Unidade de Industrialização do Xisto em São Mateus do Sul, localizada sobre uma das maiores reservas do mundo, foi repassada pela Petrobras à canadense Questerre e agora é contestada por petroleiros
A Petrobras voltou ao centro de uma polêmica envolvendo a soberania energética brasileira. Em 2022, a estatal vendeu a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul (PR), por apenas US$ 41,6 milhões para a canadense F&M Resources, subsidiária da Forbes & Manhattan. A unidade posteriormente passou ao controle da Questerre, também canadense, e desde então o valor da transação e suas condições vêm sendo questionados judicialmente pelo Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC).
Segundo a reportagem da Isto É Dinheiro, o sindicato alega que a alienação foi feita de forma pouco transparente e levanta dúvidas sobre contratos estratégicos, responsabilidades ambientais e o destino de áreas de mineração vinculadas à planta. A SIX está assentada sobre uma das maiores reservas de xisto do mundo, o que amplia a controvérsia sobre o preço da venda e seus impactos para o país.
Por que a SIX é considerada estratégica
A Petrobras operou a SIX por décadas como centro de pesquisa, produção e industrialização de xisto.
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A unidade gera derivados como GLP, diesel e nafta, além de produzir insumos para o setor químico.
Por estar sobre uma reserva considerada única em escala global, especialistas classificam o ativo como estratégico para a segurança energética nacional.
O xisto é uma rocha sedimentar que, ao ser processada, libera combustíveis fósseis.
Essa tecnologia coloca a SIX como peça-chave para diversificação energética.
A venda por um valor considerado baixo provocou reação de trabalhadores e especialistas, que questionam se o Brasil abriu mão de um recurso de longo prazo em troca de um ganho financeiro imediato.
O que o sindicato quer esclarecer
O Sindipetro PR/SC protocolou pedidos formais de informação à Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia (MME). Entre os pontos levantados, estão:
Investimentos pós-venda: alega-se que a Petrobras continuou aplicando recursos na SIX mesmo após a alienação.
Contratos estratégicos: preocupação com a transferência de compromissos da subsidiária Paraná Xisto S.A. (PX Energy S.A.) para a Questerre.
Áreas de mineração: falta de clareza sobre o destino das terras vinculadas às operações.
Passivos ambientais e trabalhistas: definição sobre quem arcará com eventuais danos ambientais, dívidas ou obrigações tributárias futuras.
O advogado Rodrigo Salgado, que representa os petroleiros, afirma que “o processo já nasceu cercado de controvérsias e precisa de respostas claras à sociedade”.
O impacto para o Brasil e para a região
A venda da SIX não afeta apenas os cofres da Petrobras, mas também a economia de São Mateus do Sul, fortemente dependente da atividade da planta.
Trabalhadores e moradores temem redução de empregos e insegurança ambiental diante da mudança de controle.
Além disso, críticos apontam que a alienação de um ativo estratégico a uma empresa estrangeira abre debates sobre soberania energética.
Em tempos de transição para energias limpas, manter controle sobre reservas fósseis pode representar vantagem geopolítica e econômica — algo que, segundo os petroleiros, o Brasil estaria perdendo com essa operação.
Uma disputa que deve se arrastar
Enquanto sindicatos e entidades jurídicas ampliam o debate, a Petrobras defende a legalidade da transação dentro do processo de desinvestimentos.
No entanto, o valor de US$ 41,6 milhões continua sendo alvo de críticas, já que seria incompatível com a relevância estratégica da SIX.
A disputa promete novos capítulos nos tribunais e no campo político, mantendo acesa a discussão sobre os rumos da política energética nacional e a condução de privatizações em setores considerados estratégicos.
Você acha que a Petrobras fez bem em vender a SIX por esse valor ou o Brasil abriu mão de um recurso estratégico por um preço muito baixo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade de perto.