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A usina solar brasileira que gera energia para 1,7 milhão de pessoas e cria um microclima no sertão

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 29/06/2025 às 19:44
A usina solar brasileira, operada pela Eneva, já é um dos maiores da América Latina.
A usina solar brasileira, operada pela Eneva, já é um dos maiores da América Latina.
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No coração da Caatinga, em Juazeiro (BA), a gigante usina solar brasileira da Eneva não só produz energia limpa, mas o sombreamento de seus painéis cria um fenômeno ecológico único.

No sertão da Bahia, uma imensa “floresta de aço” está mudando a paisagem e o clima. Trata-se do Complexo Solar Futura, operado pela empresa Eneva, um dos maiores parques solares das Américas. Com mais de 1,4 milhão de painéis fotovoltaicos, a usina solar brasileira gera energia limpa suficiente para abastecer cerca de 1,7 milhão de pessoas.

Mas o impacto da usina vai além da energia. A vasta área coberta pelos painéis cria uma sombra constante que está dando origem a um microclima único, mais ameno e úmido, em pleno semiárido. É um fenômeno que representa tanto um desafio quanto uma oportunidade extraordinária para a convivência entre a tecnologia e a natureza.

O que é e onde fica o Complexo Solar Futura?

Apesar de muitas vezes associado a outros estados do Nordeste, o Complexo Solar Futura I está localizado integralmente no município de Juazeiro, no estado da Bahia. O projeto, um dos maiores do Brasil, é um marco na transição energética do país.

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Fruto de um investimento de R$ 3,2 bilhões, a primeira fase do complexo entrou em operação comercial em 29 de maio de 2023. Com uma capacidade de 837 megawatts-pico (MWp), a usina ocupa uma área de 1.649 hectares, o equivalente a mais de 1.600 campos de futebol, e se destaca como uma das mais importantes da América Latina.

Como a “Floresta de Aço” cria um clima próprio?

A usina solar brasileira que gera energia para 1,7 milhão de pessoas e cria um microclima no sertão

O apelido “Floresta de Aço” surgiu a partir de um fenômeno fascinante. A imensa cobertura dos 1,4 milhão de painéis solares cria uma sombra permanente sobre o solo da Caatinga. Essa sombra bloqueia a luz solar direta, o que gera duas consequências importantes:

  1. Reduz a temperatura do solo: O solo sob os painéis fica significativamente mais frio do que as áreas ao redor.
  2. Aumenta a umidade: Com menos calor, a evaporação da água do solo diminui drasticamente, mantendo-o mais úmido.

Esse novo microclima, mais ameno e úmido, tem o potencial de permitir que a vegetação rasteira nativa da Caatinga volte a crescer, transformando a área em um tipo de sub-bosque sob a “floresta” de painéis.

O paradoxo ambiental: o impacto da construção e a chance de regeneração

A construção de qualquer usina solar brasileira de grande porte tem um impacto ambiental inicial. Para instalar o Complexo Futura, foi preciso suprimir a vegetação nativa, um impacto que a própria Eneva classifica em seus relatórios como “permanente e irreversível”.

No entanto, o fenômeno do microclima criado na fase de operação representa uma oportunidade única. Em vez de focar apenas na mitigação do dano inicial, a empresa tem a chance de liderar uma nova narrativa de sustentabilidade, estudando e promovendo o surgimento de um novo ecossistema em sinergia com a geração de energia limpa.

A energia que abastece a indústria brasileira

A usina solar brasileira que gera energia para 1,7 milhão de pessoas e cria um microclima no sertão

O Complexo Solar Futura é um sucesso comercial. Antes mesmo de sua inauguração, 100% de sua energia já estava vendida em contratos de longo prazo, que garantem uma receita de aproximadamente R$ 4 bilhões.

Os compradores são grandes consumidores industriais, como a empresa de gases White Martins, que buscam garantir o fornecimento de energia limpa para cumprir suas metas de descarbonização. A entrada do Futura no sistema elétrico foi tão significativa que, sozinha, ela aumentou em 8% a capacidade total de geração solar do Brasil em 2023.

O futuro do complexo: a expansão que pode dobrar a capacidade

O projeto Futura I é apenas o começo. A Eneva já tem planos para as fases Futura II e Futura III, que, juntas, podem adicionar mais 2,3 gigawatts (GW) de capacidade, o que tornaria o complexo um dos maiores do mundo.

No entanto, a expansão ainda não tem data para começar. A decisão de investir na construção das novas fases, segundo a Eneva, é uma opção estratégica que depende de condições favoráveis de mercado, como a demanda por contratos de energia de longo prazo e os custos de capital.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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