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Apesar do aumento nas vendas de carros elétricos, setor precisa de mais investimento na infraestrutura para competir com modelos convencionais

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 29/01/2023 às 17:44
Atualizado em 02/02/2023 às 19:15
A falta de uma boa distribuição dos pontos de abastecimento para carros elétricos tem tornado as vendas no setor mais lentas, especialmente devido à falta de infraestrutura para que se torne realmente acessível. Além disso, o público também parece resistir aos veículos elétricos enquanto não for algo mais presente no dia a dia das cidades.
Fonte: Mobi Auto

A falta de uma boa distribuição dos pontos de abastecimento para carros elétricos tem tornado as vendas no setor mais lentas, especialmente devido à falta de infraestrutura para que se torne realmente acessível. Além disso, o público também parece resistir aos veículos elétricos enquanto não for algo mais presente no dia a dia das cidades.

A área é altamente rentável, por isso, merece receber o devido investimento, como aponta a pesquisa realizada pela Boston Consulting Group. Em termos numéricos, o estudo aponta a necessidade investimentos no setor de carros elétricos em torno de R$ 14 bilhões até 2035, como forma de tornar as vendas dos veículos elétricos, uma parte efetiva do cotidiano.

De acordo com especialista em veículos elétricos, parcerias poderiam viabilizar o melhoramento na infraestrutura do setor

Para o funcionamento dos carros elétricos, é necessário que existam pontos de carregamento acessíveis ao longo da cidade. A lógica se estende também para ônibus e caminhões, veículos ainda maiores.

Apesar do alto número de vendas — 49.245 unidades emplacadas e 126.504 veículos em circulação — a infraestrutura neste sentido ainda é insuficiente, deixando a população insegura quanto à adesão dos veículos.

De acordo com Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os empecilhos para esse tipo de investimento são vários. Um deles, inclusive, é a alta pressão dos incentivos tributários que torna cada compra ainda mais cara, já que a maioria dos itens é importada.

No atual contexto, Maluf comenta sobre a evolução dos carros elétricos em relação à adesão do público. Em sua fala, ele diz: “A maior parte das recargas é feita pelas pessoas no período noturno, mas houve um aumento de veículos comerciais leves, que por vezes exigem uma recarga rápida na rua”, o que aponta o uso dos carros para tarefas cotidianas também, em comprovação ao aumento no número de vendas feitas em 2022.

Ao pensar em uma possível solução para conseguir mais investimento na infraestrutura, o presidente da ABVE reforça que “Os dados poderiam ser ainda mais animadores se tivéssemos ações integradas com universidades e um plano nacional”, algo que pode acontecer em um futuro próximo, considerando que o setor de carros elétricos está se expandindo e chamando mais atenção de entidades comerciais.

Veículos elétricos precisam ser mais práticos do que os convencionais se quiserem se tornar mais adequados à população

Ao falar sobre o tema, Paulo Antunes, que é chefe de mobilidade da empresa de tecnologia Siemens, reforça um fato primordial: o tempo de carregamento de um carro elétrico é de quase uma hora, enquanto um veículo convencional é abastecido em poucos minutos.

Em termos práticos, o modelo ao qual a população está acostumada ainda vale mais a pena investir, já que existe uma maior valorização pela rapidez dos processos.

Ainda de acordo com Antunes, o foco dos especialistas na área deve ser em um modelo de carregamento ultrarrápido, que ultrapasse a potência de 150kW. Dessa forma, os veículos elétricos seriam recarregados mais rapidamente, diminuindo o tempo de espera e os tornando mais próximos aos carros comuns.

Outra possível solução é desenvolver cargas mais duradouras. Devido à falta de postos de abastecimento, aumentar a longevidade do carro poderia aumentar as vendas dos veículos elétricos consideravelmente e torná-lo mais constante na vida do público.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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