A companhia já vinha devolvendo esses espaços de armazenamento antes do pedido de recuperação judicial
Gigante no comércio eletrônico, a Americanas já vinha devolvendo galpões para o armazenamento de produtos antes do pedido de recuperação judicial em janeiro. No início deste ano, a empresa deu continuação às devoluções: fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). Dessa forma, a operação no Ceará agora terá como base o centro de distribuição em Recife (PE).
A diminuição e a devolução de espaços de armazenamento pela Americanas tem se tornado uma preocupação para as empresas gestoras de condomínios de galpões logísticos. Essa atenção é ainda maior sobre os galpões localizados em regiões nas quais a taxa de desocupação já é alta ou onde a rede de lojas tem grande participação na ocupação dos armazéns. Nestes casos, a devolução dos galpões pode ter um impacto nos aluguéis.
159 mil m2 do espaço utilizado para o armazenamento em MG, SP e RJ foram devolvidos em 2022
Um levantamento feito pela SDS Properties – imobiliária especializada em galpões em condomínios logísticos – no Brasil revela que em 2022 a Americanas chegou a ocupar 830 mil metros quadrados (m²) em espaço de armazenamento.
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Depois disso, foram desocupados 159 mil m2 que se localizavam em Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP). Ou seja, do espaço total utilizado, a empresa devolveu praticamente 20%.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, mais 69 mil m² em condomínios logísticos de armazenamento serão devolvidos pela Americanas neste ano, localizados na Grande Curitiba (PR), Grande Porto Alegre (RS) e Hortolândia (SP).
Especialista diz que as devoluções de galpões podem impactar preços em mercados
Simone Santos, CEO da imobiliária e responsável pelo levantamento, diz que “as devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados onde a vacância é elevada”. De todas as devoluções realizadas até agora, ela aponta esse risco para Porto Alegre (RS), onde a taxa de vacância chega a quase 17%. A cidade tem uma taxa bem acima da média nacional, que é de 10,4%, diz a especialista.
Entretanto, Simone diz que em outras regiões, como Grande Curitiba (PR), São Paulo e Grande Belo Horizonte (MG), o impacto das devoluções tende a ser menor, já que são áreas muito demandadas.
Das localidades onde a Americanas tem galpões alugados, cujas devoluções poderiam ter impacto no mercado, caso ocorram, Simone indica Recife (PE) e Pará, onde a rede ocupa 10% e 50% do estoque local, respectivamente. O Rio de Janeiro também chama sua atenção, onde a empresa ocupa cerca de 80 mil m² de galpões e a cidade tem uma das maiores taxas de vacância do Brasil, de 16%.