Estruturas monumentais em Campanayuq Rumi revelam importância cultural e pedem preservação imediata
Uma descoberta arqueológica de grande impacto histórico foi feita em 2024, no Peru, despertando atenção internacional.
Duas escadarias monumentais e um altar de pedra, datados de mais de 3 mil anos, foram encontrados no sítio de Campanayuq Rumi, em Ayacucho.
Além disso, a revelação confirma a importância do Período Formativo dos Andes (2000 a.C. – 200 a.C.), quando sociedades já demonstravam organização complexa.
Estruturas que revelam espiritualidade e poder coletivo
A escavação, liderada por Yuri Cavero Palomino e apoiada pelo japonês Yuichi Matsumoto, revelou duas escadarias talhadas em pedra e um altar central.
Uma das estruturas mede quatro metros de altura e conta com dez degraus. Assim, o conjunto reforça que o espaço possuía funções religiosas e sociais.
No centro de uma praça quadrada rebaixada repousa o altar, utilizado provavelmente em rituais religiosos comunitários. Portanto, fica evidente que a arquitetura não tinha apenas caráter estético, mas também espiritual.
De acordo com Cavero, o formato lembra o complexo de Chavín de Huántar, localizado a mais de 600 quilômetros. Desse modo, o achado sugere interconexões culturais profundas já em 1000 a.C.
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Evidências de contatos culturais
Pesquisas indicam que Campanayuq Rumi não era um espaço isolado.
Evidências mostram contatos com as culturas Chavín e Paracas, além da circulação de obsidiana.
Consequentemente, o local se confirma como um elo fundamental em redes comerciais e religiosas andinas.
Assim, especialistas destacam que sociedades hierarquizadas e complexas já floresciam nos Andes muito antes do império inca.
Portanto, a descoberta amplia a compreensão sobre a formação cultural do continente.
Preservação como prioridade urgente
Apesar do valor histórico, o sítio enfrenta riscos de deterioração.
Cavero fez um apelo público em 2024 ao Ministério da Cultura e à população local para proteger Campanayuq Rumi.
Entretanto, segundo ele, ainda não existe um plano abrangente de conservação.
Entre as medidas sugeridas estão:
- Proteção estrutural das ruínas contra o desgaste natural
- Sinalização educativa adequada para visitantes
- Acessibilidade ao sítio arqueológico para a população
- Promoção de turismo responsável e sustentável
Assim, especialistas reforçam que preservar Campanayuq Rumi é também preservar a identidade cultural de Ayacucho.
Além disso, sua valorização pode gerar oportunidades econômicas e sociais para toda a região.
Apoio internacional e formação de novos arqueólogos
A pesquisa contou com financiamento do governo do Japão, por meio da Sociedade para a Promoção da Ciência. Além disso, envolveu estudantes da Universidade Nacional de San Marcos, da Universidade Nacional de San Cristóbal de Huamanga e da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP).
Assim, jovens pesquisadores tiveram contato direto com pedras talhadas há milênios. Para muitos, a experiência foi mais do que acadêmica. Foi um mergulho espiritual nos legados de seus próprios antepassados.
O futuro de Campanayuq Rumi
De acordo com especialistas, Campanayuq Rumi poderá se tornar um polo internacional de turismo arqueológico, se for preservado adequadamente.
Além disso, Ayacucho e o Peru podem consolidar sua imagem como herdeiros de tradições milenares.
Cada degrau das escadarias e cada pedra do altar contam histórias que atravessam séculos.
Portanto, a descoberta confirma que os Andes já abrigavam sociedades complexas antes mesmo dos incas.
Entretanto, o futuro do sítio depende de investimentos, preservação e consciência coletiva. Se protegido, Campanayuq Rumi poderá se tornar um símbolo de orgulho e desenvolvimento cultural para o Peru.