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Concebida na ditadura militar e paralisada por crises, corrupção e disputas judiciais, a Usina Nuclear de Angra 3 se arrasta há quatro décadas sem nunca ter gerado um watt de energia, tornando-se um símbolo do desperdício no Brasil.
Na costa de Angra dos Reis (RJ), ergue-se um monumento de concreto que representa um dos maiores e mais polêmicos projetos de infraestrutura da história do Brasil. A Usina Nuclear de Angra 3, um projeto que já consumiu mais de R$ 20 bilhões dos cofres públicos, está parada há décadas e se tornou um verdadeiro “elefante branco” atômico.
A saga da usina é marcada por uma série de falsos recomeços e um rastro de custos astronômicos. Hoje, em 2025, o projeto vive seu maior paradoxo: um estudo do BNDES mostra que são necessários mais R$ 23 bilhões para concluí-la, enquanto o custo para abandoná-la de vez é de R$ 21 bilhões. Essa diferença mínima paralisou o governo, deixando o futuro de Angra 3 em um limbo que custa caro ao país.
O Acordo Nuclear Brasil-Alemanha de 1975
A história da Usina Nuclear de Angra 3 começou em 27 de junho de 1975, quando o governo militar brasileiro assinou um acordo monumental com a então Alemanha Ocidental. O pacto previa a construção de oito reatores nucleares e, mais importante, a transferência completa da tecnologia do ciclo do combustível. Era uma demonstração de força e ambição geopolítica.
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Com base nesse acordo, as obras de Angra 3 começaram oficialmente em 1984. No entanto, a ambição esbarrou na realidade. Apenas dois anos depois, em 1986, o projeto foi suspenso. Uma combinação de crise econômica, a redemocratização do país e a pressão internacional contra o programa nuclear brasileiro paralisou a construção, deixando seu esqueleto de concreto como um monumento ao desperdício por mais de 20 anos.
Quanto já custou e quanto ainda custará Angra 3?
A análise financeira de Angra 3 revela um poço sem fundo. Estima-se que mais de R$ 20 bilhões já foram investidos no projeto. Mas o custo mais alarmante é o da paralisia: manter a estrutura e os equipamentos armazenados custa R$ 1 bilhão por ano aos cofres públicos.
O dilema foi cristalizado pelo recente estudo do BNDES. A necessidade de investir mais R$ 23 bilhões para terminar a obra, contra um custo de R$ 21 bilhões para abandoná-la, criou um impasse. Economicamente, desistir seria a opção mais barata e de menor risco. Politicamente, no entanto, admitir a perda de bilhões e décadas de investimento é uma decisão difícil. Esse paradoxo, conhecido como “falácia do custo afundado”, mantém o projeto vivo, mesmo que sua viabilidade seja questionável.
A sombra da Lava Jato: Corrupção e má gestão na Eletronuclear
A retomada das obras no século XXI foi marcada por um novo escândalo. Em 2015, a Operação Lava Jato revelou um esquema de propinas nos contratos de montagem de Angra 3. As investigações levaram à prisão do então presidente da Eletronuclear, o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propinas de empreiteiras.
O esquema de corrupção, que envolveu a alta cúpula da estatal, foi o gatilho para uma nova e longa paralisação das obras, que na época já estavam 65% concluídas. O escândalo não apenas interrompeu o progresso físico, mas destruiu a confiança no projeto, que passou a ser visto pela opinião pública como um símbolo da corrupção no país.
Um projeto dos anos 70 no século XXI
Um dos maiores problemas da Usina Nuclear de Angra 3 é sua idade. O coração da usina é um reator de tecnologia alemã Siemens/KWU, cujo projeto foi concebido na década de 1970. Essencialmente, Angra 3 é uma “irmã gêmea” de Angra 2.
Essa obsolescência tecnológica é uma fonte de grande preocupação. Especialistas apontam que uma usina idêntica na Alemanha, que serviu de referência para o projeto brasileiro, foi desativada por questões de segurança ligadas ao seu design envelhecido. Embora a Eletronuclear afirme ter feito atualizações, a arquitetura fundamental do reator permanece a mesma, prendendo o Brasil a uma tecnologia do passado.
O fardo para o consumidor e o futuro da Usina Nuclear de Angra 3
O debate sobre a conclusão de Angra 3 se resume a uma conta que será paga pelo consumidor. O estudo do BNDES projeta que a energia gerada pela usina custaria R$ 653 por megawatt-hora (MWh), um valor mais de três vezes superior ao da energia eólica ou solar, contratadas em leilões recentes.
O Tribunal de Contas da União (TCU) foi ainda mais direto. O órgão estima que a conclusão da usina pode representar um custo extra de R$ 43 bilhões na conta de luz de todos os brasileiros ao longo de sua vida útil. A decisão final está nas mãos do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que tem adiado uma definição. Enquanto isso, o elefante branco atômico continua a consumir R$ 1 bilhão por ano, um símbolo caro e duradouro da ineficiência e da paralisia decisória do Estado brasileiro.
Pelo menos dessa vez a culpa não é dos javalis, apontados pelo agronegócio como os vilões das lavouras. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais (assessores, combustivel, penduricalhos, etc). Voces não se sentem felizes quando pagam seus impostos, sabendo que estão contribuindo para tudo isso daí?
É UM PONTO DE CORRUPÇÃO ESPLENDOROSO! MUITOS POLITICOS, CONCLUIRAM DOUTORADO E PHd EM CORRUPÇÃO NESSA USINA. PONTO SEMELHANTE É A REFINARIA ABREU E LIMA EM PERNAMBUCO. NÃO ACABA NUNCA! COMO DRAGÕES, FAZEM O DINHEIRO DOS CONTRIBUINTES VIRAR PÓ E ENCHE OS BOLSOS DOS PATIFES!
Dragões soltam fogo pela boca. Daí o dinheiro dos contribuintes vira fumaça, não vira pó… o que dá na mesma!
Nada a se espantar como qualquer coisa mal planejada e executada do Brasil. Mesma coisa do famoso submarino nuclear que está em construcao desde 1985……..quem paga Sao os otarios dos brasileiros