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Angra 3: obra parada há quase 40 anos já custou 12 BILHÕES e precisa de ao menos mais 23 BILHÕES para sair do papel! Construção que poderia revolucionar o Brasil é controversa por muitos motivos, principalmente devido ao perigo que a energia nuclear representa

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 04/10/2024 às 01:36
Angra 3 já custou R$ 12 bilhões e ainda precisa de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Vale a pena continuar com o projeto polêmico? (Imagem: reprodução/ IA)
Angra 3 já custou R$ 12 bilhões e ainda precisa de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Vale a pena continuar com o projeto polêmico? (Imagem: reprodução/ IA)

Parada há 40 anos, a usina nuclear Angra 3 já consumiu bilhões e precisa de ainda mais para ser concluída. O governo está em um impasse: seguir com o projeto ou abandoná-lo de vez?

Por quase quatro décadas, uma obra monumental está praticamente congelada no tempo, acumulando bilhões de reais em custos e criando debates acalorados entre especialistas, políticos e a população.

Angra 3, uma das maiores promessas de geração de energia nuclear do Brasil, já consumiu uma quantia astronômica de recursos públicos, mas ainda está longe de se tornar realidade.

O projeto da usina nuclear Angra 3, que já está parado há quase 40 anos, teve um investimento de R$ 12 bilhões até 2023, e agora precisa de pelo menos mais R$ 23 bilhões para ser concluído, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A construção, iniciada em 1984, tem gerado controvérsia por causa dos altos custos, riscos e as promessas não cumpridas de que ela revolucionaria o fornecimento de energia no Brasil.

Apesar das polêmicas, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o governo estão num momento decisivo para decidir se a obra será finalmente concluída.

O dilema financeiro

De acordo com um estudo recente apresentado pelo BNDES, o governo brasileiro enfrenta uma difícil decisão: seguir com os investimentos ou desistir de Angra 3.

O custo para abandonar a obra seria enorme, mas completá-la também exige uma injeção de bilhões.

Além dos R$ 12 bilhões já aplicados, estima-se que será necessário um investimento adicional de R$ 23 bilhões para finalizar a construção.

Tecnologia e equipamentos ainda são viáveis?

O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, explicou que, apesar de o projeto estar parado há tanto tempo, o material já adquirido para a construção, incluindo o vaso do reator de aço puro, não está obsoleto.

Lycurgo afirmou que 12 mil equipamentos estão devidamente armazenados e prontos para instalação. Segundo ele, esses componentes continuam sendo fabricados da mesma forma que há 40 anos, o que garante a sua viabilidade técnica.

Angra 3 já custou R$ 12 bilhões e ainda precisa de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Vale a pena continuar com o projeto polêmico?. (Imagem/ reprodução)
Angra 3 já custou R$ 12 bilhões e ainda precisa de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Vale a pena continuar com o projeto polêmico?. (Imagem/ reprodução)

O que ainda falta?

Apesar dos equipamentos existentes, a Eletronuclear ainda precisa adquirir toda a parte de instrumentação, controle, supervisão e monitoramento, que deve custar os R$ 23 bilhões adicionais.

Conforme o BNDES, esse montante seria necessário para equipar completamente a usina e torná-la operacional.

Financiamentos e dívidas

Além dos custos de construção, Angra 3 está envolta em R$ 14 bilhões em financiamentos, que, de acordo com Lycurgo, precisarão ser pagos de forma antecipada.

O peso desses financiamentos adiciona mais um ponto de controvérsia ao projeto, que já é bastante debatido entre defensores e críticos da energia nuclear.

A polêmica da energia nuclear

Um dos principais pontos de debate sobre Angra 3 está relacionado ao perigo que a energia nuclear pode representar.

Os críticos apontam os riscos de acidentes e o impacto ambiental, enquanto os defensores, como Lycurgo, afirmam que a energia nuclear é uma fonte limpa e segura, já que não gera gases de efeito estufa.

Custo elevado por megawatt/hora

Outro ponto crítico é o custo da energia gerada.

Segundo Lycurgo, o custo da energia nuclear em Angra 1 e Angra 2 gira em torno de R$ 355,20 por megawatt/hora, enquanto a produção de Angra 3 custaria inicialmente cerca de R$ 650 por megawatt/hora.

O presidente da Eletronuclear ressaltou, no entanto, que esse valor poderia ser reduzido caso benefícios fiscais fossem concedidos ao projeto, como já ocorre em outros setores, como o aeronáutico.

Comparação com outras usinas

Lycurgo também comparou o custo da energia nuclear com o de outras fontes térmicas.

Usinas movidas a gás natural, por exemplo, têm custos superiores a R$ 1.300 por megawatt/hora, e as térmicas movidas a diesel chegam a ultrapassar os R$ 2.000 por megawatt/hora.

Ele destacou que, embora essas fontes continuem fazendo parte da matriz elétrica brasileira, o ideal é que elas sejam utilizadas apenas em momentos de maior demanda, e não de forma contínua, como acontece atualmente.

O futuro de Angra 3: vale a pena?

A grande questão em torno de Angra 3 é se o investimento vale a pena diante dos custos e das polêmicas envolvidas.

Embora a obra tenha potencial para gerar energia de forma mais barata que outras fontes térmicas, a demora e o alto custo de conclusão colocam em dúvida a viabilidade econômica do projeto.

Além disso, o debate sobre os riscos da energia nuclear continua acirrado, levantando incertezas sobre o futuro da usina.

Conforme destacado por Miriam Leitão, jornalista do jornal O Globo, Angra 3 é uma obra que “não faz sentido do ponto de vista econômico ou ambiental”.

Para Leitão, o investimento bilionário em energia nuclear desvia recursos que poderiam ser aplicados em fontes renováveis, mais baratas e menos arriscadas.

Ela argumenta que o custo da energia produzida por Angra 3 será muito elevado, e o retorno sobre o investimento não justifica os recursos necessários para sua conclusão.

E agora, o que o governo vai fazer?

Com todas essas informações em jogo, a decisão final ainda está por vir.

O governo, em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o BNDES, precisa definir se vai seguir adiante com a conclusão de Angra 3, ou se desistirá de vez do projeto.

Uma coisa é certa: o futuro da usina nuclear continua cercado de incertezas.

Você acha que vale a pena investir mais bilhões de reais para concluir Angra 3, mesmo com os riscos e as polêmicas da energia nuclear? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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