Previsto para ocorrer ainda durante este ano, o projeto de privatização do Porto de Itajaí agora passa por uma revisão na modelagem, realizada pela Antaq em razão do possível afastamento de empresas em razão das exigências de investimentos.
Na quinta-feira, (18/08), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) está realizando uma revisão na modelagem do projeto de privatização do Porto de Itajaí, localizado no estado de Santa Catarina. Entre os motivos que levaram a uma análise no processo, está a alta exigência quanto aos investimentos do projeto e a demanda do setor portuário, que podem afastar as empresas interessadas no leilão de concessão, previsto para acontecer ainda durante este ano de 2022.
Previsto para acontecer ainda em 2022, projeto de privatização do Porto de Itajaí agora passa por revisão na modelagem pela Antaq
O Governo Federal, por meio da Antaq, dá continuidade ao projeto de concessão de ativos do setor portuário ao mercado privado e agora acelera a privatização do Porto de Itajaí, um dos processos mais esperados para o futuro do ramo e previsto para acontecer ainda durante este ano de 2022.
No entanto, alguns fatores do mercado levaram a Antaq a revisar a modelagem do projeto e analisar possíveis mudanças. Nos projetos de privatização de ativos ao mercado privado, é bastante comum a utilização de uma metodologia conhecida como “capacity share”, o que provoca efeitos rápidos na demanda capturada como consequência de aumentos de capacidade.
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Entretanto, esse método acabou se tornando um problema para a modelagem do projeto, visto que o concessionário terá que competir no mercado portuário pela demanda do setor mesmo após a realização dos investimentos iniciais na privatização. E, considerando a alta competitividade no Cluster Sul do setor portuário, essa característica do projeto pode acabar afastando investidores.
Outra questão analisada pela Antaq na revisão da modelagem da privatização do Porto de Itajaí são as exigências do projeto, que incluem a construção de um novo píer de passageiros e a remoção do navio “Pallas”, o que permitirá operações com navios maiores no futuro.
Embora essa seja uma exigência justificável no projeto, alguns investimentos menores, como as obras de dragagem de manutenção e aprofundamento, aquisição de áreas adjacentes e equipamentos (portêineres, RTGs, entre outros). Dessa forma, os investimentos finais que serão exigidos na modelagem se tornarão maiores do que os previstos.
Capex defasado no projeto de privatização do complexo portuário é o principal problema analisado pela Antaq na revisão da modelagem
Em razão dos problemas de infraestrutura que estão sendo analisados na modelagem de privatização do Porto de Itajaí, Capex considerado está abaixo do esperado atualmente para atividades daquele tipo e isto tem efeito em aumentar o valor de outorga.
Isso acontece pois a modelagem prevê uma série de investimentos mais baratos considerando o mercado atual e a alta nos preços dos produtos, além de considerar volumes de demanda bastante otimistas em alguns momentos.
Assim, todos esses fatores unidos, segundo a Antaq, acabam causando uma incerteza e insegurança quanto ao investimento que será aplicado na privatização por parte das empresas interessadas no processo.
A revisão da agência então considera pontos como os itens de custos, a captura de demanda e até mesmo a restrição da participação de consórcios com empresas que fazem parte de concorrentes da região, visando garantir mais segurança às companhias que pretendem participar do projeto de concessão.
Embora a revisão ainda não tenha sido concluída pela Antaq, o setor portuário espera que isso aconteça em breve e que o projeto de privatização do Porto de Itajaí não seja afetado quanto aos seus prazos, acontecendo ainda durante este ano.