Alemanha assume liderança europeia em exportações de defesa em 2024 e envia blindados, mísseis e bilhões em apoio militar para a Ucrânia

Relatório oficial revela recorde histórico de € 12,8 bilhões em exportações de defesa, consolidando Berlim como principal fornecedor europeu para Kiev.

A Alemanha consolidou em 2024 a sua posição como maior exportadora de defesa da Europa, após a divA Alemanha consolidou em 2024 sua posição como maior exportadora de defesa da Europa após a divulgação do Rüstungsexportbericht 2024, apresentada em 27 de agosto de 2025 pelo Ministério Federal para Assuntos Econômicos e Ação Climática (BMWK).

De acordo com os números oficiais, o país autorizou € 12,83 bilhões em exportações de armamentos, alcançando um recorde histórico. A Ucrânia recebeu € 8,15 bilhões, valor que correspondeu a 64% do total.

Além disso, as entregas efetivas chegaram a € 13,37 bilhões em 2024, demonstrando a capacidade da indústria alemã de defesa de responder rapidamente às demandas da guerra contra a Rússia.

Fornecimento de blindados, defesa aérea e artilharia

As remessas enviadas à Ucrânia em 2024 abrangeram três frentes principais de combate:

• Blindados e mobilidade terrestre — O pacote incluiu tanques Leopard 2A6, veículos de combate Marder, Puma e plataformas Boxer, além de veículos de apoio e engenharia.
• Defesa antiaérea multicamada — A Alemanha entregou sistemas IRIS-T, lançadores Patriot, baterias Skynex e unidades Gepard, reforçando a proteção contra drones e mísseis.
• Artilharia e reconhecimento — Também foram enviados obuseiros PzH 2000, munições de 155 mm, projéteis de precisão e drones de observação.

Portanto, o apoio forneceu mobilidade, defesa aérea e poder de fogo contínuo, elementos indispensáveis para a resistência ucraniana.

Licenças aprovadas e recusas estratégicas

Segundo o relatório oficial, 86% das licenças emitidas em 2024 seguiram para países da OTAN, União Europeia e aliados como Coreia do Sul e Singapura.

Entretanto, 62 pedidos de exportação não avançaram, incluindo solicitações de Paquistão, Tailândia e Malásia. Assim, o governo manteve uma postura seletiva e alinhada a critérios de segurança e compromissos internacionais.

Zeitenwende e transformação da política alemã

O recorde de 2024 fez parte da estratégia “Zeitenwende”, anunciada em 27 de fevereiro de 2022 pelo chanceler Olaf Scholz no Bundestag. Essa guinada reposicionou a Alemanha no cenário global de defesa.

Além disso, empresas como Rheinmetall e Krauss-Maffei Wegmann ampliaram suas linhas de produção e contrataram milhares de funcionários, fortalecendo a indústria bélica nacional.

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Debate interno sobre limites e responsabilidades

Apesar do avanço, o aumento das exportações reacendeu o debate dentro do país. Críticos alertaram que a Alemanha pode comprometer sua tradição de contenção diplomática.

Por outro lado, defensores argumentaram que o apoio à Ucrânia tornou-se essencial diante da invasão russa. Assim, a sociedade alemã dividiu-se entre preservar antigas restrições ou atender às exigências de segurança europeia.

Linha do tempo dos acontecimentos

• 27 de fevereiro de 2022 — Olaf Scholz anuncia a estratégia “Zeitenwende” no Bundestag.
• 18 de dezembro de 2024 — BMWK divulga números preliminares das exportações, com a Ucrânia como principal destino.
• 22 de janeiro de 2025 — O governo confirma consolidação dos dados e prioridade a Kiev.
• 27 de agosto de 2025 — Apresentação oficial do Rüstungsexportbericht 2024, confirmando recorde de € 12,83 bilhões.

Impacto europeu e global

Com os números de 2024, a Alemanha passou a ocupar posição central não apenas como maior economia da Europa, mas também como um dos principais fornecedores de armas da OTAN.

Além disso, o aumento nas exportações reforçou a influência alemã nas decisões de segurança europeia e remodelou seu papel no cenário de defesa mundial.

Enquanto isso, a Ucrânia, principal beneficiária, continuou a receber apoio militar em larga escala para sustentar sua resistência frente à ofensiva russa.

O que você acredita que deve prevalecer para a Alemanha: a tradição de cautela histórica ou a consolidação definitiva como potência militar global?

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