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Anatel acaba de jogar um ‘banho de água fria’ na internet de graça da Starlink no Brasil

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 01/08/2025 às 14:46
Celular conectado ao espaço? Internet por satélite da Starlink ainda está proibida no Brasil
Celular conectado ao espaço? Internet por satélite da Starlink ainda está proibida no Brasil
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A parceria entre a Starlink, empresa de Elon Musk, e a operadora americana T-Mobile gerou burburinho nas redes ao lançar o T-Satellite, serviço que conecta celulares diretamente a satélites para acesso à internet em áreas sem cobertura tradicional. A novidade levantou dúvidas sobre uma possível chegada ao Brasil e alimentou especulações sobre “internet grátis via satélite”.

Mas, segundo reportagem publicada no O Globo em 1º de agosto de 2025, a realidade é outra: a internet de graça da Starlink no Brasil não existe e não tem previsão de existir. A própria Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) confirmou que nenhuma empresa solicitou testes ou licenciamento para uso da tecnologia por aqui até o momento.

O T-Satellite é um serviço de conectividade via satélite criado pela T-Mobile em parceria com a Starlink, utilizando a tecnologia chamada Direct to Device (D2D). Em vez de depender de antenas terrestres, o celular se conecta diretamente aos satélites em órbita baixa da Starlink — permitindo acesso à rede em locais totalmente remotos, como florestas, desertos e regiões de estrada sem sinal.

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O sistema não exige antenas extras nem dispositivos externos. Em celulares modernos (como iPhones e modelos recentes da Samsung e Motorola), o sinal pode ser captado inclusive dentro do carro ou com o aparelho no bolso — desde que haja visão razoável do céu.

Por enquanto, o T-Satellite não libera internet completa, mas permite envio de SMS, localização e chamadas de emergência. Em alguns aparelhos, já é possível enviar imagens. Recursos como chamadas de voz, vídeos e dados móveis completos ainda estão em desenvolvimento.

Segundo resposta oficial da Anatel ao jornal O Globo, a agência já possui um ambiente regulatório experimental, chamado sandbox D2D, que permite autorizações temporárias para testes da tecnologia. No entanto, nenhuma empresa — nem Starlink nem operadoras brasileiras — solicitou ingresso nesse ambiente.

Além disso, a Starlink não possui licença de prestadora de serviço móvel no Brasil, o que impede a realização de testes comerciais do tipo. Pelas regras atuais, apenas operadoras de telefonia celular com licença ativa podem pedir autorização para oferecer D2D no país.

Ou seja, mesmo que a tecnologia esteja funcional nos EUA, ela depende de regulamentação local e acordos com operadoras nacionais para ser implementada no Brasil.

Por que muita gente achou que seria “internet de graça”?

A confusão surgiu porque o T-Satellite é oferecido sem custo adicional nos planos mais avançados da T-Mobile, o que levou muitos usuários brasileiros a supor que a Starlink estaria “dando internet grátis por satélite”. Na prática, o serviço está incluso em planos pagos da operadora americana e requer ativação em loja física nos EUA.

Além disso, mesmo clientes de outras operadoras americanas podem adicionar o plano da T-Mobile via eSIM (chip digital), mas novamente, isso só é possível com um aparelho compatível e com presença física nos Estados Unidos.

Quando essa tecnologia pode chegar ao Brasil?

A curto prazo, não há qualquer sinal concreto de que o serviço será liberado no Brasil. A ausência de testes, o modelo de negócios restrito e a exigência de licenciamento junto à Anatel tornam a chegada incerta.

Além disso, para que o Direct to Device funcione plenamente por aqui, seria necessário:

  • Acordos com operadoras móveis brasileiras
  • Alocação de espectro de rádio específico para o serviço
  • Avaliação regulatória e testes técnicos com supervisão da Anatel
  • Adaptação ao marco legal de telecomunicações e proteção de dados

A Starlink já opera no Brasil com seus planos de banda larga via satélite para residências, empresas, áreas rurais e trailers. Esse serviço usa uma antena externa específica e não está relacionado ao novo sistema Direct to Device.

Os planos residenciais da Starlink, apesar de não serem gratuitos, têm sido usados em regiões afastadas como solução para a exclusão digital. Já a conectividade direta via celular ainda depende de uma nova geração de infraestrutura e regulação.

Você usaria um plano de celular conectado direto a satélites se ele chegasse ao Brasil? Ou acha que a tecnologia precisa amadurecer mais antes de valer a pena? Comente abaixo — sua experiência e opinião ajudam a mapear os reais interesses do público brasileiro nesse novo cenário.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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