Um voo da FAB resgata 228 brasileiros do Líbano em uma operação de emergência emocionante. Com bombardeios e tensão no Oriente Médio, o presidente Lula recebe pessoalmente os repatriados. Saiba como foi essa missão de resgate e o que esperar das próximas operações.
O relógio marcava pouco mais de 10 horas da manhã em Guarulhos quando uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou, trazendo não só 228 brasileiros repatriados do Líbano, mas também histórias de terror, alívio e superação.
O clima era de emoção e celebração, mas por trás das bandeiras e abraços, há um cenário de guerra que deixou famílias inteiras à mercê de bombardeios e insegurança.
O que fez esses brasileiros correrem contra o tempo para deixar o país do Oriente Médio? Por que o presidente Lula decidiu comparecer pessoalmente para recepcioná-los? Descubra os detalhes dessa operação de resgate emocionante, que promete ser apenas o começo de uma série de missões para salvar milhares de vidas.
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O que aconteceu e os bastidores da operação de resgate
De acordo com informações da Força Aérea Brasileira, o avião pousou às 10h25 na Base Aérea de Guarulhos trazendo 228 pessoas, incluindo 10 crianças de colo e três animais de estimação.
As crianças foram as primeiras a desembarcar, carregando com orgulho uma bandeira do Líbano, seguidas por outros passageiros que também ostentavam bandeiras e vestiam camisetas do Brasil.
A emoção tomou conta da pista, com gritos e aplausos, celebrando a chegada ao solo brasileiro.
O presidente Lula estava presente para receber os repatriados pessoalmente, num gesto que emocionou a todos.
Conforme o próprio presidente declarou, “Não deixamos ninguém para trás. Vamos tentar trazer todos os brasileiros e parentes de brasileiros que quiserem vir”.
Ele fez questão de abraçar os passageiros, transmitindo segurança e apoio.
Lula compareceu ao aeroporto após votar nas eleições municipais em São Bernardo do Campo, e fez da recepção um ato simbólico de cuidado com os cidadãos brasileiros em situações de risco no exterior.
O depoimento que retrata o drama
Entre os repatriados, estava Karim Halawi, que descreveu à imprensa os momentos de terror que viveu no Líbano.
Segundo ele, tudo parecia normal ao visitar amigos e familiares, até que os bombardeios começaram no primeiro dia de sua viagem.
“A Turkish Airlines parou as viagens e fiquei preso lá. Estamos vivos, graças a Deus, o medo passou, o difícil passou, agora estamos no fácil”, disse Halawi, aliviado ao chegar em solo brasileiro.
O relato de Karim é apenas uma pequena amostra do que os brasileiros enfrentaram no Líbano. O medo de perder a vida era constante.
Ele lembra ainda que, em meio aos bombardeios, chegou a se preparar para o pior: “Cheguei a ver a morte quando as bombas estavam chegando perto.
Sentei dentro de casa, coloquei as mãos no ouvido e comecei a chorar esperando o momento que a casa fosse cair.” Um relato visceral e comovente de quem viu a morte de perto.
Adaptação do plano de evacuação
Originalmente, o voo da FAB estava previsto para decolar de Beirute na sexta-feira (4), com chegada ao Brasil programada para sábado (5).
Entretanto, a missão precisou ser adiada por questões de segurança. Segundo informações do Itamaraty, foi necessário reprogramar a partida devido à necessidade de “medidas adicionais de segurança para os comboios terrestres” no Líbano.
Após a reavaliação dos riscos, o avião partiu com sucesso e conseguiu completar a operação de resgate, garantindo a segurança de todos os repatriados.
Segundo a FAB, cerca de 500 brasileiros devem ser resgatados por semana, atendendo aos pedidos de mais de 3 mil pessoas que estão vivendo em áreas de conflito no Oriente Médio.
Mais brasileiros a caminho
De acordo com o portal Noticias UOL,logo após desembarcar os 228 brasileiros, a aeronave decolou novamente às 14h12 de Guarulhos com destino ao Líbano para buscar mais cidadãos.
Antes de chegar a Beirute, o avião fará uma escala em Lisboa para abastecimento, em uma viagem de aproximadamente 9 horas e 20 minutos até Portugal.
O objetivo é manter esse ciclo semanalmente, garantindo que todos os brasileiros que solicitaram ajuda possam retornar em segurança.
Com o aumento dos conflitos no Líbano, a demanda por resgates deve continuar crescendo. A operação é delicada, mas tem sido conduzida com precisão para assegurar a integridade física dos cidadãos brasileiros e seus familiares.
O Itamaraty, em conjunto com a FAB, mantém um plano de ação para facilitar a volta de todos os brasileiros que se encontram em situação de vulnerabilidade na região.
E agora, o que esperar dos próximos resgates?
O cenário no Líbano permanece incerto, mas o governo brasileiro continua comprometido em trazer todos de volta para casa.
A missão não será fácil, com desafios logísticos e de segurança, mas as histórias de quem já conseguiu retornar mostram que há esperança e ação rápida por parte das autoridades brasileiras.