Enquanto produtores americanos sofrem com os efeitos das barreiras comerciais, o agronegócio brasileiro aproveita uma oportunidade histórica para dominar o mercado chinês.
A guerra tarifária iniciada por Donald Trump gerou um cenário de perdas para o agronegócio dos Estados Unidos. A taxação interrompeu as vendas de soja para a China. Em contrapartida, o Brasil aproveita a oportunidade, preenchendo a lacuna e projetando um novo recorde na exportação de soja.
Tarifas de Trump afetam duramente o agronegócio americano
O setor agrícola dos EUA enfrenta uma situação crítica. As políticas tarifárias do ex-presidente Trump resultaram em perdas bilionárias para os produtores. Em 2018, uma tarifa de 25% sobre os produtos agrícolas americanos provocou uma queda de 74% nas compras chinesas de soja do país. A situação é tão delicada que produtores do Arkansas pedem proteção ao setor, relatando um cenário de crise.
O avanço do Brasil no mercado chinês de soja
Com a barreira imposta à soja americana, a China buscou novos fornecedores. O Brasil e a Argentina rapidamente ocuparam esse espaço. O agronegócio brasileiro tornou-se o principal parceiro dos chineses. A demanda aquecida impulsionou a produção e a logística do país, focadas em atender ao gigante asiático e consolidar uma nova dinâmica no comércio global do grão.
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Números comprovam: Brasil lidera a exportação de soja
Os dados confirmam o momento positivo para o Brasil. Em 2024, 71% de toda a soja importada pela China veio do Brasil. A expectativa é que o país bata um recorde histórico na exportação de soja em 2025, com uma previsão de 112 milhões de toneladas até janeiro de 2026. Apenas entre fevereiro e agosto de 2025, o Brasil já exportou 86 milhões de toneladas, com a China sendo o destino principal.
Futuro incerto para a soja dos EUA na China
O cenário futuro para os produtores americanos permanece nebuloso. Atualmente, a China não possui nenhuma reserva de compra de soja dos EUA para a safra 2025/26. Donald Trump chegou a pedir que os chineses quadruplicassem suas compras. Enquanto isso, importadores chineses já garantiram 7,4 milhões de toneladas para outubro, sendo a maior parte de origem sul-americana.