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Análise de desempenho da geração distribuída (GD) no 1º semestre revela pontos críticos

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 01/10/2025 às 09:47
Casa com telhado de telhas vermelhas equipada com painéis solares sob céu parcialmente nublado.
Painéis solares instalados em telhado residencial, mesmo com o céu parcialmente nublado.
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Descubra como o desempenho da geração distribuída no 1º semestre revela desafios e oportunidades para integradores e consumidores do setor.

O desempenho da geração distribuída (GD) no Brasil se tornou cada vez mais relevante para integradores, investidores e consumidores.

Além disso, nos últimos anos, o país consolidou-se como um dos maiores mercados de energia fotovoltaica do mundo. Isso ocorreu graças a políticas públicas, incentivos fiscais e ao aumento da consciência ambiental da sociedade.

Historicamente, a geração distribuída expandiu-se no Brasil em resposta à crescente demanda por energia elétrica em regiões residenciais e comerciais.

Ao mesmo tempo, buscava reduzir a dependência de grandes usinas e otimizar a matriz energética nacional.

Assim, no início da década de 2010, a regulamentação da ANEEL para o sistema de compensação de energia elétrica, conhecido como net metering, incentivou a instalação de painéis solares em residências e pequenas empresas.

Esse modelo democratizou o acesso à produção de energia, estimulando um mercado competitivo e inovador.

O primeiro semestre de 2025 trouxe desafios que exigem atenção e estratégias inovadoras para manter a competitividade no setor.

Além disso, o cenário reforça a necessidade de integrar novas tecnologias, como baterias de armazenamento, sistemas inteligentes de monitoramento e soluções híbridas que combinam solar com outras fontes renováveis.

Desafios do mercado e importação de módulos

O estudo estratégico da Greener, divulgado recentemente, analisou detalhadamente o desempenho da geração distribuída no primeiro semestre de 2025.

Portanto, o mercado apresentou queda nas vendas de sistemas fotovoltaicos e no volume de financiamentos, refletindo dificuldades técnicas e financeiras enfrentadas pelos integradores.

Um dos fatores que mais impactaram o mercado foi a corrida de importação de módulos fotovoltaicos no início do ano.

O aumento do imposto de importação, de 9% para 25%, motivou fabricantes a anteciparem compras aproveitando cotas isentas.

O resultado foi um recorde de módulos importados no primeiro trimestre de 2025.

Isso mostra a capacidade do mercado de se adaptar rapidamente a mudanças tributárias.

No entanto, o fim do benefício fiscal, aliado à alta dos juros, provocou uma desaceleração no segundo trimestre. Houve queda significativa no volume de importações em relação ao trimestre anterior.

Mesmo assim, a nacionalização de módulos manteve-se estável. Isso demonstra a resiliência do setor e a consolidação de uma cadeia de suprimentos local mais robusta.

Além disso, a experiência acumulada ao longo dos últimos anos mostra que a diversificação de fornecedores e a formação de parcerias estratégicas minimizam riscos e asseguram a continuidade de projetos.

Tendências por faixa de potência e perfil dos integradores

O desempenho por faixa de potência revelou tendências importantes.

Sistemas de pequeno porte, até 9,9 kW, registraram queda no volume importado.

Enquanto isso, sistemas maiores, acima de 100 kW, apresentaram aumento expressivo.

Consequentemente, os integradores buscam diversificação de portfólio e foco em projetos mais complexos, capazes de gerar margens maiores e garantir competitividade em um mercado cada vez mais profissionalizado.

O perfil dos integradores também merece atenção. Empresas com mais experiência e portfólio consolidado instalaram grandes volumes de sistemas.

Enquanto isso, novos entrantes precisaram se adaptar, estruturando operações e investindo em eficiência comercial.

A pesquisa da Greener mostrou que, embora o número médio de orçamentos tenha diminuído, a taxa de conversão de vendas aumentou.

Isso reflete estratégias de segmentação de clientes e de gestão otimizada de recursos disponíveis.

Portanto, o desempenho da geração distribuída não depende apenas do volume instalado, mas também da capacidade das empresas de gerir clientes e processos com eficiência.

