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Apesar da lentidão no crescimento dos carros elétricos no setor automotivo, Volvo confia que o futuro será completamente eletrificado até 2035

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 11/09/2025 às 09:10
A Volvo aposta firmemente em carros elétricos e mantém o plano de eliminar motores a combustão até 2035. Entenda como a marca sueca quer liderar a transição energética apesar da queda nas vendas. Fonte: Autoesporte
A Volvo aposta firmemente em carros elétricos e mantém o plano de eliminar motores a combustão até 2035. Entenda como a marca sueca quer liderar a transição energética apesar da queda nas vendas. Fonte: Autoesporte
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A Volvo aposta firmemente em carros elétricos e mantém o plano de eliminar motores a combustão até 2035. Entenda como a marca sueca quer liderar a transição energética apesar da queda nas vendas.

A Volvo não tem dúvidas sobre o caminho a seguir. A marca sueca reafirma que o futuro da mobilidade será totalmente elétrico, mesmo diante de vendas em queda e da resistência de parte da indústria. Para Håkan Samuelsson, CEO da montadora, a direção já está decidida: “A indústria será eletrizante – não há como voltar atrás.”

Do anúncio ousado às concessões necessárias

Em 2019, a Volvo surpreendeu o setor automotivo ao anunciar que venderia apenas carros elétricos a partir de 2030. Porém, com o passar dos anos, o mercado mostrou que a transição seria mais lenta do que se imaginava. Por isso, a meta atual foi ajustada: até o fim da década, a empresa projeta que entre 90% e 100% de suas vendas sejam de veículos eletrificados, incluindo tanto modelos totalmente elétricos quanto híbridos plug-in.

Essa mudança revela pragmatismo. O caminho está traçado, mas com um ritmo mais adaptado à realidade de consumo.

A decisão não é nova. Há um ano e meio, a Volvo já havia decretado o fim dos motores a diesel. Agora, anuncia também o adeus definitivo aos propulsores a gasolina. Essa escolha reforça a estratégia de alinhar a empresa à transição energética e de consolidar sua posição como uma das pioneiras entre as marcas globais.

Samuelsson não deixa margem para dúvidas: “Pode ser mais lento em algumas regiões, mas a direção é clara.”

Números ainda não refletem otimismo

Apesar do discurso firme, os resultados de vendas mostram um cenário desafiador. Nos primeiros oito meses deste ano, a Volvo registrou 90.326 carros elétricos vendidos, número 24 unidades inferior ao do mesmo período do ano passado. Já os híbridos plug-in também recuaram cerca de 1%. No total, as vendas globais da marca tiveram queda de 10%.

Ou seja, a realidade do mercado não acompanha, por enquanto, a ambição da empresa.

Mesmo com as dificuldades, a Volvo acredita que os híbridos plug-in podem ser a ponte para um futuro totalmente elétrico. Samuelsson os descreve como “carros elétricos com um motor reserva”, uma alternativa que oferece segurança extra aos consumidores que ainda hesitam em depender exclusivamente da bateria.

A estratégia pode ajudar a reduzir resistências, principalmente em países com infraestrutura de carregamento limitada.

Competição global e sobrevivência das marcas

O executivo sueco prevê que a transição energética será um divisor de águas na indústria. Segundo ele, “algumas empresas vão se adaptar e sobreviver, outras não.” Até 2035, Samuelsson acredita que duas ou três marcas chinesas terão posições dominantes, enquanto alguns grupos europeus poderão perder espaço.

Esse cenário reflete uma disputa cada vez mais intensa entre fabricantes tradicionais e novos players focados exclusivamente em carros elétricos.

Mas nem todas as montadoras compartilham do otimismo da Volvo. A BMW, por exemplo, mantém cautela e não abre mão dos motores a combustão. Já a Mercedes alerta que uma proibição total desses veículos na União Europeia poderia significar um “colapso da indústria.”

Audi e Porsche também expressam dúvidas sobre o ritmo da transição, considerando uma mudança completa para elétricos como algo precipitado. Enquanto isso, a Volvo mantém firme seu discurso.

A Polestar, marca irmã da Volvo, aproveita o momento para reforçar a imagem de vanguarda. Durante a feira IAA Mobility, em Munique, a empresa exibiu mensagens de concorrentes que abandonaram suas metas elétricas, em uma estratégia de marketing ousada.

Tanto a Volvo quanto a Polestar defendem que a União Europeia mantenha o plano de banir veículos a combustão após 2035, mesmo que outras montadoras façam lobby por legislações mais flexíveis.

O choque entre política e mercado

O tema ganhou ainda mais relevância na agenda europeia. Reuniões entre executivos automotivos e líderes da União Europeia têm colocado o futuro da mobilidade elétrica em discussão. O CEO da Mercedes, Ola Källenius, já classificou a proibição como “simplesmente inviável”.

Enquanto isso, a Volvo insiste que paciência e persistência serão essenciais para consolidar o novo modelo de negócios.

Mas, para o consumidor, a realidade é mais complexa. A infraestrutura de carregamento ainda é insuficiente em muitas regiões, os preços dos carros elétricos permanecem elevados e as baterias ainda não oferecem a durabilidade esperada por parte dos motoristas.

Mesmo assim, a Volvo acredita que a confiança precisa partir de quem lidera. O discurso é claro: em uma década, o cenário será diferente, com preços mais acessíveis, maior autonomia e infraestrutura mais robusta.

Apesar das incertezas, a marca sueca se mantém firme no propósito de transformar o futuro da mobilidade. Para Samuelsson, não há espaço para retrocesso: a era dos combustíveis fósseis ficou para trás.

Em suas palavras, a mensagem é direta: “Sem problemas. Só tenha um pouquinho mais de paciência – em 10 anos tudo estará melhor. E mais tranquilo.”

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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