Mais de 500 lideranças do setor público e privado debateram sustentabilidade, bioenergia e clima, reforçando o papel estratégico do agronegócio na agenda global.
Uma discussão de alto nível sobre sustentabilidade ocorreu em 8 de setembro de 2025, em São Paulo. A Uma discussão de alto nível sobre sustentabilidade ocorreu em 8 de setembro de 2025, em São Paulo. A edição especial do Potência Verde, organizada pela CNN Brasil, reuniu autoridades políticas, executivos e especialistas. O objetivo foi, acima de tudo, debater o papel do Brasil na agenda climática internacional, com destaque para agricultura, transição energética e preservação ambiental.
Agricultura tropical é destacada como ativo estratégico
A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira afirmou que a agricultura deve ser vista como solução e não como problema climático. Para ela, o agronegócio brasileiro tem condições de se tornar referência mundial na redução de emissões.
Além disso, Teixeira explicou que a agricultura tropical é um ativo estratégico. Contudo, o país ainda enfrenta o desafio de conciliar produção e preservação ambiental. Por isso, a ex-ministra reforçou a importância da dimensão social no debate. Ela destacou os refugiados climáticos e a necessidade de integração entre os diferentes “Brasis”.
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Teixeira também ressaltou as expectativas em torno da COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém. O evento será, dessa forma, crucial para alinhar as estratégias do Brasil às demandas globais de descarbonização.
Desmatamento compromete imagem internacional do Brasil
O ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse que o Brasil mantém o título de “potência verde”. Entretanto, sofre com os impactos do desmatamento elevado.
Capobianco lembrou que os índices caíram em todos os biomas, inclusive no Cerrado. Ainda assim, os números continuam altos e, portanto, ofuscam os bons resultados ambientais do país.
Ele defendeu, além disso, maior incentivo a políticas de remuneração pelo sequestro de carbono. Dessa forma, os produtores rurais podem participar ativamente e consolidar a imagem positiva do Brasil no cenário internacional.
Transição energética avança com etanol e eletrificação
Durante o painel sobre energia, João Irineu Medeiros, executivo da Stellantis, destacou que a descarbonização pode avançar com a combinação entre veículos elétricos e etanol.
Segundo ele, mais de 30% da frota brasileira já roda com etanol. O combustível renovável, portanto, oferece desempenho semelhante ao dos veículos elétricos quando se fala em redução de emissões.
Na mesma linha, Cesar Barros, CEO do Centro de Tecnologia Canavieira, destacou a eficiência da cana-de-açúcar. Ele afirmou que é possível aumentar a produtividade sem expandir a área plantada. Assim, garante-se maior resiliência diante das mudanças climáticas e reforça-se o papel do etanol como combustível estratégico.
Série especial sobre integração regional é anunciada
O encontro também marcou o lançamento da série “Rota Bioceânica: Brasil rumo ao Pacífico”, apresentada pelo jornalista Caio Junqueira.
A produção terá cinco episódios exibidos no CNN Prime Time a partir de 15 de setembro de 2025. A série mostrará, portanto, os desafios e as oportunidades do corredor bioceânico, que ligará o Atlântico ao Pacífico e integrará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
No dia 20 de setembro de 2025, a CNN exibirá um documentário especial com os principais momentos da série. A proposta é, sobretudo, mostrar como a rota pode impulsionar as exportações e fortalecer as economias da região.
Compromisso com a sustentabilidade é reforçado
Além de promover os debates, a CNN Brasil compensou 12,1 toneladas de dióxido de carbono emitidas durante a realização do evento.
A edição especial do Potência Verde contou ainda com apoio da Stellantis, Bayer e Governo do Mato Grosso, que participaram como patrocinadores. Assim, a iniciativa consolidou o compromisso com práticas sustentáveis.
Impactos estratégicos discutidos no encontro
- Agricultura tropical apresentada como solução climática global.
- Desmatamento continua como desafio central da imagem internacional do Brasil.
- Etanol e eletrificação vistos como caminhos viáveis para a mobilidade sustentável.
- Cana-de-açúcar apontada como combustível estratégico na transição energética.
- Rota Bioceânica lançada como alternativa logística para integração regional.
O encontro confirmou que o Brasil é peça central na agenda climática mundial. Contudo, o país ainda precisa alinhar produção, preservação e inclusão social.
Diante disso, fica a pergunta: o país será capaz de transformar seu potencial em liderança global até a COP30 em Belém?