1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Abundância de água líquida em Marte — descoberta pode mudar o que sabemos sobre o planeta vermelho
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Abundância de água líquida em Marte — descoberta pode mudar o que sabemos sobre o planeta vermelho

Publicado em 19/03/2025 às 08:49
Água líquida em Marte, Água em Marte, Descoberta, Planeta Vermelho
Créditos da imagem: Pixabay
  • Reação
Uma pessoa reagiu a isso.
Reagir ao artigo

Novas descobertas científicas apontam grandes reservas de água sob a superfície de Marte, alimentando a esperança da existência de vida microbiana e impulsionando futuras explorações espaciais

Cientistas japoneses encontraram novas evidências de água líquida presa na crosta de Marte. O estudo, baseado em dados sísmicos do módulo de pouso InSight da NASA, reforça descobertas anteriores e levanta questões sobre a possibilidade de vida microbiana no planeta vermelho.

Novas evidências fortalecem pesquisas anteriores

Em 2024, um estudo já havia apontado a presença de grandes quantidades de água no subsolo marciano, entre 11,5 e 20 quilômetros abaixo da superfície. Agora, cientistas do Japão confirmaram esses indícios por meio de novas análises.

O estudo foi conduzido por Ikuo Katayama, da Universidade de Hiroshima, e Yuya Akamatsu, do Instituto de Pesquisa de Geodinâmica Marinha. Utilizando dados do InSight, os pesquisadores identificaram mudanças nas ondas sísmicas que sugerem a presença de água subterrânea.

Muitos estudos sugerem a presença de água no antigo Marte bilhões de anos atrás. Mas nosso modelo indica a presença de água líquida no Marte atual.”, afirmou Katayama. A afirmação reforça a teoria de que Marte, apesar de sua aparência árida, ainda pode abrigar água em seu interior.

Água líquida em Marte: como a descoberta foi feita

A pesquisa utilizou dados do Seismic Experiment for the Interior Structure (SEIS), um sismômetro sensível que detecta tremores internos em Marte. O SEIS foi implantado pelo InSight em 2018 e já registrou inúmeros marsquakes e impactos de meteoritos.

Os cientistas analisaram o comportamento de dois tipos de ondas sísmicas:

  • Ondas P, que se propagam de maneira semelhante ao som e desaceleram em materiais menos densos.
  • Ondas S, que se movem perpendicularmente à direção da propagação e não atravessam líquidos.

A análise revelou dois limites distintos nos dados sísmicos, indicando mudanças abruptas no comportamento das ondas. Isso sugere que a água pode estar preenchendo rachaduras e poros nas rochas do subsolo.

Testes laboratoriais confirmam os resultados

Para validar a hipótese, os pesquisadores usaram amostras de diabásio de Rydaholm, uma rocha da Suécia com composição semelhante à crosta marciana. As amostras foram submetidas a testes em condições secas, úmidas e congeladas.

Os resultados mostraram padrões sísmicos similares aos observados em Marte, reforçando a ideia de que a água pode estar presente no subsolo do planeta. Isso aumenta a confiança na interpretação dos dados obtidos pelo InSight.

Marte ainda pode ter água

Os cientistas estimam que Marte possa conter água subterrânea suficiente para cobrir toda sua superfície com um oceano global de até dois quilômetros de profundidade. No entanto, essa água está aprisionada na rocha e pode ser difícil de acessar com a tecnologia atual.

Mesmo assim, a descoberta tem implicações importantes. Se houver água líquida, existe a possibilidade de atividade microbiana subterrânea. “Se houver água líquida em Marte, a presença de atividade microbiana é possível”, destacou Katayama.

Descobertas anteriores reforçam o cenário

As evidências de um passado aquático em Marte são amplas. Imagens de satélite mostram vales de rios e leitos de lagos antigos. Rovers como o Curiosity já encontraram minerais que se formam na presença de água. No mês passado, cientistas identificaram pela primeira vez vestígios de praias antigas em Marte.

O estudo japonês se soma a um crescente conjunto de pesquisas que sugerem que Marte já teve um ambiente úmido e talvez ainda retenha água em algumas regiões.

Os desafios para a exploração futura

Apesar da empolgação com as descobertas, há desafios técnicos consideráveis. A água detectada está em profundidades de até 20 quilômetros, muito além do alcance das perfurações possíveis hoje.

Além disso, os dados sísmicos, por si só, não podem confirmar de maneira definitiva a presença de água. Outras explicações, como variações na composição das rochas, também precisam ser consideradas. Para validar completamente a descoberta, novas missões e tecnologias serão necessárias.

O módulo de pouso InSight encerrou suas operações em 2022, mas seus dados continuam fornecendo informações valiosas sobre Marte. A enorme quantidade de registros sísmicos coletados deve manter os cientistas ocupados por muitos anos.

O estudo japonês reforça o impacto da missão InSight e destaca como os dados continuam gerando descobertas científicas relevantes. O entendimento sobre Marte está evoluindo, e cada nova evidência fortalece a perspectiva de que o planeta pode ser mais dinâmico do que se pensava.

Com informações de ZME Science.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Romário Pereira de Carvalho

Já publiquei milhares de matérias em portais reconhecidos, sempre com foco em conteúdo informativo, direto e com valor para o leitor. Fique à vontade para enviar sugestões ou perguntas

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x