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Antes era ficção, agora realidade: cientistas querem diminuir a luz do sol para frear aquecimento global — e já sabemos como

Publicado em 28/10/2025 às 16:49
Sol, Aquecimento Global, Luz do sol
Imagem ilustrativa: IA
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Pesquisadores estudam a geoengenharia solar como alternativa ao aquecimento global, inspirados na erupção do Monte Pinatubo em 1991, mas alertam que os riscos ambientais, sociais e geopolíticos ainda superam os possíveis benefícios dessa técnica experimental

Desde a década de 1960, a ciência tenta compreender formas de frear o aquecimento global. A ideia ganhou força após a erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, quando a temperatura média do planeta caiu cerca de 0,5°C. Esse episódio reforçou o interesse em métodos capazes de reduzir o calor da Terra artificialmente.

Hoje, com os impactos climáticos cada vez mais evidentes, essa possibilidade voltou ao centro dos debates científicos.

A proposta da injeção de aerossol estratosférico

A teoria mais discutida atualmente é a chamada injeção de aerossol estratosférico, ou SAI (na sigla em inglês).

O conceito consiste em lançar partículas refletoras na troposfera, criando uma espécie de escudo para reduzir a chegada da luz solar.

Embora soe como algo saído de um livro de ficção científica, o tema vem sendo levado a sério em centros de pesquisa de todo o mundo.

A professora V. Faye McNeill, química atmosférica e cientista de aerossóis da Escola de Clima e Engenharia da Universidade Columbia, alerta que os resultados dessa técnica podem ser imprevisíveis.

Há uma série de coisas que podem acontecer se você tentar fazer isso — e estamos argumentando que a gama de resultados possíveis é muito mais ampla do que qualquer um havia imaginado até agora”, afirmou.

Desafios e riscos do método

O estudo, publicado na revista Scientific Reports, detalha os desafios físicos, econômicos e políticos que tornam o SAI mais complexo do que parece.

A localização, a altitude, a quantidade de partículas e até a época do ano em que seriam lançadas interferem diretamente nos resultados.

McNeill também observa que um experimento dessa escala exigiria controle internacional, algo difícil de garantir no cenário geopolítico atual.

Qualquer falha de coordenação poderia gerar desequilíbrios climáticos severos em regiões específicas do planeta.

Além disso, há precedentes preocupantes. Quando o Pinatubo entrou em erupção, o ecossistema do Sul Asiático e da Índia sofreu fortes impactos, com diminuição das chuvas e danos à camada de ozônio.

Mesmo sob controle, o SAI poderia gerar efeitos semelhantes ou ainda desconhecidos.

Alternativas e limitações

Os cientistas avaliam o uso de outras substâncias para substituir os aerossóis de sulfato — que imitam compostos liberados por vulcões —, mas enfrentam dificuldades técnicas.

Materiais como diamantes, carbonato de cálcio, alumina, titânia e zircônia têm propriedades interessantes, porém são caros ou impossíveis de fragmentar em partículas pequenas o suficiente para serem dispersas na atmosfera.

O economista climático Gernot Wagner, da Columbia Business School, resume o dilema: “Tudo se resume a compensações de risco quando se analisa a geoengenharia solar. Não vai acontecer da maneira que 99% desses artigos modelam”.

Diminuir a luz do sol: uma solução incerta

A proposta de resfriar o planeta com aerossóis ainda divide opiniões. Embora ofereça uma resposta potencial ao aquecimento global, os riscos ambientais e sociais associados fazem muitos cientistas defenderem cautela.

A teoria, portanto, continua mais próxima do campo das ideias do que da prática — um lembrete de que manipular o clima da Terra pode ter consequências que a humanidade ainda não está preparada para enfrentar.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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