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Água de graça caindo do céu: captar a chuva com tecnologia sustentável reduz a conta em até 50% e ajuda o meio ambiente

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 03/07/2025 às 14:50
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Reduza o desperdício de água com um sistema de reaproveitamento caseiro! Saiba como usar a chuva de forma sustentável e economizar na conta

Imagine reduzir sua conta de água pela metade só por aproveitar algo que cai de graça do céu. No Brasil, onde desperdiçamos o equivalente a 7.636 piscinas olímpicas de água tratada por dia, segundo o Instituto Trata Brasil, adotar um sistema de reaproveitamento de água da chuva é mais do que uma escolha sustentável, é uma necessidade urgente. Com a nova Lei nº 14.546, sancionada em 2022, o governo brasileiro reforça a importância de reaproveitar água da chuva e águas cinzas em novas construções e atividades agrícolas, industriais e paisagísticas. Mas a boa notícia? Você não precisa esperar uma lei te obrigar. Com sistemas simples e acessíveis, qualquer pessoa pode transformar a chuva em economia e consciência ambiental. Vamos te mostrar como!

Por que investir na captação de água da chuva?

No Brasil, o desperdício de água é um problema gritante. Dados do Instituto Trata Brasil apontam que 7 bilhões de m³ de água tratada vão embora diariamente na distribuição. Dentro de casa, o cenário não é muito diferente: usamos água potável para lavar carros, regar plantas ou limpar quintais, quando a chuva poderia fazer esse trabalho. “A captação de água da chuva é uma solução prática e acessível para reduzir o consumo de água tratada e aliviar a pressão sobre os sistemas públicos”, explica Bárbara Gomes, arquiteta de uma rede de lojas de materiais de construção.

Além disso, a Agência Nacional de Águas (ANA) destaca que sistemas de reaproveitamento ajudam a enfrentar períodos de estiagem, cada vez mais comuns devido às mudanças climáticas. Com um investimento inicial relativamente baixo, é possível captar, armazenar e usar a água da chuva para tarefas que não exigem água potável, como limpeza e irrigação. E o melhor? A economia na conta de água pode chegar a 50%, segundo especialistas.

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Sistemas simples: tecnologia e investimento ao alcance de todos

Você não precisa ser um engenheiro para montar um sistema de reaproveitamento. Para quem mora em casa, a tecnologia pode ser tão simples quanto instalar calhas no telhado, conectar tubos de PVC e direcionar a água para um reservatório. Bárbara Gomes explica: “Com calhas, alguns metros de cano, um reservatório e uma mangueira, você já consegue captar água para usos imediatos, como lavar o carro ou regar o jardim.” Um kit básico, como a Mini Cisterna de 240 litros com filtros, dois metros de canos de PVC de 200 mm e uma mangueira elástica de 15 metros, sai por cerca de R$ 557, segundo levantamento da arquiteta. Se sua casa ainda não tem calhas, esse é um custo extra, mas que vale o investimento.

Para quem quer ir além, sistemas mais elaborados incluem cisternas subterrâneas, bombas e filtros avançados. Esses sistemas permitem armazenar a água por mais tempo e usá-la em atividades como lavagem de roupas ou descarga de banheiros, desde que tratada adequadamente. “A tecnologia de reaproveitamento está cada vez mais acessível. Hoje, até pequenos reservatórios de polietileno ou fibra de vidro são duráveis e fáceis de instalar”, diz João Silva, engenheiro ambiental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Materiais certos para um sistema sustentável

Escolher os materiais certos é o segredo para um sistema eficiente e duradouro. Aqui vai o checklist dos melhores itens, segundo Bárbara Gomes:

  • Telhado: Opte por telhas de cerâmica, concreto, metal (aço galvanizado ou alumínio) ou fibrocimento. Esses materiais são duráveis, não liberam substâncias tóxicas e facilitam a captação limpa da água. O fibrocimento, por exemplo, é leve e repele resíduos, simplificando a filtragem.
  • Calhas: Prefira PVC, alumínio ou aço galvanizado. Eles resistem à corrosão e são fáceis de limpar. Evite materiais como ferro não tratado, que enferrujam rápido.
  • Tubulações: Canos de PVC ou polietileno de alta densidade (PEAD) são ideais por sua resistência e facilidade de instalação.
  • Reservatórios: Concreto armado, polietileno ou fibra de vidro são escolhas seguras, pois não enferrujam e têm alta durabilidade.
  • Filtros: Use telas ou grelhas na entrada do reservatório para bloquear folhas e detritos. Filtros de areia, carvão ativado, membrana ou até ultravioleta (UV) garantem água mais limpa para usos prolongados.
  • Bombas: Escolha bombas submersíveis ou centrífugas de aço inoxidável ou plástico resistente, com motores selados para evitar infiltrações.

