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A Rússia apostou tudo no ouro negro: o Kremlin não acredita na transição e diz que em 2050 queimaremos ainda mais petróleo

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 10/10/2024 às 15:55
petróleo - Rússia
A Rússia apostou tudo no ouro negro: o Kremlin não acredita na transição e diz que em 2050 queimaremos ainda mais petróleo

Rússia aposta tudo no futuro do petróleo: enquanto o mundo fala em energias renováveis, o Kremlin garante que em 2050 queimaremos ainda mais petróleo

A Rússia afirma não estar preocupada com seu principal motor econômico: o ouro negro. O Ministério da Energia russo calcula que em 2050 não apenas continuaremos queimando petróleo, mas queimaremos ainda mais petróleo do que hoje.

Aposta no petróleo. Apesar das fortes sanções ocidentais ao petróleo e gás russos e dos maus resultados da joia da coroa de Putin: Gazprom, a Rússia se mostra bastante tranquila frente à opinião pública.

O vice-ministro da Energia russo, Pavel Sorokin, disse à mídia que prevê um crescimento “sério” na demanda até 2050. E a Rússia, esclareceu, estará pronta para fornecer os barris que o mundo desejar comprar.

Os números. A Rússia espera produzir 540 milhões de toneladas de petróleo anuais (10,8 milhões de barris por dia) até 2030, em comparação com os 531 milhões de toneladas produzidas em 2023.

Crescimento da demanda e produção de petróleo até 2050

Essa aposta responde a um crescimento esperado de entre 4,5% e 5,5% na demanda por petróleo até 2030, explica Sorokin. Mas o limite não seria esse, já que a Rússia também projeta um aumento de pelo menos 5% na demanda até 2050.

O que diz a OPEP. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo está ao lado da Rússia, a julgar por seu último relatório. Dir-se-ia que a indústria não está tão preocupada com a transição energética para fontes renováveis quanto com os conflitos geopolíticos que afligem o setor.

A OPEP estima que não haverá problemas com a demanda nem com o preço do petróleo, a menos que o Irã feche o estreito de Ormuz em resposta a uma possível guerra com Israel. Por essa passagem estratégica circula 20% da produção mundial; ou seja, cerca de 20 milhões de barris diários.

O impacto geopolítico no mercado energético global

Continuamos queimando petróleo como se não houvesse renováveis. Por sua vez, a Agência Internacional de Energia (IEA) acredita que uma superprodução sem precedentes de petróleo está a caminho até 2030. Seu último relatório projeta um excedente de 8 milhões de barris diários sem venda.

A realidade, por enquanto, está ao lado da Rússia. Apesar dos esforços globais em direção à neutralidade de carbono e da adoção massiva de veículos elétricos, os produtores de petróleo continuam investindo milhões para aumentar sua capacidade de extração. E as sanções… bem, a frota de navios fantasmas russos está em ótima forma.

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Noel Budeguer

De nacionalidade argentina, sou redator de notícias e especialista na área. Abordo temas como ciência, petróleo, gás, tecnologia, indústria automotiva, energias renováveis e todas as tendências no mercado de trabalho.

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