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ABME defende geração distribuída como pilar da transição energética brasileira

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 05/09/2025 às 07:17
Painéis solares e postes de energia sob céu azul com nuvens.
Conjunto de painéis solares ao lado de postes de energia, com céu azul e nuvens ao fundo.
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Descubra como a geração distribuída como pilar fortalece a transição energética no Brasil, promovendo sustentabilidade, equidade e modernização do setor elétrico.

A transição energética no Brasil se tornou um tema central nos debates sobre sustentabilidade, economia e desenvolvimento social. Nos últimos anos, o país diversificou sua matriz energética, saindo de um modelo altamente centralizado para um sistema mais dinâmico e participativo.

Nesse sentido, a geração distribuída como pilar assume um papel essencial para garantir que essa transformação beneficie todos os setores da sociedade, de forma eficiente e ambientalmente responsável.

Historicamente, o setor elétrico brasileiro concentrou-se em grandes hidrelétricas e sistemas centralizados de geração e distribuição. Desde a criação da Eletrobras na década de 1960, o governo investiu pesadamente em infraestrutura nacional, permitindo que áreas urbanas e industriais tivessem acesso confiável à energia elétrica.

Entretanto, a centralização trouxe desafios significativos, como perdas na transmissão, vulnerabilidade a falhas em linhas longas e dificuldades para integrar novas fontes renováveis de forma ágil.

Por outro lado, a partir da década de 2000, com a expansão da tecnologia solar e eólica, especialistas começaram a discutir a descentralização da geração energética.

Assim, a geração distribuída como pilar passou a ocupar espaço estratégico, não apenas como alternativa técnica, mas como forma de democratizar o acesso à energia limpa. Diferentemente do modelo centralizado, consumidores residenciais e comerciais passaram a produzir sua própria energia usando painéis solares, pequenas turbinas eólicas ou sistemas híbridos.

Além disso, esse movimento histórico também reflete mudanças globais no setor elétrico, em que países buscam maior resiliência e redução de impactos ambientais.

Portanto, a descentralização da produção energética oferece autonomia às comunidades locais, permitindo que participem ativamente do desenvolvimento sustentável de suas regiões.

Benefícios econômicos, sociais e ambientais da geração distribuída

Nesse contexto, a Associação Brasileira Mulheres da Energia (ABME) defende consistentemente a geração distribuída, destacando que a geração distribuída como pilar é crucial para um futuro energético sustentável.

Além disso, a ABME ressalta que esse modelo fortalece a segurança do sistema elétrico e proporciona benefícios econômicos e sociais significativos. Estudos independentes mostram que a produção local de energia reduz perdas elétricas, diminui investimentos em expansão da rede e aumenta a resiliência diante de crises climáticas ou falhas técnicas.

Igualmente importante, cada instalação de geração distribuída representa investimento privado, gerando efeitos além da economia direta.

A ABME aponta que a redução das emissões de carbono, menor utilização de usinas térmicas fósseis, criação de empregos locais e a democratização do acesso à energia limpa são resultados concretos desse modelo.

Por outro lado, ao contrário do argumento de que subsídios à geração distribuída oneram outros consumidores, a associação lembra que o modelo tradicional ainda recebe incentivos bilionários para manter fontes fósseis, prejudicando a sociedade.

Outro ponto relevante é que a geração distribuída fortalece a economia local.

Por exemplo, pequenos e médios empreendimentos podem instalar sistemas próprios de energia, reduzindo custos operacionais e aumentando sua competitividade. Além disso, o mercado de instalação, manutenção e monitoramento desses sistemas cria oportunidades de emprego e capacitação técnica, fomentando o desenvolvimento econômico descentralizado.

Apesar disso, os desafios técnicos da geração distribuída existem, mas não impedem sua expansão.

Problemas de tensão, sobrecarga e cortes surgem em qualquer processo de modernização energética. Por exemplo, países como Alemanha, Espanha, Austrália e Estados Unidos enfrentaram situações semelhantes ao integrar massivamente a geração distribuída.

Contudo, todos superaram essas dificuldades com regulação adequada, investimentos em tecnologia e digitalização das redes elétricas.

O papel das instituições e da inovação tecnológica

Ademais, instituições nacionais desempenham papel central nesse processo.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e universidades fornecem dados, desenvolvem tecnologias e orientam políticas públicas.

Consequentemente, a ABME reforça que argumentos técnicos não devem justificar retrocessos em políticas públicas. Pelo contrário, devem impulsionar inovação e modernização, fortalecendo a geração distribuída como pilar do setor elétrico.

Além disso, a equidade social e a sustentabilidade se mostram princípios centrais da geração distribuída.

Ao permitir que residências e pequenos empreendimentos produzam sua própria energia, o modelo reduz desigualdades regionais e amplia o acesso democrático à energia.

Do mesmo modo, a ABME enfatiza que políticas energéticas devem contemplar justiça de gênero e inclusão social, garantindo que a transição energética beneficie todos os segmentos da população.

Outro fator é que a integração de soluções digitais e sistemas de monitoramento remoto permite que operadores e consumidores gerenciem melhor o consumo e a produção de energia.

Assim, esse nível de controle diminui desperdícios, otimiza recursos e aumenta a previsibilidade de consumo, elementos essenciais para a estabilidade do sistema elétrico.

Além disso, o contexto histórico do setor elétrico brasileiro mostra que a modernização sempre combinou investimento público, iniciativa privada e inovação tecnológica.

Desde as primeiras hidrelétricas até a expansão de linhas de transmissão de alta tensão, o país superou desafios técnicos complexos. Portanto, a introdução da geração distribuída representa a continuidade natural dessa trajetória, alinhando desenvolvimento econômico, proteção ambiental e participação cidadã.

Geração distribuída como pilar da competitividade e sustentabilidade

Igualmente relevante, a expansão da geração distribuída impacta diretamente a competitividade energética do país.

Ao reduzir perdas e custos, empresas e consumidores usufruem de tarifas mais justas e previsíveis. Além disso, a adoção de tecnologias limpas fortalece a imagem do Brasil como protagonista na agenda climática internacional, consolidando compromissos em acordos globais de redução de emissões.

A ABME, por meio do Congresso Brasileiro Mulheres da Energia, reforça que a geração distribuída como pilar deve ser valorizada como estratégia de desenvolvimento sustentável.

Portanto, a associação conclama o setor elétrico, órgãos reguladores, instituições acadêmicas e a sociedade civil a colaborarem para criar soluções equilibradas.

Assim, políticas públicas e investimentos estratégicos garantem um sistema elétrico moderno, confiável e inclusivo.

Além disso, a geração distribuída prepara o país para desafios futuros, como o aumento da demanda em áreas urbanas e os impactos das mudanças climáticas sobre a produção de energia.

Com isso, a diversificação de fontes e a descentralização reduzem riscos de apagões, aumentam a flexibilidade do sistema e fornecem base sólida para novos investimentos em energias limpas.

Em resumo, a geração distribuída se apresenta como componente essencial da transição energética brasileira.

Dessa forma, sua implementação amplia a participação do cidadão, promove sustentabilidade, fortalece a economia local e aumenta a resiliência do sistema elétrico. Historicamente, o país evoluiu de um modelo centralizado para soluções descentralizadas, e a ABME reforça que a geração distribuída como pilar deve continuar a guiar essa transformação.

Portanto, a construção de um futuro energético limpo e democrático depende de decisões estratégicas, investimento em tecnologia e inovação regulatória.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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