Com capacidade para 150.000 barris por dia, a FPSO P-71 opera a 2.010 metros de profundidade no campo de Itapu, um marco da engenharia no pré-sal
No cenário global de energia, a FPSO P-71 da Petrobras se destaca como uma das plataformas mais profundas do Brasil. Posicionada a 200 km da costa do Rio de Janeiro, no campo de Itapu, na Bacia de Santos, esta unidade de produção, armazenamento e transferência de petróleo é um marco da engenharia de águas ultraprofundas, operando em um ambiente que já foi apelidado de “o fim do mundo”.
A operação bem-sucedida da P-71, que em 2025 está em plena produção, representa a superação de desafios técnicos extremos e consolida a liderança tecnológica do Brasil na exploração do pré-sal. Ela é a prova de que o que antes era uma fronteira quase inacessível, hoje é uma realidade produtiva e estratégica para o país.
O que é a P-71 e sua missão no pré-sal da Bacia de Santos
A P-71 é uma gigantesca plataforma do tipo FPSO (Floating Production, Storage, and Offloading), um navio autônomo que processa, armazena e escoa o petróleo e gás extraídos do fundo do mar. Com 316 metros de comprimento e 54 metros de largura, ela é a sexta e última unidade de uma série de “plataformas replicantes” da Petrobras.
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Essa estratégia de usar um projeto padronizado permitiu à empresa acelerar a construção e reduzir os custos para explorar as vastas reservas do pré-sal. A missão da P-71 é operar no campo de Itapu, um ativo 100% da Petrobras, fundamental para o plano da companhia de aumentar a produção nacional.
O recorde de 2.010 metros, a engenharia para operar em águas ultraprofundas
A principal credencial da P-71 é sua profundidade operacional. Ela está ancorada em uma lâmina d’água de 2.010 metros, o que a torna uma das plataformas mais profundas do Brasil em atividade. Operar a essa profundidade exige uma engenharia de ponta para suportar a imensa pressão hidrostática — mais de 200 vezes a pressão atmosférica ao nível do mar —, além das baixas temperaturas e dos desafios de perfurar milhares de metros de rocha e sal.
A capacidade de extrair petróleo de forma segura e eficiente nessas condições extremas é resultado de décadas de inovação da Petrobras, que se consolidou como líder mundial em tecnologia para águas profundas e ultraprofundas.
Atingindo 150.000 barris por dia, o desempenho e a produção da plataforma mais profunda do Brasil
A P-71 iniciou sua produção em 21 de dezembro de 2022, antes do previsto no cronograma original. Em menos de um ano, em 13 de novembro de 2023, a plataforma já havia atingido sua capacidade máxima de produção de 150.000 barris de óleo por dia.
Além do óleo, a unidade pode processar até 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e tem capacidade para armazenar 1,6 milhão de barris de óleo. Esse rápido “ramp-up” (aceleração da produção) em uma plataforma tão complexa demonstra a eficiência operacional da Petrobras e seu domínio sobre os desafios do pré-sal.
O sistema que reduz a queima de gás na atmosfera
Essa plataforma também incorpora tecnologias focadas em sustentabilidade. A P-71 é equipada com um Sistema de Recuperação de Gás de Flare (FGRU), que captura o gás gerado durante o processo e o reutiliza, em vez de queimá-lo na atmosfera, transformando o que seria um resíduo poluente em energia para a própria plataforma e aumentando a eficiência geral do projeto.
Essa tecnologia reduz significativamente as emissões de gases de efeito estufa e se alinha à estratégia mais ampla da Petrobras de descarbonização, que inclui a reinjeção de CO₂ nos reservatórios (CCUS) e o desenvolvimento de futuras plataformas “All Electric”, com maior eficiência energética.
O legado da plataforma P-71 em 2025, a consolidação no Brasil
Em 2025, a P-71 está em plena operação, contribuindo de forma significativa para as metas de produção da Petrobras. Ela não é apenas uma conquista isolada, mas a culminação de décadas de investimento em pesquisa e desenvolvimento.
O sucesso desta plataforma simboliza a capacidade do Brasil de transformar seu potencial geológico em realidade econômica. Ao dominar a tecnologia para operar no “fim do mundo”, uma das plataformas mais profundas do Brasil não apenas reforça a segurança energética do país, mas serve como um poderoso símbolo da capacidade tecnológica brasileira, provando que o ‘fim do mundo’ é apenas mais uma fronteira a ser superada pela engenharia nacional.
Petróleo do fim do mundo é sentido dúbio, além de mal gosto, a meu ver…
Orgulho da Engenharia brasileira!!