Com o atraso nas operações de exportação e navios acumulando nos portos nacionais, o cenário para o transporte de cargas no complexo se agrava e a Antaq confirma um preocupante gargalo dentro do setor portuário nacional neste mês de maio
As novas dinâmicas nas rotas de exportação dentro do setor portuário nacional preocupam a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Na última sexta-feira, (13/05), o órgão confirmou o acúmulo de navios com cargas nos portos nacionais e alertou o cenário atual do Porto de Santos, que está sendo o principal alvo nas mudanças das rotas de exportação devido a sua infraestrutura eficiente.
Novo gargalo nas operações de exportação nos portos nacionais é verificado pela Antaq e o transporte de cargas agora sofre com acumulação de navios
Após uma série de reuniões com armadores, terminais portuários, importadores e exportadores que atuam no Brasil, a Antaq verificou um novo e preocupante gargalo nas operações de transporte de cargas nos portos brasileiros. Mais precisamente, as rotas de exportação estão sendo afetadas devido à necessidade de mudanças causadas pelo atraso das atividades. Assim, os portos brasileiros agora sofrem com uma acumulação de navios aguardando para a descarga, trazendo uma série de problemas na logística dos complexos.
As informações foram dadas pela diretora da Antaq, Flávia Takafashi, que explicou que o atraso nas rotas de navios que realizam exportação no Brasil é hoje a maior questão em relação ao tráfego internacional de carga marítima no território nacional. Flávia também ressaltou que esse cenário é um reflexo direto dos cancelamentos de operações, mudanças nas rotas dos navios e uma série de atrasos nas operações de exportação. E, com isso, o cenário atual dos portos brasileiros preocupa a agência quanto à capacidade para atender a essa demanda.
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Além disso, um problema que contribuiu para a situação preocupante nos portos nacionais foi a crise de contêineres vista durante os primeiros meses do ano. Apesar disso, essa foi uma questão já minimizada e a Antaq afirma que, atualmente, esse não é o principal problema. A questão da mudança das rotas ainda é a principal nos portos, uma vez que a Antaq afirmou que houveram terminais que estavam registrando 90% de atrasos. Isso significa que apenas 10% dessas operações de exportação estavam previstas, enquanto todo o restante foi alterado de última hora, causando uma acumulação de navios nos portos.
Porto de Santos é um dos principais afetados pelas mudanças nas rotas de exportação e o acúmulo de navios para o transporte de cargas
Um ponto importante dentro do cenário atual de transporte de cargas destacado por Flávia é que há um aumento expressivo nas omissões de escala dentro dos portos. Isso acontece como forma de contornar os problemas logísticos, mas acaba causando uma superlotação de navios que aguardam essas licitações sem a previsão de finalização. Assim, diversos portos com uma grande capacidade de carga estão sendo afetados e, entre eles, o principal é o Porto de Santos.
O Porto de Santos é um dos maiores em capacidade de carga e desembarque no Brasil e, com as mudanças nas rotas de exportação, muitos navios acabam indo para o complexo com o objetivo de contornar a situação. Assim, Flávia afirma que “Hoje, falando de Santos, a gente pode dizer que também sofreu com o aumento no número de omissões e com os atrasos (de navios). Mas o complexo portuário como um todo, não os terminais específicos, tende a receber sempre uma grande capacidade e ter uma seleção de omissão menor”.
Por fim, diretora da Antaq afirma que o órgão está acumulando os dados necessários para tomar providências quanto aos principais problemas apresentados dentro do setor portuário nacional e que, em breve, terá medidas para o gargalo de exportação.