Segundo a CNN, a Petrobras já soma participações em quatro blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, consolidando sua presença no Golfo da Guiné ao lado de gigantes como Shell e Galp.
A Petrobras anunciou em 12 de setembro de 2025 a aquisição de 27,5% de participação no bloco 4 de São Tomé e Príncipe, país insular localizado no estratégico Golfo da Guiné. O movimento consolida a presença da estatal brasileira na África e marca uma mudança de postura em relação ao passado recente, quando a empresa priorizava desinvestimentos internacionais.
Segundo a companhia, a operação faz parte da estratégia de diversificação de portfólio e busca posicionar a Petrobras em áreas de alto potencial exploratório, especialmente em águas profundas, onde a estatal acumula experiência técnica reconhecida globalmente.
Quatro blocos em menos de dois anos
A entrada em São Tomé e Príncipe não começou agora. Em fevereiro de 2024, a Petrobras adquiriu 45% de participação nos blocos 10 e 13, além de 25% no bloco 11.
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Com a aquisição mais recente, a estatal passa a ter participações em quatro blocos diferentes em apenas um ano e meio, consolidando sua presença no país africano.
Esse avanço posiciona a empresa em uma região considerada emergente para exploração de petróleo e gás, próxima a grandes produtores como Nigéria, Gabão e Angola.
Para os especialistas, trata-se de uma estratégia de médio e longo prazo, que busca complementar a produção do pré-sal brasileiro e ampliar a influência da Petrobras no cenário global de energia.
Parceria com gigantes globais
O consórcio do bloco 4 tem peso geopolítico relevante. Além da Petrobras, participam a Shell, a portuguesa Galp Energia e a estatal ANP-STP, responsável pela regulação no país.
Essa composição fortalece o projeto ao combinar capital, tecnologia e influência política.
Na prática, isso significa que os riscos de investimento e operação são compartilhados, ao mesmo tempo em que aumenta a capacidade técnica do grupo para desenvolver futuras campanhas exploratórias.
Para a Petrobras, estar lado a lado com petrolíferas globais amplia seu poder de negociação e de aprendizado tecnológico.
Importância estratégica de São Tomé e Príncipe
A escolha de São Tomé e Príncipe não é por acaso. Localizado no Golfo da Guiné, o país está próximo de rotas marítimas vitais e de áreas produtoras que já atraem grandes companhias internacionais.
A região é vista como um dos próximos polos de exploração de hidrocarbonetos da África, com potencial de reservas ainda pouco mapeadas.
Para o Brasil, essa presença pode gerar benefícios diplomáticos e comerciais.
A Petrobras se fortalece como player internacional, enquanto o governo brasileiro amplia sua projeção geopolítica em uma área estratégica para a segurança energética global.
Riscos e desafios do projeto
Apesar das oportunidades, o avanço da Petrobras na África envolve riscos. A região ainda enfrenta instabilidades políticas e regulatórias, além de desafios ambientais relacionados à exploração offshore.
Outro ponto é o alto custo dos investimentos, que exigem campanhas sísmicas, sondagens e infraestrutura complexa.
Por enquanto, a estatal não divulgou cronograma detalhado de perfuração ou início de produção no bloco 4.
Isso indica que a movimentação tem caráter principalmente estratégico e de posicionamento de portfólio, preparando terreno para futuras fases de exploração.
Com a aquisição no bloco 4 e as participações firmadas em 2024, a Petrobras já se consolidou como um dos principais players em São Tomé e Príncipe, atuando em quatro blocos diferentes e lado a lado com gigantes globais do setor.
Esse movimento reforça a mudança de estratégia da estatal, que volta a apostar em expansão internacional para diversificar riscos e ampliar sua relevância geopolítica.
E você, acredita que a presença da Petrobras na África fortalece a posição do Brasil no mercado global de energia? Ou considera arriscada essa diversificação em regiões instáveis? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto o impacto do setor de petróleo e gás.