatro países. No último dia 11 de maio, o Corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio foi apresentado durante o Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável (Films). Essa é uma grande aposta para alavancar a economia na América do Sul.





Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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