A falta de uma boa distribuição dos pontos de abastecimento para carros elétricos tem tornado as vendas no setor mais lentas, especialmente devido à falta de infraestrutura para que se torne realmente acessível. Além disso, o público também parece resistir aos veículos elétricos enquanto não for algo mais presente no dia a dia das cidades.
A área é altamente rentável, por isso, merece receber o devido investimento, como aponta a pesquisa realizada pela Boston Consulting Group. Em termos numéricos, o estudo aponta a necessidade investimentos no setor de carros elétricos em torno de R$ 14 bilhões até 2035, como forma de tornar as vendas dos veículos elétricos, uma parte efetiva do cotidiano.
De acordo com especialista em veículos elétricos, parcerias poderiam viabilizar o melhoramento na infraestrutura do setor
Para o funcionamento dos carros elétricos, é necessário que existam pontos de carregamento acessíveis ao longo da cidade. A lógica se estende também para ônibus e caminhões, veículos ainda maiores.
Apesar do alto número de vendas — 49.245 unidades emplacadas e 126.504 veículos em circulação — a infraestrutura neste sentido ainda é insuficiente, deixando a população insegura quanto à adesão dos veículos.
-
2 carros ‘inquebráveis’ da Toyota e Honda que o brasileiro ama e continuam valorizados mesmo anos após o uso
-
Moto da Honda faz 45 km/l, tem sistema que desliga sozinha no trânsito e custa menos que muita bicicleta elétrica no Brasil; conheça a Honda Elite 125
-
Top 5 carros automatizados baratos e econômicos disponíveis no mercado de usados: modelos de até R$ 50 mil da Fiat, Volkswagen e Renault
-
Motoristas poderão evitar a apreensão do veículo pagando IPVA atrasado com Pix no momento da abordagem neste estado brasileiro
De acordo com Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os empecilhos para esse tipo de investimento são vários. Um deles, inclusive, é a alta pressão dos incentivos tributários que torna cada compra ainda mais cara, já que a maioria dos itens é importada.
No atual contexto, Maluf comenta sobre a evolução dos carros elétricos em relação à adesão do público. Em sua fala, ele diz: “A maior parte das recargas é feita pelas pessoas no período noturno, mas houve um aumento de veículos comerciais leves, que por vezes exigem uma recarga rápida na rua”, o que aponta o uso dos carros para tarefas cotidianas também, em comprovação ao aumento no número de vendas feitas em 2022.
Ao pensar em uma possível solução para conseguir mais investimento na infraestrutura, o presidente da ABVE reforça que “Os dados poderiam ser ainda mais animadores se tivéssemos ações integradas com universidades e um plano nacional”, algo que pode acontecer em um futuro próximo, considerando que o setor de carros elétricos está se expandindo e chamando mais atenção de entidades comerciais.
Veículos elétricos precisam ser mais práticos do que os convencionais se quiserem se tornar mais adequados à população
Ao falar sobre o tema, Paulo Antunes, que é chefe de mobilidade da empresa de tecnologia Siemens, reforça um fato primordial: o tempo de carregamento de um carro elétrico é de quase uma hora, enquanto um veículo convencional é abastecido em poucos minutos.
Em termos práticos, o modelo ao qual a população está acostumada ainda vale mais a pena investir, já que existe uma maior valorização pela rapidez dos processos.
Ainda de acordo com Antunes, o foco dos especialistas na área deve ser em um modelo de carregamento ultrarrápido, que ultrapasse a potência de 150kW. Dessa forma, os veículos elétricos seriam recarregados mais rapidamente, diminuindo o tempo de espera e os tornando mais próximos aos carros comuns.
Outra possível solução é desenvolver cargas mais duradouras. Devido à falta de postos de abastecimento, aumentar a longevidade do carro poderia aumentar as vendas dos veículos elétricos consideravelmente e torná-lo mais constante na vida do público.
Comentários fechados para esse artigo.
Mensagem exibida apenas para administradores.