Acre lidera ranking de estados com energia solar mais barata do Brasil em 2025, com custo médio de R$ 2,24 por Watt-pico, segundo a Solfácil.
Apesar de estar localizado na região Norte — tradicionalmente marcada pelos maiores custos logísticos e operacionais do país — o Acre alcançou, em 2025, a liderança no ranking nacional de estados com energia solar mais barata do Brasil. O dado foi divulgado na quarta-feira (23) pela empresa Solfácil, referência no setor de energia renovável, e indica um custo médio de R$ 2,24 por Watt-pico (Wp) no segundo trimestre do ano.
Esse valor coloca o estado à frente de unidades federativas como Alagoas (R$ 2,27/Wp) e Amazonas (R$ 2,31/Wp), superando inclusive a média nacional de R$ 2,51/Wp. A análise posiciona o Acre como o melhor destino do país para quem deseja investir em sistemas fotovoltaicos em 2025.
Energia solar mais barata do Brasil em meio à alta nos equipamentos
O cenário é ainda mais surpreendente se considerado o contexto de aumento nos preços dos equipamentos solares. Isso se deve, sobretudo, à nova taxa de exportação sobre painéis solares aplicada pela China, maior fornecedor mundial da tecnologia.
No entanto, segundo a Solfácil, a recente queda nos preços do polissilício — matéria-prima usada na fabricação das placas solares — ajudou a compensar os custos e puxar os valores para baixo, o que contribuiu diretamente para tornar o Acre o estado com energia solar mais barata do Brasil.
A pesquisa revela também que o setor de geração distribuída, modalidade em que o próprio consumidor gera sua energia, segue em expansão acelerada. Até junho de 2025, o Brasil já contava com mais de 3,66 milhões de sistemas solares conectados à rede elétrica, conforme o Infográfico Solfácil baseado em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
O destaque vai para os consumidores residenciais, que continuam sendo o principal motor de crescimento do setor. De janeiro a junho deste ano, foram cerca de 419 mil novos sistemas conectados, com foco maior em soluções de menor porte, que atendem residências e pequenos comércios.
Sistemas menores ganham protagonismo no cenário nacional
A preferência por sistemas de menor potência, geralmente mais acessíveis, reflete uma mudança no perfil dos consumidores. Em 2025, equipamentos com potência entre 3 e 6 kilowatts-pico (kWp) representaram 46% das novas conexões — faixa comum em telhados residenciais e estabelecimentos comerciais de pequeno porte.
Para comparação, essa mesma faixa era responsável por apenas 35% das instalações em 2017. Atualmente, 82% de todos os sistemas fotovoltaicos do Brasil estão instalados em residências, enquanto o setor comercial e o rural possuem 8% cada. A indústria, por sua vez, responde por apenas 1% das conexões.
A atratividade da energia solar mais barata do Brasil não está restrita ao Acre. O CEO da Solfácil, Fabio Carara, reforça que investir em sistemas solares continua sendo economicamente vantajoso, principalmente para o consumidor final.
“O custo das placas solares segue em queda, o retorno sobre o investimento é rápido, normalmente em menos de três anos, e a conta de luz não para de subir”, afirma Carara.
A combinação entre economia imediata e retorno acelerado fortalece a adoção da energia solar como uma alternativa viável para milhares de brasileiros, mesmo com mudanças regulatórias.
Centro-Oeste lidera em proporção de usuários com energia solar
Outro ponto de destaque do estudo é o avanço regional da geração solar. O Centro-Oeste aparece na liderança em termos proporcionais: 9,5% das unidades consumidoras da região já possuem sistemas solares instalados.
Em seguida, vêm o Sul (7,6%), Norte (5,6%), Sudeste (5,2%) e Nordeste (5,1%). Apesar do crescimento em todo o território nacional, os dados indicam que o potencial da energia solar ainda está longe de ser totalmente explorado — especialmente no Nordeste, que possui uma das maiores incidências solares do planeta.
São Paulo, Bahia e Minas Gerais lideram em novas conexões
Em números absolutos, São Paulo, Bahia e Minas Gerais foram os três estados com maior número de novas conexões entre julho de 2024 e junho de 2025. Juntos, os três responderam por quase 30% das novas instalações no país.
São Paulo lidera com 159 mil novas conexões, seguido pela Bahia com 69 mil, e Minas Gerais com 64 mil. Mato Grosso (63 mil) e Rio Grande do Sul (53 mil) completam a lista dos cinco primeiros colocados.
Queda nos preços, crédito acessível e novo marco regulatório impulsionam setor
O crescimento do número de sistemas solares em todo o Brasil é impulsionado por diversos fatores. Além do avanço tecnológico e da redução dos custos dos equipamentos, há também o papel do crédito facilitado para aquisição dos sistemas — modelo em que empresas como a própria Solfácil são protagonistas.
Outro estímulo relevante é o marco legal da geração distribuída, aprovado em 2022, que trouxe maior segurança jurídica para investidores e consumidores. Mesmo com a transição das regras de compensação iniciada em 2023, o modelo segue atrativo para quem busca autonomia energética e economia na conta de luz.
A Solfácil, considerada o maior ecossistema de soluções solares da América Latina, realiza acompanhamentos mensais da evolução da geração distribuída no Brasil, cruzando dados públicos da ANEEL com análises de mercado.
Esses relatórios são uma ferramenta importante tanto para consumidores quanto para integradores e investidores, permitindo decisões mais estratégicas e embasadas no cenário real de preços, demanda e penetração regional da tecnologia.