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Aneel e ONS se reúnem para buscar maior controle de usinas de geração distribuída

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 23/09/2025 às 09:41
Profissional instala painel solar em telhado sob céu limpo e ensolarado.
Técnico realiza a instalação de painéis solares em telhado, contribuindo para o uso de energia limpa.
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Descubra como Aneel e ONS buscam otimizar o controle de usinas de geração distribuída para garantir estabilidade do sistema elétrico.

A crescente expansão das usinas de geração distribuída no Brasil tem transformado a matriz energética do país. Consequentemente, trouxe tanto oportunidades quanto desafios para o setor elétrico.

Essas usinas, que incluem desde pequenos sistemas solares em residências até fazendas solares de médio porte, geram energia próximo ao ponto de consumo, o que representa uma vantagem significativa.

No entanto, o aumento dessa geração descentralizada trouxe à tona novas questões de gestão e controle, que agora concentram a atenção da Aneel e do ONS.

Historicamente, a geração de energia elétrica no Brasil concentrava-se em grandes usinas hidrelétricas e termelétricas. Portanto, essas estruturas centralizadas permitiam ao ONS gerenciar de forma eficaz a oferta e a demanda de energia, mantendo a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Quando ocorria um desbalanço entre consumo e geração, o ONS ajustava ou desligava grandes usinas para garantir que o fornecimento de energia não fosse comprometido.

Contudo, com a popularização das usinas de geração distribuída, o cenário começou a mudar significativamente.

Além disso, o crescimento dessas unidades geradoras decorre, em grande parte, de políticas públicas e incentivos econômicos.

Por exemplo, programas de incentivo à energia solar e à geração distribuída facilitaram que residências e pequenas empresas investissem em painéis fotovoltaicos.

Da mesma forma, a maior conscientização ambiental incentiva consumidores a adotarem fontes limpas e sustentáveis.

Geração distribuída: contexto histórico e crescimento recente

O Brasil atravessa um período de transformação energética, impulsionado principalmente pela expansão da energia solar fotovoltaica.

Segundo dados recentes, milhares de micro e minigeradores distribuídos em residências, comércios e indústrias contribuem cada vez mais para a energia consumida no país.

Consequentemente, essa descentralização da geração traz benefícios claros, como redução de perdas na transmissão, maior autonomia para consumidores e estímulo ao uso de fontes renováveis.

Entretanto, também impõe novos desafios de operação e controle aos operadores do sistema elétrico.

O conceito de geração distribuída surgiu nos anos 1990 e início dos anos 2000, com pequenas iniciativas de geração local, principalmente em regiões isoladas ou com acesso limitado à rede elétrica convencional.

No entanto, a viabilidade econômica e tecnológica se consolidou na última década, com a queda dos custos dos painéis solares e o desenvolvimento de sistemas de monitoramento mais sofisticados.

Além disso, a expansão da geração distribuída também modifica o comportamento do mercado de energia.

Como resultado, consumidores que produzem sua própria eletricidade reduzem significativamente suas contas, alterando a dinâmica econômica entre distribuidoras e clientes.

Por isso, esse fenômeno exige novas regras e regulação para manter o sistema sustentável e competitivo.

Desafios para o ONS e Aneel

O ONS enfrenta desafios ao tentar exercer o mesmo nível de controle que possui sobre grandes usinas centralizadas.

Diferente de hidrelétricas ou termelétricas de grande porte, os sistemas solares distribuídos espalham-se por diferentes regiões e possuem capacidades variáveis.

Portanto, a operação conjunta se torna mais complexa.

Consequentemente, essa falta de controle direto pode afetar a estabilidade do sistema, principalmente em momentos de alta penetração da geração distribuída no SIN.

Episódios recentes mostraram a necessidade de ajustes.

Por exemplo, nos dias 4 de maio e 10 de agosto, o ONS registrou que a presença elevada de micro e minigeradores distribuídos poderia dificultar o controle da frequência e da tensão do sistema elétrico.

Esses indicadores ajudam a garantir que a energia chegue de maneira estável aos consumidores.

Além disso, quando surgem desequilíbrios, aumentam os riscos de apagões ou sobrecargas, impactando residências, indústrias e serviços essenciais.

Outro desafio envolve integrar essas usinas com tecnologias emergentes, como baterias de armazenamento e sistemas de gestão inteligente.

Dessa forma, o uso de soluções de armazenamento permite conservar energia gerada em horários de baixa demanda e utilizá-la em picos de consumo, melhorando a estabilidade do sistema.

Protocolos e soluções em avaliação

Para enfrentar esses desafios, a Aneel e o ONS trabalham em soluções estruturadas.

Inicialmente, os protocolos abrangerão as usinas de geração distribuída que não recebem despacho direto do ONS, garantindo que a operação dessas unidades se alinhe à segurança do sistema.

Em seguida, tratarão protocolos específicos para minigeradores remotos, unidades menores que também contribuem para a geração total de energia, mas exigem atenção especial devido à dispersão geográfica e à variabilidade de produção.

Além disso, a comunicação entre todos os agentes envolvidos é crucial.

Dessa forma, as distribuidoras recebem informações do ONS e podem tomar decisões rápidas sobre ajustes de geração.

Esse modelo exige investimentos em tecnologia de monitoramento, sistemas de medição avançados e infraestrutura de comunicação robusta, capazes de transmitir dados em tempo real de milhares de unidades geradoras espalhadas pelo país.

A integração de softwares inteligentes e algoritmos de previsão também ajuda a coordenar a geração distribuída.

Eles permitem antecipar períodos de baixa ou alta produção solar e ajustar o consumo de forma eficiente.

Comparativo internacional e tendências futuras

O movimento da Aneel e do ONS se insere em um contexto global de transição energética.

Assim, países ao redor do mundo enfrentam desafios semelhantes com a integração de geração distribuída.

Por exemplo, a Alemanha possui um alto número de painéis solares conectados em residências e empresas, o que levou à criação de sistemas inteligentes de gerenciamento de energia.

Nos Estados Unidos, programas de integração de energia distribuída conciliam a produção local com a operação do sistema centralizado, garantindo confiabilidade e eficiência.

No Brasil, a tendência é que as usinas de geração distribuída continuem crescendo, impulsionadas por políticas públicas de incentivo, redução de custos tecnológicos e maior conscientização sobre fontes renováveis.

Como resultado, esse crescimento contribui para a diversificação da matriz energética e fortalece a sustentabilidade ambiental, reduzindo a dependência de fontes fósseis e diminuindo emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, a expansão dessas usinas gera empregos e fomenta o desenvolvimento econômico em regiões fora dos grandes centros urbanos.

Isso promove inclusão energética e beneficia a economia local.

Integração e futuro do setor elétrico

A reunião entre Aneel e ONS reflete um esforço estratégico para alinhar a expansão das usinas de geração distribuída com a segurança e estabilidade do sistema elétrico nacional.

Portanto, a história da energia elétrica no Brasil mostra que cada mudança tecnológica trouxe novos desafios, e a atual transformação não é diferente.

Com protocolos claros, comunicação eficiente e investimentos em tecnologia, o crescimento da geração distribuída se integra à confiabilidade do fornecimento.

Dessa forma, o futuro da energia no país depende dessa integração inteligente, permitindo aproveitar os benefícios da geração local sem comprometer a operação do SIN.

O Brasil caminha para uma matriz energética mais moderna, resiliente e sustentável, capaz de atender às necessidades atuais e futuras da população e da economia.

Finalmente, a expansão das usinas de geração distribuída representa um marco histórico e uma oportunidade de transformar o setor elétrico em um modelo equilibrado e eficiente.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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