Além disso, o avanço de tecnologias digitais, como softwares de monitoramento remoto e análise de dados, permite aos integradores otimizar processos, reduzir custos e oferecer serviços diferenciados.

Isso aumenta a satisfação dos clientes e fortalece a reputação no mercado.

Vendas, financiamentos e oportunidades de serviços

Mais da metade dos integradores vendeu sistemas residenciais ou comerciais de pequeno porte. Isso consolidou a predominância do consumidor final residencial.

Entretanto, o acesso a crédito sofreu retração em relação a 2024. Isso ocorreu devido à elevação das taxas de juros e à maior seletividade dos bancos.

Essa situação reforça a importância de manter boas relações com instituições financeiras e de estruturar opções de financiamento competitivas para os clientes.

Assim, é possível garantir expansão e sustentabilidade no longo prazo.

O levantamento também destacou desafios técnicos específicos, como a inversão de fluxo, que afetou parte dos projetos e exigiu atenção dos integradores quanto à conformidade regulatória.

Além disso, o aumento dos chamados “clientes órfãos”, ou seja, consumidores sem suporte da empresa que instalou o sistema, representa uma oportunidade significativa.

Integradores que estruturarem ofertas de serviços recorrentes, como manutenção, monitoramento e ampliação de sistemas, podem transformar essa demanda em receita adicional.

Isso contribui para a longevidade e reputação da empresa no mercado.

A atenção a clientes órfãos também abre caminho para o desenvolvimento de pacotes de serviços integrados, que podem combinar inspeção periódica, atualização tecnológica e suporte pós-instalação, consolidando a confiança do consumidor e fortalecendo a fidelização no longo prazo.

Preços, tecnologia e competitividade

No que diz respeito ao preço dos kits fotovoltaicos, o estudo apontou variações ao longo do semestre.

Os custos médios de sistemas menores reduziram, enquanto os projetos de grande porte registraram aumento, refletindo a dinâmica do mercado e os ajustes nos preços de insumos importados.

Portanto, essas flutuações reforçam a necessidade de planejamento estratégico, negociação com fornecedores e diversificação de portfólio para manter a competitividade.

O cenário atual evidencia que o desempenho da geração distribuída depende de múltiplos fatores, incluindo adaptação às mudanças regulatórias, gestão eficiente de clientes e processos, diversificação de produtos e serviços, além do investimento em tecnologia, como baterias e carregadores para veículos elétricos.

Além disso, a capacidade de inovar, fidelizar clientes e antecipar tendências tornou-se tão relevante quanto a instalação física dos sistemas.

Investir em soluções híbridas, integração com sistemas inteligentes e serviços conectados contribui para diferenciar empresas e aumentar a competitividade.

Perspectivas do setor

Historicamente, o setor de GD evoluiu de um modelo voltado exclusivamente à produção residencial para uma estrutura mais complexa e profissionalizada.

Atualmente, ele abrange pequenas, médias e grandes empresas.

A entrada de novos players, a exigência de consumidores mais informados e os desafios macroeconômicos exigem que os integradores revisitem constantemente suas estratégias.

O desempenho da geração distribuída resulta da combinação entre expertise técnica, gestão de clientes, inovação tecnológica e resiliência financeira.

O estudo da Greener confirma que a geração distribuída no Brasil continua em expansão, mesmo diante de desafios.

Portanto, o mercado demonstra maturidade ao lidar com variações de preço, financiamento, concorrência e regulamentação, oferecendo oportunidades para integradores que se adaptam e diversificam suas operações.

Em resumo, o desempenho da geração distribuída no primeiro semestre de 2025 revela pontos críticos, mas também oportunidades claras de crescimento.

Empresas que apostarem na qualificação do atendimento, diversificação de serviços, fidelização de clientes e integração de tecnologias inovadoras estarão melhor posicionadas para se destacar em um mercado competitivo e em constante evolução.

A geração distribuída não é apenas uma alternativa energética. Ela também se apresenta como uma ferramenta estratégica de sustentabilidade, inovação e competitividade no Brasil contemporâneo.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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