Com emissão zero e funcionamento silencioso, o GWM Hydrogen powered by FTXT promete unir desempenho de motor elétrico com abastecimento rápido de hidrogênio. O protótipo chega ao Brasil para testes, que vão avaliar desde a segurança até a autonomia real nas estradas brasileiras.
A GWM iniciará no Brasil, a validação do caminhão a hidrogênio GWM Hydrogen powered by FTXT, um protótipo que não emite fumaça e libera apenas água pelo escapamento. A tecnologia combina hidrogênio e oxigênio em uma célula a combustível para gerar eletricidade, alimentando o motor elétrico com operação silenciosa e alta eficiência, enquanto a frenagem regenerativa ajuda a recuperar energia em desacelerações.
O modelo será exibido ao público na inauguração da fábrica da GWM em Iracemápolis, no interior de São Paulo, marcada para 15 de agosto de 2025.
Após a apresentação, o veículo passa por uma bateria de validações técnicas na unidade paulista antes do início dos testes em setembro, etapa que medirá desempenho, segurança, consumo de hidrogênio e adequação às condições reais de operação no Brasil.
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Como funciona o caminhão a hidrogênio e por que ele não solta fumaça
O sistema utiliza uma célula a combustível que combina hidrogênio e oxigênio para gerar eletricidade. O processo eletroquímico movimenta o motor elétrico e tem como subproduto água, o que garante zero emissão no escapamento durante o uso.
Diferente de um elétrico a bateria convencional, o hidrogênio atua como um “gerador a bordo”, reduzindo a dependência de recargas longas e mantendo o benefício do torque instantâneo.
O conjunto do GWM Hydrogen powered by FTXT inclui uma bateria de 105 kWh e frenagem regenerativa, que recupera energia em desacelerações e otimiza a autonomia. Para o leitor, o ponto central é claro: combina desempenho de elétrico com abastecimento rápido e operação silenciosa.
Inauguração da fábrica GWM em Iracemápolis e cronograma de validação
A marca programou a exibição do caminhão para a inauguração da fábrica de Iracemápolis em 15 de agosto de 2025, reforçando a estratégia de industrialização e pesquisa local. Esse será o primeiro contato público do protótipo com o mercado brasileiro.
Nesta semana, o caminhão desembarcou no Porto de Santos, em São Paulo, e seguirá para a unidade de Iracemápolis. Lá, passará por inspeções e validações técnicas que antecedem a fase de testes. O cronograma prevê início dos testes em setembro, com avaliações progressivas em áreas controladas e, posteriormente, em vias apropriadas, priorizando segurança, desempenho e robustez de suspensão para as condições brasileiras.
Papel da FTXT, parceria com Minas Gerais e UNIFEI
A FTXT é a subsidiária da GWM dedicada ao desenvolvimento de tecnologias de hidrogênio e célula a combustível. No Brasil, o estudo é desdobramento de um acordo firmado em novembro de 2024 entre o Governo de Minas Gerais e a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), que conecta indústria, academia e políticas públicas.
Segundo a empresa, a cooperação cria um ambiente ideal para acelerar a transição energética no transporte pesado, facilitando testes, modelagens e formação de competências locais.
A fala que orienta o projeto é objetiva: a viabilização do hidrogênio em veículos comerciais depende de parcerias estruturadas e de dados reais de operação coletados em território nacional.
Abastecimento, hidrogênio verde e desafios de infraestrutura
Os tanques de combustível do protótipo utilizam múltiplos cilindros com cerca de 40 kg de hidrogênio. Há duas rotas principais previstas para suprimento: hidrogênio verde, produzido por eletrólise com energia renovável, e hidrogênio obtido da reforma do etanol, alternativa promissora no contexto brasileiro.
O abastecimento tende a ser rápido, o que favorece frotas que precisam manter alta disponibilidade. Ainda assim, a infraestrutura de hidrogênio é o grande desafio: é preciso evoluir a rede de produção, compressão, transporte e estações de abastecimento.
A experiência internacional ajuda a pavimentar essa curva. Mais de 30 mil caminhões a célula de combustível circulam na China, o que fornece referências de custo, manutenção e operação em larga escala.
O que muda para o transporte pesado: manutenção, autonomia e operação
Como todo veículo elétrico, o caminhão oferece menor necessidade de manutenção em itens móveis do trem de força, além de operação silenciosa e frenagem regenerativa que preserva componentes. Para rotas longas, o reabastecimento de hidrogênio reduz paradas e acelera o giro da frota.
Na prática, a proposta é unir o melhor de dois mundos: potência e dirigibilidade de um elétrico com a conveniência do abastecimento rápido, mantendo emissão zero no escapamento.
Os testes no Brasil servirão para medir consumo de hidrogênio, autonomia real em diferentes cargas e a aderência do projeto às nossas condições de relevo, temperatura e qualidade de pavimento.
Próximos passos da GWM no Brasil e perspectivas
Antes de ganhar as ruas, o caminhão passará por avaliações de suspensão, desempenho e segurança em circuitos internos no interior paulista. Com os dados de engenharia, a empresa e seus parceiros ajustam calibração e estratégias de abastecimento.
A montadora também confirmou que estuda lançar um carro a hidrogênio no Brasil, aproveitando aprendizados e adaptações obtidas com o caminhão para o nosso contexto regulatório e de infraestrutura.
O objetivo declarado é claro: habilitar o uso dessa tecnologia no país de forma escalável, gerar conhecimento para centros de pesquisa e universidades e abrir caminho para operações piloto com transportadoras e indústrias.