A ANP autorizou a retomada da produção de petróleo na plataforma Peregrino, da Equinor, na Bacia de Campos (RJ). A unidade, interditada em agosto por riscos de segurança, pode produzir até 110 mil barris por dia.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) liberou nesta sexta-feira (17) a retomada das operações de petróleo na plataforma flutuante Peregrino, localizada na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro. A decisão foi anunciada pela Prio (PRIO3) em comunicado oficial ao mercado, encerrando um período de quase dois meses de paralisação.
De acordo com o ofício encaminhado pela Superintendência de Segurança Operacional da ANP, tanto a Prio quanto a operadora Equinor foram notificadas sobre a autorização. A partir da liberação, inicia-se o processo de aceleração das operações (ramp up) para retomar gradualmente a produção plena do ativo.
Interdição foi motivada por riscos graves à segurança
A plataforma Peregrino havia sido interditada em agosto, após uma auditoria realizada entre os dias 11 e 15 daquele mês identificar falhas graves no sistema de dilúvio — responsável por conter incêndios — e pendências na documentação de segurança operacional.
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Segundo a ANP, os problemas representavam “risco grave e iminente” às operações, o que levou à suspensão imediata das atividades de extração de petróleo. Desde então, tanto a Prio quanto a Equinor se mobilizaram para atender às exigências da agência e implementar as correções necessárias.
Em nota, a Equinor afirmou que “dedicou-se prontamente a atender às exigências da ANP e retomar a produção no campo”. A companhia informou ainda que suas equipes operacionais estão agora trabalhando para reiniciar a produção do ativo, que já produziu mais de 300 milhões de barris desde 2011.
Impacto econômico e potencial de produção
Durante o período de interdição, a produção da Prio caiu 22%, passando de 88 mil para 71 mil barris de petróleo por dia em setembro. O impacto direto sobre os resultados da empresa reforçou a importância da liberação da Peregrino, que tem capacidade total de processamento de até 110 mil barris por dia.
Com a retomada, a expectativa é que a companhia recupere gradualmente o volume perdido e fortaleça o desempenho do setor offshore brasileiro, responsável por uma fatia relevante da produção nacional.
Campo Peregrino é estratégico para o setor de petróleo
Localizado na Bacia de Campos, o campo Peregrino é um dos mais produtivos do país e desempenha papel estratégico na exploração de petróleo em águas profundas. Operado pela Equinor, em parceria com a Prio, o ativo vem sendo responsável por um fluxo constante de investimentos em tecnologia e segurança.
A Prio, uma das principais produtoras independentes de petróleo no Brasil, reforçou em comunicado que a retomada ocorre de forma planejada, respeitando todos os protocolos de segurança determinados pela ANP. A empresa destacou ainda que mantém o compromisso de adotar padrões internacionais de segurança e sustentabilidade, alinhados às melhores práticas globais do setor.
A liberação da Peregrino acontece em um momento de maior estabilidade no setor de petróleo nacional, marcado por uma combinação de novos investimentos e políticas de fiscalização mais rígidas. Para analistas do mercado energético, a decisão da ANP demonstra o equilíbrio entre segurança operacional e retomada da produtividade, fatores essenciais para garantir o crescimento sustentável da indústria.
Além disso, o retorno das atividades da Peregrino deve contribuir para o aumento da oferta doméstica de petróleo, impulsionando receitas e fortalecendo a posição do Brasil como um dos principais produtores globais de energia.