Lula visa acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Após queda de 45,7% em um ano, o desafio cresce com aumento de 33% em julho, destacando a importância do Prodes e Deter
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como uma de suas principais metas ambientais a redução do desmatamento ilegal na Amazônia a zero até 2030. Embora o governo tenha demonstrado avanços significativos, o desafio permanece monumental, especialmente diante do recente aumento na taxa de desmatamento observado em julho de 2024, após 15 meses consecutivos de queda.
Resultados de 2023 e o impacto do Prodes
O desmatamento ilegal na Amazônia brasileira caiu 45,7% no último ano, atingindo o menor nível desde 2016. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre 1º de agosto de 2023 e 31 de julho de 2024, a Amazônia perdeu 4.314 quilômetros quadrados de vegetação. Esse declínio é atribuído a esforços de fiscalização mais intensos e ao retorno de políticas ambientais robustas, enfraquecidas durante o governo anterior.
O sistema Prodes (Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia) tem sido fundamental para monitorar e controlar o desmatamento na região. Criado em 1988, o Prodes utiliza imagens de satélite, como as do Landsat, CBERS e Sentinel, para medir as taxas anuais de desmatamento por corte raso. O Prodes é considerado uma referência global em monitoramento de florestas, e suas medições são essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas de longo prazo que visam conter a destruição da Amazônia e do Cerrado.
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Entretanto, o Prodes não está sozinho nessa tarefa. Complementando-o está o sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que foi lançado em 2004 e fornece alertas diários sobre desmatamento, permitindo que as agências ambientais, como o Ibama, ajam rapidamente contra atividades ilegais. Enquanto o Prodes fornece uma visão anual mais precisa do desmatamento, o Deter permite uma resposta imediata a novos focos de destruição, desempenhando um papel crucial na prevenção de danos mais extensos.
Desafios recentes e variáveis influentes
Apesar da tendência de queda no último ano, o desmatamento ilegal teve um pico em julho de 2024, com a destruição de 666 quilômetros quadrados de vegetação. Esse aumento foi de 33% em comparação com julho de 2023 e de 44,4% em relação a junho de 2024. Esse crescimento pode ser explicado por uma combinação de fatores, como a seca intensa causada pelo fenômeno El Niño, a greve dos servidores do Ibama e a aproximação das eleições municipais, período em que prefeitos tendem a ser mais permissivos com atividades ilegais.
Impacto nos estados e unidades de conservação
A redução do desmatamento foi mais pronunciada em cinco dos nove estados que compõem a Amazônia brasileira. Rondônia, Amazonas, Acre, Mato Grosso e Pará registraram as maiores quedas percentuais. As Unidades de Conservação e os Territórios Indígenas também desempenharam um papel crucial nessa redução, com quedas de 67% e 50%, respectivamente.
O plano de Lula da Silva para alcançar o desmatamento ilegal zero até 2030 é ambicioso, mas essencial para a preservação do bioma amazônico. O fortalecimento dos recursos para a fiscalização e o uso contínuo de sistemas de monitoramento como o Prodes e o Deter serão fundamentais para alcançar esse objetivo. No entanto, o recente aumento no desmatamento serve como um alerta de que os desafios permanecem, exigindo vigilância contínua e políticas eficazes para garantir que a Amazônia continue a desempenhar seu papel vital no equilíbrio climático global.