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Reguladores dos EUA analisam se portas eletrônicas da Tesla falham em emergências, após relatos de crianças presas e dificuldade de resgate no Model Y.
A Tesla está sob nova investigação nos Estados Unidos. A Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário (NHTSA) abriu uma apuração formal sobre falhas nas maçanetas eletrônicas, especificamente no Model Y. O foco, segundo o portal InfoMoney, é entender por que as portas podem não abrir pelo lado de fora, citando casos alarmantes onde crianças ficaram presas dentro dos veículos.
A investigação preliminar cobre cerca de 174.290 SUVs Model Y. A suspeita é que problemas nas baterias de baixa voltagem tornem as maçanetas elétricas inoperantes. Embora o foco oficial seja a abertura externa, a NHTSA também monitora o risco oposto: o perigo de ocupantes não conseguirem sair do veículo após acidentes, um problema que já levanta alertas globais sobre o design da Tesla.
O estopim da investigação: crianças presas
A ação da NHTSA foi motivada por nove queixas diretas de proprietários de modelos Tesla Model Y do ano 2021. Conforme relatado pelo InfoMoney, os casos mais comuns envolvem pais que, após fecharem a porta, não conseguiram reabri-la pelo lado de fora para retirar ou acomodar crianças no banco traseiro.
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A agência destacou a gravidade dessa falha específica. Embora os veículos da Tesla possuam um mecanismo de liberação manual de emergência interno, a NHTSA ressalta que “uma criança pode não conseguir acessar ou operar esses dispositivos”. Em algumas situações desesperadoras, os proprietários relataram ter que quebrar o vidro do veículo para conseguir acessar o interior.
O risco oculto: ficar preso dentro da Tesla
A investigação da NHTSA ocorre poucos dias após uma reportagem da Bloomberg News revelar uma série de incidentes graves. A publicação detalhou casos de pessoas que ficaram feridas ou morreram por não conseguirem abrir as portas por dentro quando seus veículos Tesla perderam energia elétrica, especialmente após colisões.
Embora a apuração atual foque na maçaneta externa (a única sem opção de abertura manual), a NHTSA confirmou que está “monitorando quaisquer relatos de pessoas presas tentando abrir as portas pelo lado interno”. A agência, citada pelo InfoMoney, afirma que “tomará medidas adicionais conforme necessário”. Desde 2018, a NHTSA já recebeu mais de 140 reclamações sobre portas de vários modelos da montadora.
Um problema de design sob escrutínio global
O design das portas eletrônicas e maçanetas embutidas da Tesla já é alvo de discussões fora dos EUA. Na China, um órgão regulador de alto nível estaria considerando banir maçanetas totalmente embutidas devido aos riscos em emergências. A Europa também tem avançado em medidas para melhorar os protocolos de resgate e a velocidade de saída (egresso) dos veículos após acidentes.
Parte do problema sistêmico é que os testes de colisão (crash tests) tradicionais são projetados para medir a sobrevivência ao impacto, e não a rapidez com que os ocupantes conseguem sair do veículo depois. Essa falha nos testes afeta desproporcionalmente pessoas com deficiência, idosos, animais de estimação ou crianças, que podem ter dificuldade em acionar a liberação manual interna em uma situação de pânico.
O silêncio da Tesla e outras investigações
Questionada sobre os relatos de falhas nas portas e os riscos de segurança apontados pela Bloomberg, a presidente da Tesla, Robyn Denholm, evitou comentários específicos. Segundo o InfoMoney, ela limitou-se a dizer que o conselho “leva a sério” qualquer incidente de segurança, mas a empresa não respondeu aos pedidos de comentário sobre a nova investigação da NHTSA.
Esta nova apuração sobre as portas se soma a outras investigações em andamento contra a Tesla nos EUA. A montadora de Elon Musk já é alvo de investigações sobre possíveis defeitos no sistema Full Self-Driving (FSD) após múltiplos acidentes, além de uma avaliação sobre a eficácia de uma atualização de software (recall) do sistema de assistência ao motorista Autopilot.
O design minimalista da Tesla, com maçanetas eletrônicas, justifica o risco em uma emergência? Você, como motorista ou consumidor, se sente seguro com portas que dependem de baterias para abrir?
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