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A primeira montadora a fabricar carros no Brasil e os primeiros passos da indústria automotiva em meio a decisões políticas e à Segunda Guerra

Publicado em 09/05/2025 às 12:21
Ford, História, Brasil, indústria automotiva
Créditos: Ford Model T (Domínio público) / Foto de Alf van Beem via Wikimedia Commons
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Da chegada do primeiro carro trazido por Santos Dumont à criação de grandes montadoras no ABC paulista, o Brasil construiu uma das maiores indústrias automotivas do planeta — um caminho marcado por decisões políticas, guerra mundial, incentivos estatais e milhões de veículos nas ruas

O automóvel faz parte da história do Brasil há mais de um século. Desde o fim do século 19, carros começaram a circular pelas ruas do país, marcando o início de uma longa trajetória que viria a se consolidar com a indústria automobilística nacional.

O primeiro carro motorizado chegou ao Brasil em 1891, no porto de Santos. Era um Peugeot Type 3, importado por Santos Dumont. Depois dele, vieram outros, trazidos por famílias influentes e jornalistas. Mas o primeiro carro oficialmente emplacado foi do conde Francisco Matarazzo, em 1903.

A chegada das montadoras estrangeiras

Nas décadas seguintes, o país começou a trilhar o caminho da industrialização. Em 1919, a Ford se tornou a primeira montadora a se instalar no Brasil, com a montagem do modelo T, conhecido como Ford “Bigode”, em São Paulo.

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Seis anos depois, em 1925, foi a vez da General Motors abrir suas portas também na capital paulista. A chegada das montadoras coincidiu com o surgimento da primeira rodovia asfaltada do país, a Rio-Petrópolis, o que reforçou a importância dos automóveis.

Entre 1920 e 1939, o número de carros em São Paulo saltou de 5 mil para 43 mil. Esse crescimento mostrava que o carro já estava inserido na cultura e no cotidiano urbano brasileiro.

O impacto da Segunda Guerra Mundial

No final da década de 1940, o Brasil ainda possuía uma frota envelhecida, composta por veículos americanos e europeus dos anos 30.

A situação começou a mudar entre 1941 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve um crescimento no número de fábricas de autopeças no país. Ao fim da guerra, o Brasil já contava com cerca de 50 fabricantes de peças, o que seria essencial para o desenvolvimento da produção local de veículos.

Ações do governo Getúlio Vargas

Até aquele momento, os carros vendidos no país eram apenas montados aqui. A virada começou com políticas do governo Getúlio Vargas, que criou bases para a produção nacional.

Entre as principais iniciativas estavam a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Fábrica Nacional de Motores (FNM), ambas no estado do Rio de Janeiro.

De 1947 a 1952, o governo também passou a restringir importações de carros e peças. Essa mudança visava incentivar a produção interna.

Ainda assim, com o câmbio favorável, os modelos europeus ganharam força nas ruas brasileiras. Em 1950, já era comum ver veículos ingleses circulando por aqui, substituindo os americanos.

O plano ambicioso de Juscelino Kubitschek

O verdadeiro impulso para a indústria automobilística veio no governo de Juscelino Kubitschek. Em 1956, ele criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), por meio do decreto nº 39.412.

A meta era ambiciosa: tornar o Brasil capaz de fabricar seus próprios automóveis, com alta taxa de nacionalização. Na época, o país tinha uma frota de 800 mil veículos e uma grande demanda por automóveis e caminhões.

A indústria passou a ser vista como pilar do desenvolvimento. O plano de JK de avançar “50 anos em 5” incluía a criação de fábricas, redes de fornecedores e infraestrutura de apoio.

Nesse mesmo ano, surgiu o primeiro carro totalmente brasileiro: o Romi-Isetta. Fabricado pela Romi, empresa de tornos e máquinas agrícolas, o modelo se destacava por seu tamanho compacto, rodas pequenas e uma única porta frontal.

Também em 1956, FNM e Vemag lançaram seus próprios modelos. Eles ainda eram cópias de carros estrangeiros, mas a produção já acontecia no Brasil.

Proibição de importação e consolidação da indústria

Em 1953, uma medida importante acelerou esse processo: a proibição de importar veículos inteiros. Com isso, montadoras como Volkswagen, Mercedes-Benz e Willys-Overland se tornaram fábricas nacionais.

O GEIA estabeleceu metas claras: até 1960, 90% dos caminhões e utilitários vendidos deveriam ter peças nacionais. A meta foi atingida e superada. A indústria automobilística se fortaleceu e se espalhou.

A região do ABC paulista — São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano — tornou-se o principal polo automotivo do país. Nos anos 70, outras montadoras surgiram em novas regiões. A Fiat se instalou em Minas Gerais, a Agrale no Rio Grande do Sul e a Volvo no Paraná.

A última informação relevante é que, com décadas de investimentos e políticas industriais, o Brasil construiu uma das maiores indústrias automotivas do mundo, com raízes profundas no desenvolvimento econômico e social do país.

Com informações de TG Poli.

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Romário Pereira de Carvalho

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