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A potencial cidade submersa que pode redefinir o futuro econômico e geopolítico do Brasil

Escrito por Carla Teles
Publicado em 08/07/2025 às 21:23
A potencial cidade submersa que pode redefinir o futuro econômico e geopolítico do Brasil
Descubra a Atlântida Brasileira, uma cidade submersa que esconde um tesouro bilionário. Conheça a disputa por esta riqueza e o que ela significa para o Brasil. Imagem: Canal Fatos Desconhecidos
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Conhecida como Elevação do Rio Grande, a área submersa guarda tesouros minerais e um passado que a conecta ao continente africano, gerando uma disputa geopolítica.

No fundo do Oceano Atlântico, existe uma vasta área que pode redefinir o futuro econômico e geopolítico do Brasil. Apelidada de “Atlântida Brasileira”, a Elevação do Rio Grande é uma potencial cidade submersa que guarda não apenas uma história geológica fascinante, mas também tesouros minerais valiosos. A jornada para desvendar e reivindicar essa região é complexa e cheia de desafios.

A descoberta da “Atlântida Brasileira” na costa do país

A história desta descoberta começou em 2013. Geólogos brasileiros, em uma parceria com cientistas japoneses, identificaram o que parecia ser um continente submerso. A misteriosa formação estava a mais de 1.000 km da costa brasileira.

Roberto Ventura Santos, então diretor do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), anunciou a descoberta. Em suas palavras, “esta pode ser a Atlântida Brasileira”. A declaração era uma alusão ao mítico continente perdido entre a América do Sul e a África. A região, batizada de Elevação do Rio Grande (ERG), está a mais de 5.000 metros de profundidade e é composta por montanhas que atingem 4.000 metros de altura, superando o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil.

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Como a argila vermelha revelou um continente perdido

Argila vermelha. Imagem: Canal Fatos Desconhecidos
Argila vermelha. Imagem: Canal Fatos Desconhecidos

Apesar da descoberta em 2013, as primeiras expedições de peso ocorreram em 2018. Navios de pesquisa do Brasil e da Inglaterra uniram forças. Pesquisadores da USP e da University of Southampton realizaram dragagens, um processo de retirada de materiais do fundo do mar para estudo.

Nesse processo, encontraram uma amostra de argila vermelha. Este tipo de argila não é característico do fundo do mar. Ela se forma apenas na superfície e em climas tropicais. A presença dela no local indica que, em algum momento do passado, aquela região esteve acima do nível do mar. “O fato de que estamos encontrando esses indícios de que essa área era uma ilha até pouco tempo atrás é muito importante”, afirmou o professor Luís de Giovani, um dos responsáveis pelo trabalho.

Do supercontinente Gondwana ao fundo do mar

Imagem: Canal Fatos Desconhecidos
Imagem: Canal Fatos Desconhecidos

Acredita-se que a Elevação do Rio Grande fazia parte do supercontinente Gondwana. Este bloco de terra conectava a América do Sul e a África há milhões de anos. Gondwana começou a se fragmentar há cerca de 100 milhões de anos.

O rompimento deu origem aos continentes como os conhecemos e, ao que tudo indica, a essa cidade submersa. No entanto, a ERG não afundou imediatamente. A submersão ocorreu há cerca de 40 milhões de anos, provocada pelo peso de um vulcão, lava e a movimentação de placas tectônicas. As estimativas sugerem que a ilha tinha um tamanho aproximado ao da Espanha.

Metais raros e o futuro econômico do Brasil

Imagem: Canal Fatos Desconhecidos
Imagem: Canal Fatos Desconhecidos

Análises revelaram que a região é rica nos chamados elementos ITEC. Trata-se de metais raros e de grande valor, como cobalto, níquel, platina, selênio e nióbio. Todos são essenciais para a produção de painéis solares, baterias e outras tecnologias de ponta.

A exploração da ERG poderia gerar bilhões de dólares em receita para o Brasil. Isso não apenas reduziria a dependência de importação desses metais, mas transformaria o país em um grande fornecedor mundial. Um estudo conservador da CPRM estimou que apenas o cobalto já identificado na área poderia valer mais de 8 bilhões de dólares.

Batalha diplomática e riscos ambientais

O principal obstáculo é a localização. A ERG está em águas internacionais, muito além da Zona Econômica Exclusiva do Brasil. O Brasil solicitou à ONU a inclusão da área como uma extensão de sua plataforma continental, dentro do projeto “Amazônia Azul”, mas a reivindicação ainda não foi aprovada. Há dúvidas se a formação é uma extensão natural da margem continental brasileira ou africana.

Atualmente, o Brasil possui um contrato com a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) que permite apenas a pesquisa na área, válido até 2030. A extração exigiria uma nova autorização, tecnologia de ponta que o país ainda não possui e um investimento altíssimo. Além disso, há a questão ambiental. Biólogos alertam que o ecossistema local é único, com organismos que refletem a vida nos oceanos há milhões de anos. Qualquer intervenção poderia levar essas espécies à extinção.

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Carla Teles

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