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Alemanha testa novo trem de hidrogênio com autonomia de 1.100 km que atinge 140 km/h; tecnologia pode acelerar o fim do diesel no transporte ferroviário

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/06/2025 às 08:49
Alemanha testa novo trem de hidrogênio com autonomia de 1.100 km que atinge 140 km/h; tecnologia pode acelerar o fim do diesel no transporte ferroviário
Foto: Wikimedia Commons
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A Alemanha testa um trem movido a hidrogênio com autonomia de 1.100 km e velocidade de 140 km/h. Inovação pode marcar o fim do diesel no transporte ferroviário europeu.

A Alemanha está prestes a mudar para sempre a forma como os trens se movem. Em meio à crescente pressão para descarbonizar os transportes e eliminar o uso de combustíveis fósseis, o país europeu iniciou os testes de um novo trem a hidrogênio com autonomia de 1.100 km, capaz de atingir até 140 km/h. Mais do que uma inovação tecnológica, trata-se de um marco na inovação ferroviária global — e um indicativo de que o fim do diesel no transporte ferroviário pode estar mais próximo do que se imaginava.

O projeto está sendo liderado por empresas ferroviárias alemãs em parceria com gigantes do setor de mobilidade sustentável, com apoio de políticas públicas ambientais e subsídios estatais. O veículo foi desenvolvido para operar com células de combustível de hidrogênio, o que significa que seu único subproduto durante o funcionamento é vapor d’água.

O que é o trem a hidrogênio testado na Alemanha?

O modelo em teste na Alemanha é o Coradia iLint, desenvolvido pela empresa francesa Alstom, mas em cooperação com operadoras ferroviárias alemãs e sob regulamentação da Agência Federal de Transporte Ferroviário. O trem é o primeiro do mundo a entrar em operação regular com tecnologia de célula de combustível de hidrogênio.

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Essa célula de combustível converte o hidrogênio armazenado a bordo em eletricidade, alimentando motores elétricos e emitindo apenas vapor e água condensada. Trata-se de uma alternativa limpa, silenciosa e altamente eficiente em comparação com os tradicionais trens a diesel que ainda predominam em linhas não eletrificadas por toda a Europa.

Autonomia de 1.100 km e velocidade de 140 km/h: desempenho que impressiona

O Coradia iLint foi projetado para oferecer longa autonomia sem reabastecimento, tornando-o ideal para rotas regionais onde a eletrificação de trilhos seria cara ou inviável. Segundo a Euronews Green, o modelo em testes alcança uma impressionante autonomia de até 1.100 quilômetros, o que permite operar durante todo o dia sem necessidade de recarga.

Além disso, o trem é capaz de atingir velocidades de até 140 km/h, comparável aos trens diesel convencionais. Isso elimina a desvantagem de performance e reforça a viabilidade do hidrogênio como solução real no transporte ferroviário.

Fim do diesel no transporte ferroviário: uma tendência irreversível?

Atualmente, mais de 40% das linhas ferroviárias da Europa ainda utilizam trens a diesel, especialmente em áreas rurais e regiões montanhosas onde a eletrificação é economicamente inviável. No entanto, com o avanço da tecnologia de hidrogênio, a Europa vê uma oportunidade clara de reduzir emissões de carbono, melhorar a qualidade do ar e atingir suas metas climáticas.

A Alemanha, uma das líderes em política ambiental no continente, assumiu a dianteira ao introduzir os primeiros trens comerciais movidos a hidrogênio, com linhas operacionais no estado da Baixa Saxônia desde 2022. A nova geração em teste visa expandir o uso para outras regiões, incluindo Baden-Württemberg e Hessen, segundo a Deutsche Welle (DW).

Como funciona a tecnologia de célula de hidrogênio?

A propulsão do trem a hidrogênio baseia-se em um sistema de célula de combustível, onde o hidrogênio armazenado em tanques pressurizados reage com oxigênio do ar para gerar eletricidade. Essa eletricidade alimenta os motores e sistemas auxiliares do trem.

