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A picape da Stellantis que nasceu para enfrentar Strada e Saveiro, mas vendeu menos de 18 mil unidades em quatro anos de mercado e foi descontinuada – Peugeot Hoggar

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 08/09/2025 às 07:08
A picape que nasceu para enfrentar Strada e Saveiro, mas vendeu menos de 18 mil unidades em quatro anos de mercado e foi descontinuada – Peugeot Hoggar
Foto: A picape que nasceu para enfrentar Strada e Saveiro, mas vendeu menos de 18 mil unidades em quatro anos de mercado e foi descontinuada – Peugeot Hoggar
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Peugeot Hoggar fracassou no Brasil: picape da Stellantis lançada para enfrentar Strada e Saveiro vendeu menos de 18 mil unidades em quatro anos e saiu de linha em 2014.

Em 2010, a Peugeot decidiu apostar em um dos segmentos mais competitivos do mercado brasileiro: o das picapes compactas. Até então, modelos como Fiat Strada, Volkswagen Saveiro e Chevrolet Montana dominavam as ruas e lideravam os emplacamentos. A proposta da marca francesa era ousada: criar uma picape derivada do Peugeot 207, que unisse design moderno com versatilidade para o trabalho e lazer. Assim nasceu a Peugeot Hoggar.

Lançada com campanha publicitária forte e a promessa de ser uma alternativa diferenciada às concorrentes nacionais, a Hoggar tinha tudo para se destacar. Mas a realidade do mercado foi implacável: em apenas quatro anos de vendas, o modelo acumulou menos de 18 mil unidades emplacadas. Para comparação, a Fiat Strada vendia esse volume em pouco mais de um mês.

Vendas da picape da Stellantis ficaram muito abaixo das rivais

O desempenho comercial da Hoggar nunca chegou perto das expectativas da Peugeot. O modelo até teve algum impacto inicial, mas rapidamente passou a registrar números pífios.

Entre 2010 e 2014, suas vendas totais não passaram de 18 mil unidades – uma média anual de pouco mais de 4,5 mil veículos.

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No mesmo período, a Strada e a Saveiro consolidavam-se como líderes absolutas, vendendo dezenas de milhares de unidades por ano.

A discrepância era tão grande que a Hoggar nunca ameaçou a hegemonia das concorrentes. Nas concessionárias, consumidores demonstravam pouco interesse pelo modelo, que acabou virando um peso no portfólio da Peugeot.

Por que a Peugeot Hoggar fracassou no Brasil

Diversos fatores explicam o fracasso comercial da Hoggar:

  • Projeto improvisado: a picape era derivada do 207, um carro compacto urbano. Isso gerou críticas quanto à robustez, já que concorrentes eram mais adaptadas para o trabalho pesado.
  • Caçamba limitada: com capacidade inferior à de Strada e Saveiro, a Hoggar não entregava o que o consumidor tradicional de picapes pequenas buscava.
  • Rede de concessionárias: a Peugeot tinha menos penetração em regiões onde as picapes compactas eram mais populares, como interior e áreas rurais.
  • Imagem da marca: a Peugeot era vista como uma montadora de carros urbanos e sofisticados, mas não como fabricante de veículos utilitários. Essa falta de credibilidade afastou compradores.
  • Concorrência consolidada: Strada, Saveiro e Montana já eram referências, com histórico de confiabilidade, bom valor de revenda e ampla aceitação.

Essa combinação de problemas fez a Hoggar ser rejeitada pelo público desde o início.

Descontinuação veio cedo, em 2014

Diante do baixo desempenho e da falta de perspectivas de crescimento, a Peugeot decidiu encerrar a produção da Hoggar em 2014, apenas quatro anos após seu lançamento. A retirada precoce do modelo do mercado foi a admissão de que o projeto não funcionou.

Enquanto a Fiat Strada se consolidava como líder absoluta do segmento – a ponto de hoje ser o veículo mais vendido do Brasil –, a Peugeot abandonava de vez a ideia de disputar espaço entre as picapes pequenas.

Hoggar virou símbolo de fracasso no mercado brasileiro

A trajetória da Hoggar ficou marcada como um dos maiores fracassos da Peugeot no país. Com menos de 18 mil unidades vendidas em todo seu ciclo de vida, o modelo entrou para a lista das picapes menos lembradas do Brasil.

Hoje, encontrar uma Hoggar nas ruas é raro, e no mercado de usados ela é desvalorizada e pouco procurada.

A picape que nasceu para enfrentar Strada e Saveiro, mas vendeu menos de 18 mil unidades em quatro anos de mercado e foi descontinuada – Peugeot Hoggar
Foto: A picape que nasceu para enfrentar Strada e Saveiro, mas vendeu menos de 18 mil unidades em quatro anos de mercado e foi descontinuada – Peugeot Hoggar

Apesar de algumas qualidades, como o design moderno e o conforto herdado do 207, a picape nunca conseguiu entregar robustez e praticidade suficientes para competir com rivais estabelecidas. A imagem que ficou foi a de um carro fora de lugar: bonito, mas sem vocação real para o trabalho.

Lições deixadas pelo fracasso da picape da Stellantis

O caso da picape da Stellantis deixou lições importantes para a indústria automotiva. Ele mostrou que não basta lançar um produto em um segmento promissor – é preciso entender as necessidades do consumidor e oferecer atributos compatíveis.

A Peugeot tentou competir em um nicho dominado por marcas tradicionais, mas não tinha histórico, estrutura ou produto adequado para a disputa.

A experiência reforçou que a marca deveria concentrar seus esforços em carros urbanos, onde tinha maior tradição, e deixou claro que conquistar consumidores de picapes no Brasil exige robustez, confiança e pós-venda eficiente. Sem esses pilares, qualquer lançamento está condenado ao fracasso.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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