Quer um exemplo prático? A Tigre, uma das maiores fabricantes de materiais de construção do Brasil, oferece calhas e tubos de PVC que são perfeitos para esses sistemas, com preços acessíveis e instalação simples.

Cuidados para manter a água limpa

Reaproveitar a chuva é sustentável, mas exige atenção para evitar contaminações. “A água da chuva é naturalmente limpa, mas pode carregar sujeira do telhado ou das calhas”, alerta Bárbara. Para garantir a qualidade, siga estas dicas:

  • Instale filtros: Telas na entrada do reservatório removem folhas e detritos. Filtros mais avançados, como os de carvão ativado, eliminam impurezas menores.
  • Faça manutenção regular: Limpe calhas e reservatórios periodicamente para evitar acúmulo de sujeira.
  • Trate a água: Para usos mais exigentes, como lavagem de roupas, use cloro ou sistemas de radiação UV. Segundo a Sabesp, tratamentos simples podem tornar a água segura para várias finalidades.
  • Proteja o reservatório: Tampa bem vedada evita a entrada de insetos e roedores.
  • Monitore a qualidade: Testes periódicos, como os recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), garantem que a água está própria para o uso pretendido.
  • Cuide do telhado: Mantenha a superfície limpa e em bom estado para evitar que a água captada já chegue contaminada.

Benefícios que vão além da economia

Além de cortar a conta de água, investir em um sistema de reaproveitamento ajuda o meio ambiente. “Estamos vendo estiagens mais longas e severas. Captar água da chuva alivia a demanda por recursos hídricos e reduz a sobrecarga nas represas”, explica Ana Ribeiro, hidróloga da Embrapa. Em 2024, o Brasil enfrentou secas históricas em regiões como o Sudeste e o Nordeste, o que reforça a importância de soluções como essa.

A tecnologia também é uma aliada em áreas rurais. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), agricultores que adotam cisternas para irrigação conseguem manter a produção mesmo em períodos de seca. Para famílias urbanas, a economia financeira é um atrativo imediato. “Com um sistema bem planejado, a redução na conta de água pode ser significativa, especialmente em casas com quintais grandes”, diz Bárbara.

Faça você mesmo: o investimento é mais fácil do que parece

Montar um sistema básico não exige diploma de engenharia. Com calhas no telhado, tubos de PVC e um reservatório, você já pode começar. “É como montar um quebra-cabeça: as peças são simples, e o resultado é gratificante”, brinca João Silva, da Unifesp. Para quem quer algo mais robusto, vale contratar um profissional para instalar cisternas subterrâneas ou bombas, mas o investimento inicial ainda é acessível.

Quer um passo a passo? Comece verificando se seu telhado está limpo e em boas condições. Instale calhas que direcionem a água para um reservatório com filtro. Conecte uma mangueira ou bomba para usar a água onde precisar. Sites como o da Tigre oferecem guias detalhados para instalação de calhas e tubulações.

Junte-se à revolução da água sustentável

Reaproveitar a água da chuva é mais do que uma tendência, é uma atitude que combina investimento, sustentabilidade e responsabilidade. Com materiais acessíveis e um pouco de planejamento, qualquer pessoa pode transformar a chuva em uma aliada. “É uma mudança que começa em casa, mas impacta o planeta”, resume Ana Ribeiro.

E aí, já pensou em captar a água que cai no seu quintal? Conta pra gente nos comentários o que achou dessas dicas ou compartilhe o artigo com quem precisa dessa ideia! Sua história pode inspirar outros a adotarem essa prática sustentável.

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Jack M. Sickermanns
Jack M. Sickermanns
04/07/2025 19:52

Existe desde 2007 a norma ABNT 15.527 (atualizada em 2019) que dá regras para aproveitar a água de cchuva. Além disso, muitas cidades já tem leis que pedem a retenção da chava para que o que sai do lote não aumenta o volume que causa enchentes nas ruas.

Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, baseado no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Busco traduzir assuntos complexos em conteúdos acessíveis, com rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico.

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