Descoberta de um acervo de moedas de prata milenar impressiona pesquisadores e revela detalhes sobre um período histórico marcado por desafios e transformações
Arqueólogos descobriram um tesouro histórico nos arredores de uma usina nuclear em construção na costa de Suffolk, na Inglaterra. Um esconderijo com moedas de prata do século XI foi encontrado em ótimo estado de conservação. A descoberta pode ajudar a entender melhor um período turbulento da história inglesa.
Andrew Pegg, pesquisador da Oxford Cotswold Archaeology (OCA), foi quem encontrou as moedas. Ele conta que ficou “tremendo” ao ver a primeira moeda surgindo no solo. “Eu estava tremendo quando o desenterrei pela primeira vez, vendo uma única ponta de moeda me espiando! Uma cápsula do tempo arqueológica perfeita. As informações que estamos aprendendo com isso são impressionantes e estou muito orgulhoso de ter acrescentado à história da minha própria pequena parte de Suffolk.”
O tesouro contém moedas anglo-saxônicas feitas entre os anos de 1036 e 1044, período que inclui a coroação do rei Eduardo, o Confessor, em 1042.
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Arqueologia Oxford Cotswold
O período histórico das moedas
O Rei Eduardo, o Confessor, governou a Inglaterra em um período de muitos conflitos. Seu reinado foi marcado por disputas políticas e pelo exílio de opositores. Segundo especialistas, esconder dinheiro pode ter sido uma medida de proteção contra as mudanças de governo.
Alexander Bliss, especialista da OCA, explicou que as moedas somavam 320 pence, valor que, na época, poderia comprar até 16 vacas.
Para ele, o dono do tesouro pode ter temido o novo governo e decidiu esconder sua riqueza. “Talvez o dono do tesouro estivesse preocupado com o novo regime [ou] situação política e instabilidade social mais ampla, tomando medidas para esconder sua riqueza. Existem agora três tesouros desse período (1042 a 1044) conhecidos em toda a Inglaterra, o que fortalece a ideia de que os primeiros anos do reinado de Edward não foram calmos”, afirmou Bliss.
Os pesquisadores ressaltam que somente três tesouros desse período (1042-1044) foram encontrados na Inglaterra. Isso sugere que guardar dinheiro enterrado pode ter sido mais comum do que se pensava.
Como as relíquias foram preservadas
Além do valor histórico das moedas, os arqueólogos ficaram surpresos com a maneira como elas foram protegidas. Elas estavam dentro de um saco envolta em uma folha de chumbo moldada à mão e depois embrulhadas em tecido. Esse cuidado ajudou a manter as moedas bem preservadas por quase mil anos.
Bliss explicou que manter a bolsa intacta foi fundamental para o estudo. “Neste caso, preservar a bolsa foi muito importante porque ela faz parte do ‘objeto’ geral como um elemento de contenção para as moedas. Também queríamos entender se o chumbo era apenas um pedaço de folha ou se havia sido destacado de um objeto maior.” disse.
Os pesquisadores ainda analisaram se a folha de chumbo era apenas um invólucro ou se fazia parte de um objeto maior.
Outro detalhe importante é que algumas moedas vieram de escritórios de cunhagem menores e menos conhecidos da Inglaterra rural. Isso torna o achado ainda mais valioso, pois ajuda a entender melhor a produção e distribuição de moedas naquele período.
O mistério sobre o dono das moedas de prata
Os pesquisadores ainda não sabem quem era o dono das moedas, mas levantam algumas possibilidades. Ele pode ter sido alguém influente na região e, por algum motivo, teria perdido sua riqueza com o novo governo.
Outra possibilidade é que o proprietário tenha perecido antes de recuperar seu dinheiro. Bliss sugere que ele também pode ter sido convidado a sair do país. “Eles podem ter sido impedidos de recuperá-las devido a outros meios, por exemplo, se eles deixaram ou foram exilados do país e não puderam retornar“, disse o especialista.
A descoberta feita em Suffolk é mais uma peça da história anglo-saxônica. O estudo dessas moedas pode revelar detalhes importantes sobre os primeiros anos do reinado de Eduardo, o Confessor.
Com informações de New York Post.