O consumo de energia voltou a subir em julho de 2025, puxado por residências e crescimento do mercado livre, levando à permanência da bandeira vermelha no país.
Após três meses de queda, o consumo de energia voltou a aumentar em julho de 2025, resultando na manutenção da bandeira vermelha, como apontado pelo Poder360 nesta terça-feira (02.set.2025). De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o país registrou 45.177 GWh, alta de 0,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O aumento interrompe uma tendência de retração e evidencia mudanças no comportamento de uso de eletricidade, principalmente nas residências.
Residencial lidera alta, enquanto indústrias consomem menos
O setor residencial apresentou crescimento significativo, com alta de 5,9% na comparação interanual. Por outro lado:
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- Indústria: -1,0%
- Comércio: -1,5%
- Outros setores: -3,6%
O aumento residencial reforça a atenção sobre a bandeira vermelha, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh na conta de energia elétrica.
Análise regional: Sul registra maior aumento
O crescimento do consumo não foi uniforme:
- Sul: +4,4%
- Nordeste: +1,7%
- Norte: +1,0%
- Sudeste: -1,1%
- Centro-Oeste: -1,1%
Segundo a EPE, o Sul cresceu devido à baixa base comparativa com julho de 2024, quando enchentes reduziram o consumo no Rio Grande do Sul.
Mercado livre cresce e domina quase metade do consumo
O mercado livre de energia continua se expandindo. Em julho de 2025:
- Consumo: 20.760 GWh (46% do total nacional)
- Crescimento do consumo: +4,8%
- Crescimento no número de consumidores: +49,7%
Destaques regionais:
- Sul: maior crescimento de consumo (+10,1%)
- Centro-Oeste: maior aumento de consumidores livres (+72,1%)
Em contraste, o mercado regulado, com 24.417 GWh (54% do consumo), caiu 2,8% no consumo, mas teve aumento de 1,7% no número de clientes.
Impacto da bandeira vermelha nas contas de energia
A Aneel anunciou que a bandeira tarifária vermelha nível 2 seguirá vigente em setembro de 2025. Isso significa:
- Acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos
- Necessidade de redução do consumo residencial
- Atenção especial para empresas que aumentaram o uso de energia
O cenário reforça que a economia de energia é essencial, principalmente para residências, que lideram o crescimento do consumo.
Consumo acumulado e tendências futuras
Nos últimos 12 meses, o consumo nacional totalizou 563.208 GWh, alta de 1,6%. O movimento de migração para o mercado livre deve continuar influenciando os números.
A expectativa é que regiões e setores adotem medidas de eficiência energética para reduzir custos e evitar impactos da bandeira vermelha.