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AIRCAT Bengal MC: o navio de guerra autônomo que carrega 40 toneladas e cruza os mares a mais de 90 km/h

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 30/04/2025 às 10:08
o navio de guerra autônomo que carrega 40 toneladas e cruza os mares a mais de 90 km/h
Foto: Eureka Craft – Divulgação
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Embarcação militar considerada pela marca como “o navio de guerra autônomo mais poderoso do mundo” conta com inteligência artificial, lançamento de mísseis e capacidade operacional para alta ameaça.

A corrida por navios autônomos de guerra acaba de ganhar um novo protagonista. Desenvolvido pela norte-americana Eureka Naval Craft em parceria com a australiana Greenroom Robotics, o AIRCAT Bengal MC foi apresentado ao mercado como o navio de ataque naval autônomo mais avançado do mundo. A embarcação tem como destaque a capacidade de transportar carga útil de até 40 toneladas a velocidades superiores a 50 nós, o equivalente a cerca de 93 km/h — um marco para a categoria.

Segundo comunicado oficial das empresas, o navio será oferecido para a Marinha dos Estados Unidos, o Corpo de Fuzileiros Navais e países aliados pertencentes à OTAN e à aliança AUKUS, além de parceiros estratégicos na Ásia como Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Tailândia, Cingapura e Filipinas.

Navio autônomo AIRCAT Bengal MC redefine transporte e combate naval

Projetado para atuar em diversos cenários, o AIRCAT Bengal MC pode ser operado com ou sem tripulação. Sua arquitetura permite funcionar como plataforma de lançamento de mísseis, transporte de tropas, embarcação de apoio ao desembarque, base para drones ou ainda unidade de guerra eletrônica e antimina.

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A versatilidade é ampliada pelo software GAMA (Greenroom Advanced Maritime Autonomy), desenvolvido pela Greenroom Robotics ao longo de anos de testes com embarcações como o Sentinel PBAT, da Marinha Real Australiana. O sistema garante a autonomia operacional em situações de alta complexidade com uso de sensores inteligentes, IA e protocolos de segurança em rede.

Foto: Eureka Naval- Divulgação

Capacidade de ataque do Bengal MC inclui mísseis de cruzeiro e sistemas de enxame

O navio autônomo AIRCAT Bengal MC foi projetado para atuar em missões de alta intensidade com armamentos de última geração. A embarcação suporta o lançamento de mísseis de cruzeiro Tomahawk e mísseis de ataque naval NSM (Naval Strike Missile), o que eleva seu potencial ofensivo a patamares semelhantes aos de navios maiores, com custo e risco significativamente reduzidos.

Segundo Bo Jardine, CEO da Eureka Naval Craft, o Bengal MC representa uma mudança estrutural na lógica da guerra naval moderna:

“O AIRCAT Bengal MC oferece uma alternativa rápida, equipada com armamento de ponta, autônoma e capaz de carregar cargas muito maiores com maior velocidade. Isso aumenta a capacidade de reação em cenários de ameaça, reduzindo a dependência de grandes embarcações tripuladas.”

AIRCAT Bengal MC transporta até 40 toneladas com autonomia de mil milhas náuticas

Além da velocidade — superior a 50 nós, dependendo da carga — o Bengal MC também se destaca pela autonomia de até 1.000 milhas náuticas (cerca de 1.850 km), permitindo que a embarcação opere com eficiência em patrulhas de longa duração, missões de vigilância costeira e transporte estratégico de equipamentos ou soldados.

Com capacidade de carga de até 40 toneladas, a embarcação supera grande parte dos navios autônomos em atividade atualmente. Essa estrutura permite não apenas apoio logístico em operações militares, mas também uso tático em desembarques rápidos, inclusive em regiões de difícil acesso.

Sistema de inteligência artificial orienta decisões táticas em tempo real

O diferencial tecnológico do AIRCAT Bengal MC está na integração de inteligência artificial aos sistemas de navegação e combate. A IA é responsável por processar dados em tempo real, tomar decisões autônomas em situações críticas e ajustar rotas ou comportamentos conforme o ambiente marítimo.

Além disso, o navio possui sistemas de alerta situacional avançado e está pronto para atuar em enxames coordenados com outras embarcações da mesma classe. Isso permite à frota AIRCAT operar de forma conjunta com elevado grau de precisão e segurança, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a capacidade de dissuasão.

Outro ponto de destaque no projeto é o uso de construção modular, uma técnica que permite maior agilidade na fabricação e manutenção das embarcações. O conceito facilita o reparo de partes danificadas e reduz o tempo de inatividade das unidades.

Além disso, o Bengal MC foi projetado para ser mais eficiente em termos de consumo de combustível, o que diminui o custo operacional ao longo do tempo. A proposta das fabricantes é justamente entregar uma embarcação de baixo custo com poder ofensivo comparável aos navios de guerra tradicionais.

Frota AIRCAT inclui navios para missões específicas: Lynx, Jaguar e Panther

O Bengal MC integra a nova frota AIRCAT, que inclui outros modelos adaptados para diferentes tipos de operação: o Lynx, voltado a reconhecimento e resgate; o Jaguar, focado em ataque rápido; e o Panther, dedicado à logística não tripulada. Cada embarcação é construída com base em requisitos de missão, mantendo a base tecnológica comum.

A frota é totalmente interoperável e pode ser gerenciada em rede, permitindo estratégias conjuntas com divisão de tarefas autônomas entre os navios. Essa abordagem já está sendo avaliada para uso em operações de defesa costeira e vigilância em zonas marítimas disputadas.

Estratégia dos EUA mira guerra de baixo custo com apoio de aliados

O lançamento do AIRCAT Bengal MC ocorre em um momento em que os Estados Unidos e seus aliados buscam alternativas táticas mais acessíveis e eficazes para o enfrentamento de potenciais ameaças no Indo-Pacífico e no mar do Sul da China.

Ao oferecer um modelo capaz de operar de forma autônoma, rápida e armada, o projeto se encaixa na estratégia de dissuasão ampliada com menor exposição de vidas humanas. Além disso, a comercialização para países da OTAN e da AUKUS fortalece a interoperabilidade entre aliados ocidentais, em um contexto de crescente tensão geopolítica no Pacífico.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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