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A ressurreição de um campo de petróleo, como a injeção de CO2 no fundo do mar aumenta a produção de óleo e ainda ajuda a combater o aquecimento global

Publicado em 18/06/2025 às 10:56
A "ressurreição" de um campo de petróleo com CO2: como a Petrobras virou líder mundial em uma tecnologia que combate o aquecimento global?
A “ressurreição” de um campo de petróleo com CO2: como a Petrobras virou líder mundial em uma tecnologia que combate o aquecimento global?
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A tecnologia usada pela Petrobras no campo de petróleo do pré-sal, que aumenta a extração de óleo e armazena dióxido de carbono no fundo do mar, é um exemplo de inovação com duplo benefício

A ideia de usar dióxido de carbono (CO2) para “ressuscitar” um campo de petróleo parece contraintuitiva, mas é uma das tecnologias mais importantes da indústria energética atual. Chamada de CCUS-EOR, ela consiste em capturar o CO2 e injetá-lo em reservatórios maduros para aumentar a produção de óleo e, ao mesmo tempo, armazenar o gás no subsolo, ajudando a combater o aquecimento global.

Nessa área, a Petrobras se tornou líder mundial. A empresa domina a aplicação da tecnologia nos desafiadores campos do pré-sal, transformando um problema (o CO2 naturalmente presente no gás) em uma solução que aumenta a eficiência e reduz drasticamente o impacto ambiental de sua produção.

Como funciona a tecnologia que injeta CO2 para extrair mais petróleo?

Quando um campo de petróleo envelhece, muito óleo fica preso nas rochas do reservatório. A tecnologia de Recuperação Avançada de Petróleo (EOR) com CO2 resolve esse problema. O dióxido de carbono é comprimido e injetado no reservatório.

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Lá, ele age como um solvente, misturando-se com o óleo e diminuindo sua viscosidade. Isso torna o óleo mais “fino” e fácil de se mover através dos poros da rocha, empurrando-o em direção aos poços de produção. Ao mesmo tempo, o CO2 injetado fica permanentemente armazenado no subsolo, em um processo conhecido como sequestro geológico.

A liderança da Petrobras, os números recordes de reinjeção no pré-sal em 2024

A ressurreição de um campo de petróleo, como a injeção de CO2 no fundo do mar aumenta a produção de óleo e ainda ajuda a combater o aquecimento global

A Petrobras é pioneira e líder global na aplicação dessa tecnologia em campo de petróleo. Em 2024, a empresa bateu um recorde ao reinjetar 14,2 milhões de toneladas de CO2 nos reservatórios do pré-sal. Esse volume representa mais de um quarto (28%) de toda a capacidade de captura de carbono em operação no mundo.

Atualmente, entre 22 e 23 navios-plataforma (FPSOs) da Petrobras no pré-sal estão equipados com sistemas de CCUS. A meta da empresa é atingir um total acumulado de 80 milhões de toneladas de CO2 reinjetado até o final de 2025.

O duplo benefício, mais petróleo com 70% menos emissões que a média

A injeção de CO2 no campo de petróleo do pré-sal traz um resultado duplo. Primeiro, ela aumenta a recuperação de óleo em até 20%, estendendo a vida útil dos campos e maximizando o aproveitamento das reservas.

Segundo, ela reduz o impacto ambiental. Como o CO2 que seria emitido é reaproveitado e armazenado, o petróleo produzido no pré-sal tem uma intensidade de emissões 70% menor que a média mundial. A Petrobras chama esse produto de “barril de baixo carbono”, um diferencial importante no mercado global.

Solução climática ou greenwashing? O debate em torno da captura de carbono no campo de petróleo

Apesar dos benefícios no campo de petróleo, a tecnologia de captura de carbono é um “assunto quente” e alvo de debates. Em fóruns online como o r/energy, muitos questionam seu alto custo em comparação com o investimento em energias renováveis.

Há também acusações de “greenwashing”, a prática de usar marketing verde para encobrir um impacto ambiental negativo. Críticos argumentam que a tecnologia pode servir como uma desculpa para prolongar o uso de combustíveis fósseis. No caso da Petrobras, no entanto, a reinjeção é uma necessidade técnica intrínseca ao processo de produção do pré-sal, que naturalmente contém altas concentrações de CO2.

Os planos da Petrobras para 2025 e a tecnologia Hi-SEP

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Olhando para o futuro, a Petrobras planeja investir US$ 16,3 bilhões em iniciativas de baixo carbono nos próximos cinco anos. Isso inclui a instalação de 15 novas FPSOs até 2030, a maioria com tecnologia CCUS integrada.

A inovação não para. A empresa está desenvolvendo a tecnologia Hi-SEP, um sistema que permitirá separar o CO2 do gás diretamente no fundo do mar, antes mesmo de chegar à plataforma. Isso aumentará ainda mais a eficiência e diminuirá a pegada de carbono das operações no campo de petróleo, consolidando a posição do Brasil como referência em produção de energia mais sustentável.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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