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A ponta de um para-raios no topo de um arranha-céu, que atrai e conduz uma descarga de 300 milhões de volts em segurança para o chão

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 17/06/2025 às 12:26
Como funciona o para-raios no topo de um arranha-céu: a jornada de 300 milhões de volts
Como funciona o para-raios no topo de um arranha-céu: a jornada de 300 milhões de volts
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Entenda a tecnologia, criada por Benjamin Franklin, que atrai e conduz com segurança a energia de um raio, protegendo os edifícios mais altos do mundo.

A imagem de um raio atingindo a ponta de um prédio é impressionante. Essa descarga elétrica pode superar os 300 milhões de volts, uma energia colossal que precisa ser controlada. Para isso, existe uma das invenções mais importantes da engenharia: o para-raios no topo de um arranha-céu.

Contrariando o que muitos pensam, não se trata de uma simples haste de metal. A proteção de um edifício moderno é um sistema complexo e integrado, projetado para oferecer um caminho seguro para essa força da natureza, dissipando sua energia no solo e protegendo a estrutura e as pessoas em seu interior.

Como a descarga de 300 milhões de volts é formada entre a nuvem e o solo

A origem de um raio está na eletricidade estática gerada dentro de nuvens de tempestade. As colisões entre partículas de gelo e água separam as cargas elétricas, com a base da nuvem ficando negativamente carregada e a parte superior, positivamente. Essa separação induz uma carga positiva na superfície da Terra logo abaixo, criando uma diferença de potencial elétrico que pode superar os 300 milhões de volts.

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O ar, que normalmente é um isolante, não consegue conter essa tensão. Um canal de ar ionizado, chamado “líder descendente”, começa a se propagar da nuvem para baixo. À medida que ele se aproxima, o campo elétrico intenso puxa cargas positivas de objetos altos no solo, que emitem seus próprios canais ascendentes, os “conectores”. O para-raios no topo de um arranha-céu é projetado para ser extremamente eficiente em lançar esses conectores. Quando um líder e um conector se encontram, o circuito se fecha, e a descarga principal, que vemos como o raio, acontece.

A invenção de Benjamin Franklin: a criação de um caminho seguro para o raio

A imagem de um raio atingindo a ponta de um prédio é impressionante. Essa descarga elétrica pode superar os 300 milhões de volts, uma energia colossal que precisa ser controlada. Para isso, existe uma das invenções mais importantes da engenharia: o para-raios no topo de um arranha-céu.

Antes da ciência, o raio era visto como um ato divino. Foi o cientista e inventor Benjamin Franklin que, por volta de 1752, provou que o raio era um fenômeno elétrico. Com sua famosa experiência da pipa, ele demonstrou que a eletricidade das nuvens era da mesma natureza que a eletricidade estática.

Com base nessa descoberta, ele concebeu o para-raios: uma haste de metal pontiaguda, montada no ponto mais alto de uma estrutura e conectada por um fio condutor até o solo. A ideia era simples e genial: fornecer um caminho de menor impedância, mais fácil e seguro, para a descarga elétrica seguir, protegendo o edifício de danos e incêndios.

Os 5 componentes do moderno sistema de proteção (SPDA)

Um erro comum é pensar no para-raios no topo de um arranha-céu como uma peça única. Na verdade, a proteção moderna é um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), composto por cinco elementos essenciais que trabalham em conjunto:

Terminais aéreos: são as hastes metálicas (os para-raios propriamente ditos) instaladas no topo e nas bordas do telhado. Sua função é ser o ponto de “sacrifício” que atrairá e receberá o impacto do raio.

Condutores de descida: cabos grossos de cobre ou alumínio que conectam os terminais aéreos e criam uma rede ao redor do edifício, conduzindo a corrente elétrica do topo até o chão.

Sistema de aterramento: é a parte mais crítica. Consiste em hastes de cobre cravadas profundamente no solo ao redor do prédio. Sua função é dissipar com segurança a imensa carga elétrica do raio na terra.

Ligação equipotencial: todos os grandes componentes metálicos do prédio (vigas de aço, canos, sistemas de ar-condicionado) são conectados ao sistema de para-raios. Isso evita a formação de arcos elétricos perigosos dentro do edifício.

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS): enquanto o sistema externo protege a estrutura, os DPS protegem os eletrônicos. Instalados nas redes de energia e dados, eles desviam picos de tensão causados pelo raio, impedindo que equipamentos sejam queimados.

O papel do arranha-céu como uma Gaiola de Faraday

Além do sistema instalado, a própria estrutura de um arranha-céu moderno ajuda na proteção. O esqueleto de vigas e colunas de aço interligadas funciona como uma “Gaiola de Faraday”, um princípio descoberto por Michael Faraday em 1836.

Uma Gaiola de Faraday é uma malha condutora que blinda seu interior de campos elétricos. Quando o raio atinge o para-raios no topo de um arranha-céu e sua corrente flui pelos condutores, a estrutura de aço do prédio atua como uma segunda camada de defesa, mantendo os ocupantes e os equipamentos no interior seguros e eletricamente neutros.

Quantas vezes o para-raios no topo de um arranha-céu de edifícios famosos é atingido por ano?

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A eficácia desses sistemas é comprovada pelos dados de estruturas icônicas ao redor do mundo. A frequência com que são atingidas demonstra tanto a realidade da ameaça quanto o sucesso da proteção.

  • O Empire State Building, em Nova Iorque, é atingido em média 25 vezes por ano.
  • A Willis Tower, em Chicago, foi atingida 38 vezes apenas em 2023.
  • A Torre Eiffel, em Paris, funciona como um para-raios gigante, sendo atingida cerca de 10 vezes por ano.

Esses números mostram que o sistema de para-raios no topo de um arranha-céu não é apenas uma teoria, mas uma tecnologia essencial e altamente eficaz, que permite que as maiores estruturas do mundo coexistam em segurança com uma das forças mais poderosas da natureza.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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