A estimativa da multinacional Toyota de produzir 9 milhões de carros, infelizmente, será interrompida pela inacabável crise de semicondutores, que perdura desde o ano passado
A Toyota anunciou que sua produção de veículos neste ano fiscal, que acaba em março, deve ser menor que o estimado, por conta da permanência da crise dos semicondutores, que está afetando toda a indústria automotiva. Em um comunicado divulgado nesta terça (18), a multinacional japonesa explicou que provavelmente não atingirá a meta de 9 milhões de carros e que precisou diminuir a fabricação global prevista para o próximo mês deste ano em aproximadamente 150 mil unidades, para 700 mil carros.
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Crise de semicondutores faz com que Toyota suspenda a produção de todas as suas fábricas
A multinacional Toyota destaca que os ajustes nos planos de produção foram dificultados pela falta de peças, que ocorreu pelo avanço da covid-19 em todo o mundo.
A empresa suspendeu a fabricação de algumas de suas unidades e afirmou que continuará examinando a situação e consultando as empresas envolvidas, a fim de fazer possíveis substituições frente à permanente crise de semicondutores. A multinacional iniciou o ano fiscal otimista, desafiando seus concorrentes e registrando lucros recordes apesar dos primeiros indícios da crise de semicondutores.
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Entretanto, na metade do ano passado, os ventos mudaram, e a marca, assim como várias outras, sentiu o impacto da escassez de peças, sendo obrigada a fazer alterações profundas em seus planos de produção.
Confira os modelos que foram afetados pela crise mundial de semicondutores
As paralisações impactaram fábricas da empresa no mundo todo, incluindo as plantas nacionais de Porto Feliz e Sorocaba. Os cortes mais recentes, feitos no Japão, atingem diretamente a produção de modelos como Toyota Prius, C-HR, RAV4 e Camry, assim como veículos da divisão de luxo, como os sedãs LS e IS e os crossovers NX e UX.
Embora ainda haja uma grande crise de semicondutores, a multinacional Toyota registrou um acréscimo considerável de 48% no lucro operacional no segundo trimestre fiscal, dos meses de julho a setembro.
O resultado foi alcançado devido ao controle de custos agressivo e às taxas de câmbio favoráveis. Não à toa, a marca elevou suas previsões de lucro do ano inteiro para níveis quase recordes, mesmo reduzindo as perspectivas de comercialização. Apesar da crise, a japonesa não deixou de inovar e lançou vários modelos, como o Toyota C+pod, que conta com uma autonomia de 150 km e velocidade máxima de 60 km, focado em adolescentes e idosos.
Setor automotivo segue dependendo dos semicondutores para alavancar produção
A recuperação do setor automotivo depende, principalmente, do arrefecimento da escassez de semicondutores, que se instalou ainda em 2020. Todo produto digital necessita dos chips, que não são exatamente idênticos, mas geralmente produzidos pelos mesmos fornecedores.
Com a chegada da pandemia, a cadeia de suprimentos dos chips foi interrompida, diante de surtos de covid em locais como a Malásia, uma das grandes fornecedoras do produto. Enquanto isso, a demanda se expandiu, impulsionada pela procura por grandes telas, celulares, entre outros.
Quando a produção começou a se reerguer, ela focou na indústria de tecnologia, que é um dos maiores compradores, tendo em vista que as montadoras de veículos não são clientes tão expressivos para o setor.