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A Petrobras vendeu a SIX, localizada sobre uma das maiores reservas de xisto do mundo, por apenas US$ 41,6 milhões, valor agora questionado judicialmente

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 09/09/2025 às 22:13
Sindicato contesta venda da SIX em São Mateus do Sul: Petrobras repassou reserva estratégica de xisto por US$ 41,6 milhões à canadense Questerre em 2022
Sindicato contesta venda da SIX em São Mateus do Sul: Petrobras repassou reserva estratégica de xisto por US$ 41,6 milhões à canadense Questerre em 2022
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Unidade de Industrialização do Xisto em São Mateus do Sul, localizada sobre uma das maiores reservas do mundo, foi repassada pela Petrobras à canadense Questerre e agora é contestada por petroleiros

A Petrobras voltou ao centro de uma polêmica envolvendo a soberania energética brasileira. Em 2022, a estatal vendeu a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul (PR), por apenas US$ 41,6 milhões para a canadense F&M Resources, subsidiária da Forbes & Manhattan. A unidade posteriormente passou ao controle da Questerre, também canadense, e desde então o valor da transação e suas condições vêm sendo questionados judicialmente pelo Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC).

Segundo a reportagem da Isto É Dinheiro, o sindicato alega que a alienação foi feita de forma pouco transparente e levanta dúvidas sobre contratos estratégicos, responsabilidades ambientais e o destino de áreas de mineração vinculadas à planta. A SIX está assentada sobre uma das maiores reservas de xisto do mundo, o que amplia a controvérsia sobre o preço da venda e seus impactos para o país.

Por que a SIX é considerada estratégica

A Petrobras operou a SIX por décadas como centro de pesquisa, produção e industrialização de xisto.

A unidade gera derivados como GLP, diesel e nafta, além de produzir insumos para o setor químico.

Por estar sobre uma reserva considerada única em escala global, especialistas classificam o ativo como estratégico para a segurança energética nacional.

O xisto é uma rocha sedimentar que, ao ser processada, libera combustíveis fósseis.

Essa tecnologia coloca a SIX como peça-chave para diversificação energética.

A venda por um valor considerado baixo provocou reação de trabalhadores e especialistas, que questionam se o Brasil abriu mão de um recurso de longo prazo em troca de um ganho financeiro imediato.

O que o sindicato quer esclarecer

O Sindipetro PR/SC protocolou pedidos formais de informação à Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia (MME). Entre os pontos levantados, estão:

Investimentos pós-venda: alega-se que a Petrobras continuou aplicando recursos na SIX mesmo após a alienação.

Contratos estratégicos: preocupação com a transferência de compromissos da subsidiária Paraná Xisto S.A. (PX Energy S.A.) para a Questerre.

Áreas de mineração: falta de clareza sobre o destino das terras vinculadas às operações.

Passivos ambientais e trabalhistas: definição sobre quem arcará com eventuais danos ambientais, dívidas ou obrigações tributárias futuras.

O advogado Rodrigo Salgado, que representa os petroleiros, afirma que “o processo já nasceu cercado de controvérsias e precisa de respostas claras à sociedade”.

O impacto para o Brasil e para a região

A venda da SIX não afeta apenas os cofres da Petrobras, mas também a economia de São Mateus do Sul, fortemente dependente da atividade da planta.

Trabalhadores e moradores temem redução de empregos e insegurança ambiental diante da mudança de controle.

Além disso, críticos apontam que a alienação de um ativo estratégico a uma empresa estrangeira abre debates sobre soberania energética.

Em tempos de transição para energias limpas, manter controle sobre reservas fósseis pode representar vantagem geopolítica e econômica — algo que, segundo os petroleiros, o Brasil estaria perdendo com essa operação.

Uma disputa que deve se arrastar

Enquanto sindicatos e entidades jurídicas ampliam o debate, a Petrobras defende a legalidade da transação dentro do processo de desinvestimentos.

No entanto, o valor de US$ 41,6 milhões continua sendo alvo de críticas, já que seria incompatível com a relevância estratégica da SIX.

A disputa promete novos capítulos nos tribunais e no campo político, mantendo acesa a discussão sobre os rumos da política energética nacional e a condução de privatizações em setores considerados estratégicos.

Você acha que a Petrobras fez bem em vender a SIX por esse valor ou o Brasil abriu mão de um recurso estratégico por um preço muito baixo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade de perto.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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