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Americanas devolve 20% dos galpões para armazenamento dos produtos do seu e-commerce, desocupando um total de 159 mil m2 de espaço

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 22/02/2023 às 19:25
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Foto: Reprodução seudinheiro.com

A companhia já vinha devolvendo esses espaços de armazenamento antes do pedido de recuperação judicial

Gigante no comércio eletrônico, a Americanas já vinha devolvendo galpões para o armazenamento de produtos antes do pedido de recuperação judicial em janeiro. No início deste ano, a empresa deu continuação às devoluções: fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). Dessa forma, a operação no Ceará agora terá como base o centro de distribuição em Recife (PE).

A diminuição e a devolução de espaços de armazenamento pela Americanas tem se tornado uma preocupação para as empresas gestoras de condomínios de galpões logísticos. Essa atenção é ainda maior sobre os galpões localizados em regiões nas quais a taxa de desocupação já é alta ou onde a rede de lojas tem grande participação na ocupação dos armazéns. Nestes casos, a devolução dos galpões pode ter um impacto nos aluguéis.

159 mil m2 do espaço utilizado para o armazenamento em MG, SP e RJ foram devolvidos em 2022

Um levantamento feito pela SDS Properties – imobiliária especializada em galpões em condomínios logísticos – no Brasil revela que em 2022 a Americanas chegou a ocupar 830 mil metros quadrados (m²) em espaço de armazenamento.

Depois disso, foram desocupados 159 mil m2 que se localizavam em Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP). Ou seja, do espaço total utilizado, a empresa devolveu praticamente 20%.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, mais 69 mil m² em condomínios logísticos de armazenamento serão devolvidos pela Americanas neste ano, localizados na Grande Curitiba (PR), Grande Porto Alegre (RS) e Hortolândia (SP).

Especialista diz que as devoluções de galpões podem impactar preços em mercados

Simone Santos, CEO da imobiliária e responsável pelo levantamento, diz que “as devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados onde a vacância é elevada”. De todas as devoluções realizadas até agora, ela aponta esse risco para Porto Alegre (RS), onde a taxa de vacância chega a quase 17%. A cidade tem uma taxa bem acima da média nacional, que é de 10,4%, diz a especialista.

Entretanto, Simone diz que em outras regiões, como Grande Curitiba (PR), São Paulo e Grande Belo Horizonte (MG), o impacto das devoluções tende a ser menor, já que são áreas muito demandadas.

Das localidades onde a Americanas tem galpões alugados, cujas devoluções poderiam ter impacto no mercado, caso ocorram, Simone indica Recife (PE) e Pará, onde a rede ocupa 10% e 50% do estoque local, respectivamente. O Rio de Janeiro também chama sua atenção, onde a empresa ocupa cerca de 80 mil m² de galpões e a cidade tem uma das maiores taxas de vacância do Brasil, de 16%.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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