Brasil, Estados Unidos e México consolidam posição de liderança na produção de energia eólica nas Américas, com expansão de 12% na capacidade instalada e projeção de crescimento contínuo até 2023, segundo o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC).
O setor de energia eólica segue em forte expansão nas Américas, conforme noticiado nesta terça, 07. Dados recentes do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) apontam que o Brasil, os Estados Unidos e o México se mantêm como os principais produtores do continente, respondendo juntos por 25% da capacidade global instalada dessa fonte renovável.
A capacidade total instalada nas Américas alcançou 135 gigawatts (GW), um aumento expressivo de 12% em relação a 2017. A tendência é de crescimento contínuo. Entre 2019 e 2023, estima-se a adição de mais 60 GW à matriz energética regional, impulsionada por políticas públicas e leilões competitivos.
Brasil desponta como líder em energia eólica na América do Sul
No cenário latino-americano, o Brasil se destaca como o maior produtor de energia eólica. Somente em 2018, o país adicionou 2 GW de capacidade ao seu sistema elétrico e consolidou-se como referência mundial em leilões a preços competitivos, chegando a valores próximos de US$ 20 por MWh, segundo o GWEC.
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O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia, Reive Barros, reforça o avanço da matriz eólica brasileira. “O Brasil tem hoje capacidade instalada de produção de energia eólica de 14,7 GW. Isso representa, na matriz energética brasileira, cerca de 8% do total. A meta é que daqui a 10 anos este percentual suba para 13%.”
O Nordeste brasileiro concentra 85% da produção nacional, com destaque para Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia. Segundo Barros, a Bahia deve assumir a liderança em médio prazo, graças à sua extensão territorial e potencial de ventos. Para sustentar o ritmo de expansão, estão previstos dois novos leilões em 2025, com foco na implantação de parques eólicos em prazos de quatro a seis anos.
Crescimento da energia eólica é impulsionado por leilões e novos investimentos
A América Latina vem fortalecendo sua presença no setor com o apoio de leilões de energia e políticas de incentivo. O GWEC destaca que o modelo tem sido decisivo para atrair investidores e desenvolver a cadeia produtiva.
De acordo com Ben Backwell, diretor executivo do conselho, “o desenvolvimento do mercado de energia eólica na América Latina se mostra bastante positivo. O Brasil realizou novamente leilões de grande escala e esperamos que o primeiro leilão na Colômbia ocorra este mês de fevereiro.” Ele acrescenta que o investimento de fabricantes na Argentina comprova o potencial de longo prazo do mercado regional.
Em 2018, as Américas registraram 11,9 GW em nova capacidade eólica instalada, um aumento médio de 12% sobre o ano anterior. Na América do Norte, o crescimento foi de 10,8%, enquanto na América Latina o salto chegou a 18,7%, impulsionado principalmente por projetos brasileiros e mexicanos.
Setor de energia eólica segue em ascensão com apoio global do GWEC
Com sede em Bruxelas, na Bélgica, o GWEC é uma das principais entidades do setor de energia eólica no mundo. Reúne mais de 1,5 mil empresas e organizações de mais de 80 países, incluindo fabricantes, institutos de pesquisa, bancos e seguradoras.
A instituição tem atuado na defesa de políticas energéticas sustentáveis e na promoção de investimentos que acelerem a transição para fontes limpas. Com o avanço das tecnologias e a redução dos custos de produção, a energia eólica segue como um dos pilares mais promissores da matriz energética mundial — e as Américas têm desempenhado papel decisivo nessa transformação.