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A proa de navio que fez uma fuga impossível de ré é encontrada 80 anos depois

Escrito por Carla Teles
Publicado em 09/07/2025 às 15:34
A proa de navio que fez uma fuga impossível de ré é encontrada 80 anos depois
Segredo do Pacífico revelado: a proa de navio do USS New Orleans é achada 80 anos depois. Conheça sua incrível fuga de ré com uma proa feita de coco. Fonte: Nautilus Live
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Destroços do USS New Orleans, localizados no Oceano Pacífico, revelam uma incrível história de sobrevivência, improvisação e coragem da tripulação.

A proa perdida do cruzador americano USS New Orleans foi encontrada a 675 metros de profundidade no Oceano Pacífico. A descoberta ocorreu mais de 80 anos após a parte dianteira do navio ser arrancada durante uma batalha na Segunda Guerra Mundial. O achado, feito nas Ilhas Salomão, traz à tona a história de uma tripulação que usou troncos de coco para improvisar uma nova proa e navegar de ré por quase 3.000 quilômetros para se salvar.

O impacto do torpedo na batalha de Tassafaronga

Em 30 de novembro de 1942, o USS New Orleans enfrentava as forças navais japonesas. A Batalha de Tassafaronga foi um confronto noturno brutal. Durante o combate, um torpedo japonês atingiu o navio americano no lado da porta.

O impacto causou uma explosão gigantesca nos depósitos de munição dianteiros. A força da detonação arrancou violentamente a proa de navio, que correspondia a quase 20% do seu comprimento total. Mais de 180 dos cerca de 900 tripulantes morreram no ataque.

A proa de tronco de coco e a viagem de ré

Apesar dos danos devastadores, a tripulação restante manteve o cruzador à tona. O navio foi levado até a Ilha Tulagi, onde os marinheiros realizaram reparos de emergência. Eles usaram materiais da selva para improvisar uma proa temporária com troncos de coco. A embarcação também foi camuflada para se proteger de ataques aéreos.

Sem outra alternativa, o USS New Orleans iniciou uma jornada de 2.900 quilômetros em marcha à ré. Navegar para a frente inundaria o navio. Manobrar um navio de guerra para trás era uma tarefa quase impossível, pois a popa não foi projetada para cortar ondas, o que atrapalhava o uso dos lemes e hélices. A tripulação precisou se adaptar rapidamente para manter o navio estável e no curso.

A descoberta da proa perdida no “Iron Bottom Sound”

A proa de navio foi localizada por uma equipe da expedição Nautilus Live. A missão envolveu a NOAA Ocean Exploration e outras instituições de pesquisa. A descoberta ocorreu durante uma pesquisa de 21 dias no “Iron Bottom Sound”, nome dado por marinheiros devido ao grande número de navios afundados na área em 1942.

A confirmação dos destroços foi feita com veículos subaquáticos operados remotamente. A equipe analisou características da estrutura, a pintura e detalhes da âncora para verificar que se tratava da parte perdida do USS New Orleans. Mais de 111 navios de guerra foram perdidos na região, mas menos de 100 foram localizados até hoje.

O legado de coragem e o retorno do USS New Orleans ao combate

A descoberta da proa de navio ajuda a compreender um momento importante da história naval. Contra todas as probabilidades, o New Orleans chegou à Austrália. Lá, recebeu reparos mais adequados antes de seguir para um estaleiro nos Estados Unidos para uma restauração completa.

Após ser totalmente reconstruído, o cruzador retornou à batalha. Ele lutou em grandes campanhas no Pacífico, como Saipan e Okinawa, e ganhou 17 estrelas de batalha durante a guerra. Este arco perdido simboliza a sobrevivência em circunstâncias extremas e homenageia a coragem, a inventividade e a memória dos marinheiros que não retornaram.

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Carla Teles

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