Principais vantagens técnicas:

  • Zero emissão de CO₂;
  • Baixo ruído operacional;
  • Menor custo de infraestrutura (em comparação com eletrificação de trilhos);
  • Reabastecimento rápido (cerca de 15 minutos);
  • Substituição direta dos trens diesel existentes.

A única emissão do trem durante o funcionamento é vapor d’água, o que elimina completamente os poluentes atmosféricos associados à queima de diesel.

Infraestrutura e logística: como abastecer trens a hidrogênio?

A implantação de trens movidos a hidrogênio exige uma rede de postos de abastecimento específicos, geralmente instalados próximos aos depósitos ferroviários. A Alstom e seus parceiros alemães construíram uma das maiores estações de reabastecimento de hidrogênio do mundo em Bremervörde, com capacidade de atender múltiplos trens simultaneamente.

Essa infraestrutura está sendo expandida para outros pontos estratégicos, com investimentos públicos e participação de empresas como Linde (especializada em gases industriais). A Alemanha vê o transporte ferroviário como um dos pilares para fomentar a economia do hidrogênio no país.

Economia do hidrogênio na Alemanha: transporte como vetor de crescimento

O uso de hidrogênio no transporte ferroviário é parte de uma estratégia maior do governo alemão para tornar-se líder mundial em tecnologias limpas e energia sustentável. Segundo a DW, o país planeja investir mais de € 9 bilhões em hidrogênio verde até o fim da década.

O setor ferroviário tem papel fundamental nesse plano, pois representa um dos poucos segmentos onde a substituição de diesel por hidrogênio é tecnicamente viável com impacto imediato. Além disso, o transporte por trens é responsável por uma fatia relevante das emissões de gases de efeito estufa na Europa.

A substituição de trens a diesel por trens movidos a hidrogênio pode reduzir drasticamente as emissões no setor. Um trem convencional a diesel pode emitir até 2.400 toneladas de CO₂ por ano, segundo a Agência Europeia de Meio Ambiente.

Com os trens a hidrogênio, essa emissão cai para zero, desde que o hidrogênio seja produzido por fontes renováveis — o chamado hidrogênio verde, obtido por eletrólise da água com uso de energia solar ou eólica.

Desafios e limitações atuais da tecnologia

Apesar dos avanços promissores, os trens a hidrogênio ainda enfrentam alguns desafios operacionais e logísticos, como:

  • Alto custo de produção do hidrogênio verde;
  • Necessidade de ampla infraestrutura de abastecimento;
  • Eficiência energética menor do que trens elétricos convencionais;
  • Baixa disponibilidade de hidrogênio em algumas regiões.

Por esses motivos, especialistas como os consultores técnicos da Railway Technology destacam que a tecnologia será complementar à eletrificação, e não substituta universal.

Perspectivas futuras: hidrogênio como solução global?

A adoção do trem a hidrogênio não é exclusiva da Alemanha. Países como França, Itália, Reino Unido, Japão e Estados Unidos também estão em fases avançadas de testes e implementação. A Alstom já fechou contratos para exportar o Coradia iLint para Áustria, Países Baixos e Canadá.

Segundo a Euronews Green, o sucesso alemão pode acelerar a aceitação mundial da tecnologia e reduzir os custos unitários à medida que a produção em escala aumenta.

O trem movido a hidrogênio é o futuro do transporte ferroviário?

Com uma impressionante autonomia de 1.100 km, velocidade competitiva e zero emissões, o novo trem movido a hidrogênio testado na Alemanha representa um salto tecnológico e ambiental. A proposta não é apenas substituir o diesel, mas também redefinir o papel do transporte ferroviário na transição energética global.

Ao unir inovação ferroviária, sustentabilidade ambiental e viabilidade operacional, a Alemanha mostra que o hidrogênio tem potencial real de moldar o futuro da mobilidade — não só sobre trilhos, mas em todos os modais de transporte que buscam soluções limpas e eficientes.

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Jailyn Schmitt
Jailyn Schmitt
07/06/2025 08:57

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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