Um estudo inédito revelou um declínio preocupante no QI dos americanos em 4 de 5 áreas analisadas, levantando questões sobre os fatores que podem estar impactando a cognição na sociedade.
A pergunta que não quer calar é simples: os americanos estão ficando mais burros? A resposta, de acordo com um estudo recente, não é tão clara, mas revela um fenômeno preocupante.
A pesquisa, conduzida pela Northwestern University, sugere que as pontuações de QI nos Estados Unidos estão caindo. Quase todas as áreas cognitivas analisadas mostraram declínios, levantando questões sobre o futuro intelectual do país.
O Efeito Flynn reverso
Durante grande parte do século XX, o aumento das pontuações de QI foi um fenômeno global. Conhecido como “efeito Flynn“, esse aumento foi de cerca de três a cinco pontos por década.
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Contudo, o estudo realizado pela Northwestern University apontou para um reverso nesse efeito, que pode significar um declínio nas pontuações de QI entre os americanos.
Entre 2006 e 2018, o estudo analisou dados de 394.378 americanos e identificou quedas alarmantes em várias áreas cognitivas.
Se o aumento das pontuações de QI foi uma constante durante o século passado, agora, um declínio em quatro de cinco áreas cognitivas principais sugere que algo está mudando.
Quais áreas cognitivas foram afetadas nos americanos?
O estudo mostrou quedas significativas nas pontuações de QI em quatro áreas específicas:
- Raciocínio Verbal – Envolvendo lógica e vocabulário.
- Raciocínio Matricial – Relacionado à resolução de problemas visuais.
- Séries de Letras e Números – Focando em matemática e computação.
- Memória Verbal – Relacionada à lembrança de palavras.
Porém, a pesquisa também encontrou uma reviravolta interessante: o raciocínio espacial (rotacionamento 3D) teve um pequeno aumento. Entre 2011 e 2018, essa área apresentou uma leve melhoria, o que nos leva a questionar: se uma área está melhorando, o que isso significa sobre o cenário geral?
O que está por trás do declínio?
A explicação para esse declínio nas pontuações de QI não é simples. Alguns especialistas apontam fatores como má nutrição, deterioração da saúde e até a exposição excessiva à mídia. Contudo, os autores do estudo sugerem que mudanças no sistema educacional também podem estar impactando esses resultados.
Nos últimos anos, houve um foco crescente em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
Isso pode ter ocorrido em detrimento de outras habilidades cognitivas, como o raciocínio abstrato e o pensamento crítico. A ênfase em habilidades técnicas pode, portanto, estar deixando de lado áreas importantes do desenvolvimento intelectual.
Outra teoria, defendida pela pesquisadora Elizabeth Dworak, líder do estudo, sugere que os americanos podem simplesmente não estar mais preparados para realizar esses testes. Ela explica que as pessoas podem se envolver mais com testes de personalidade online, como o Projeto SAPA, do que com os testes cognitivos em si, o que pode afetar os resultados.
Assim, as pessoas podem não ter diminuído suas habilidades mentais, mas sim, suas aptidões para esse tipo específico de exame.
Mudanças nas pontuações de QI
O estudo também detalhou as mudanças nas pontuações de QI em cada domínio cognitivo entre 2006 e 2018:
Domínio Cognitivo | Mudança nas Pontuações |
---|---|
Raciocínio Verbal | Declínio significativo |
Raciocínio Matricial | Declínio significativo |
Série de Letras e Números | Declínio significativo |
Raciocínio Espacial (Rotação 3D) | Ligeiro aumento |
Estamos realmente FICANDO menos inteligentes?
Apesar dos resultados alarmantes, os pesquisadores alertam para o risco de conclusões precipitadas. Não necessariamente os americanos estão ficando menos inteligentes, mas pode haver mudanças em como abordam os testes cognitivos.
O estudo não tenta determinar os motivos por trás do declínio, apenas documenta as mudanças.
Talvez seja o caso de uma transformação social mais ampla, onde o foco maior nas disciplinas STEM pode estar diminuindo a ênfase em habilidades cognitivas essenciais. Com mais pessoas direcionando suas energias para a tecnologia e menos para as artes e humanidades, certos tipos de inteligência podem não ser mais tão valorizados ou desenvolvidos.
Os pesquisadores da Northwestern University não estão parando por aqui. Estão planejando um estudo de acompanhamento com dados de 40 anos para tentar entender melhor as causas dessa tendência alarmante.
Além disso, o impacto das mudanças sociais, como o aumento da mídia digital e o rápido avanço tecnológico, também pode ser um fator importante.
O estudo foi publicado na revista Intelligence e promete abrir caminho para novas investigações sobre o futuro da inteligência humana e os desafios que a sociedade enfrenta no século XXI.