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Aeroporto Santos Dumont, no RJ, tem leilão adiado para 2023 e acontecerá junto com o do Galeão

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 12/02/2022 às 15:00
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Foto: Reprodução Google Imagens (via site Melhores Destinos)

Changi devolverá o aeroporto Galeão à União, o que levou o ministro da Infraestrutura divulgar o adiamento do leilão do Santos Dumont

Na quinta-feira, dia 10, foi anunciado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que o leilão do Aeroporto Santos Dumont provavelmente acontecerá  somente no segundo semestre do ano que vem, junto com o do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

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A empresa Changi, de Singapura, que administra o RIOGaleão, tomou a decisão de devolver a concessão do aeroporto à União, através de formalização junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). 

O leilão do aeroporto Santos Dumont tinha previsão para ocorrer na sétima rodada de concessões aeroportuárias. Segundo o G1 Rio, agora o leilão acontecerá na oitava rodada.

“A 7ª rodada já vinha seguindo de forma autônoma, com o Santos Dumont isolado. Esse movimento da Changi gera para nós outra conduta. Com a devolução, não faz sentido o Santos Dumont ser isolado. Vamos estudar os dois aeroportos conjuntamente”, afirmou Tarcísio.

Com previsão de esvaziamento do aeroporto Galeão, o leilão do Santos Dumont vem provocando críticas por parte de empresários e autoridades, principalmente da Prefeitura do Rio e do Governo do Estado, visto que causaria prejuízos à cidade e ao estado.

“Isso é algo muito interessante que, nessa modelagem, vamos poder considerar os dois aeroportos juntos. Muda-se o que estava sendo pensado. E a gente se adaptou rapidamente a isso. A devolução resolve uma série de questões e tira uma série de preocupações”, complementa o ministro.

Para o governador do RJ, Cláudio Castro (PL), a devolução do aeroporto seria uma ótima oportunidade para fazer a relicitação junto do leilão do Santos Dumont, segundo publicou em rede social: “Vamos trabalhar para valorizar os dois aeroportos e construir o melhor resultado o estado”, escreveu ele.

Além disso, Castro também afirmou que já houve orientação ao Grupo de Trabalho que analisa a modelagem para que encontre forma de garantir que a escolha da Changi “seja um instrumento de recuperação do sistema aeroportuário do RJ”.

Crítica do presidente da Alerj

O deputado do PT André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), esclareceu em nota que a divulgação da devolução da concessão do Galeão “é péssimo para imagem do Brasil, para economia do Rio de Janeiro, e mais um resultado da falta de coordenação que existe na infraestrutura aeroportuária da região Sudeste, especialmente do Rio de Janeiro”.

Ceciliano acrescentou, ainda: “Aqui, a autofagia aliada à crise, da Covid, tornou inviável a operação do Galeão, hoje desinteressante até para grandes investidores internacionais. Receber a notícia de que o grupo que opera o aeroporto considerado o mais moderno do mundo, o de Singapura, é péssimo para aqueles que querem investir em infraestrutura no Brasil”.

“Para mim, que sempre lutei para o equilíbrio do funcionamento dos terminais do Centro e da Ilha, fica óbvio que, com esse comunicado, a licitação do Santos Dumont tem que ser imediatamente suspensa para se discutir uma nova modelagem para o Rio de Janeiro que torne viável as operações do Aeroporto Internacional do Galeão, não só em passageiros, mas também na movimentação de cargas e manutenção de aeronaves”, finalizou ele.

Indenizações às concessionárias do aeroporto Galeão

Conforme explicação de Tarcísio de Freitas, a Changi e a Infraero deverão ser indenizadas pelo Governo. Porém, existe a possibilidade da União assumir o pagamento ou de o novo concessionário, selecionado pela outorga paga anualmente, fazer isso.

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro, explicou que a Infraero deverá ser indenizada também pelo motivo de a empresa pública ser sócia minoritária da Changi no Galeão, detendo 49% da concessão.

“A sociedade propósito específico tem 51% de propriedade da Changi, e 49% de propriedade da Infraero. Então, a Infraero é minoritária nesse processo, mas ela adere conjuntamente, por meio da concessionária, à relicitação, e ela terá direito a indenização na proporção da sua participação”, afirmou ele. Segundo Saggioro, os cálculos acerca das indenizações serão realizados e o pagamento será proporcional à porcentagem de participação. “É assim que funciona o mecanismo que a gente já vem aplicando em outros aeroportos também”, concluiu o secretário.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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