Prepare-se para uma reviravolta impressionante! Em pleno século XXI, o Brasil, que há quase duas décadas desfruta de autossuficiência em petróleo, pode voltar a ser um importador do combustível em apenas uma década. Tudo isso, segundo a Petrobras, devido à falta de exploração na tão comentada margem equatorial. O motivo? A dificuldade em obter licenças para extrair petróleo da foz do Amazonas, uma área considerada o “novo pré-sal” do país.
Durante uma palestra realizada nesta quinta-feira (24) no Rio de Janeiro, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, trouxe uma preocupação alarmante. Se a produção de petróleo na margem equatorial não avançar, o Brasil poderá voltar a ser um importador de petróleo entre 2034 e 2035. Segundo Sylvia, o tempo para novas descobertas está se esgotando, especialmente porque a produção do pré-sal, que hoje corresponde a 81% da produção nacional, deve começar a declinar nos próximos cinco a seis anos.
A margem equatorial, área que se estende do litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá, representa um vasto potencial para a produção de petróleo na foz do Amazonas. A Petrobras já perfurou 16 poços na região, mas apenas dois contam com autorização ambiental do Ibama, que negou licenças para outros locais estratégicos. Para avançar, a Petrobras pediu uma reconsideração do órgão, ainda sem resposta.
Petrobras: sem extração na foz do Amazonas, país teria que importar petróleo
Sylvia Anjos enfatizou que, caso o Brasil não explore novos reservatórios, como os da margem equatorial, o país estará sujeito a uma queda drástica na produção, comprometendo a independência energética conquistada desde 2006. “Estamos correndo contra o tempo para evitar que voltemos a importar petróleo”, ressaltou.
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A Petrobras está trabalhando intensamente para atender às exigências ambientais do Ibama. Entre as soluções apresentadas estão a criação de centros de acolhimento de animais em caso de derramamento de óleo e a garantia de que a infraestrutura regional, como o Aeroporto de Oiapoque, esteja apta para receber operações de grande porte.
Sylvia também desmentiu rumores sobre a presença de corais na foz do Amazonas, destacando que a área já é alvo de intenso fluxo de navios e não é um “santuário isolado”, como alguns críticos ambientalistas afirmam.
3 meses para perfuração
Caso a licença fosse concedida hoje, a Petrobras estima que levaria pelo menos três meses para preparar a área e iniciar a perfuração. O atraso na obtenção das licenças já trouxe prejuízos operacionais à estatal, que chegou a gastar cerca de US$ 600 mil por dia com sondas de perfuração paradas.
Além dos desafios ambientais, a Petrobras também enfrenta questões econômicas. O custo elevado de plataformas de produção, que podem chegar a US$ 4 bilhões, compromete a viabilidade de novos projetos. No entanto, a Petrobras segue otimista quanto à possibilidade de formar parcerias com grandes petroleiras caso a produção de petróleo na margem equatorial seja confirmada.
Importar petróleo para o Brasil coloca em xeque sua autossuficiência
Enquanto o mundo discute a transição energética, a Petrobras busca equilibrar a exploração de novas fronteiras com a redução de emissões de carbono. A diretora Sylvia Anjos destacou que o petróleo brasileiro, especialmente o do pré-sal, já é um dos menos poluentes do mundo, com emissões de CO₂ bem abaixo da média global.
Ainda assim, o tempo é o maior adversário. Se não houver avanços na exploração da foz do Amazonas, o Brasil pode ver seu cenário energético mudar drasticamente nos próximos anos, colocando em xeque sua autossuficiência.
A Petrobras segue confiante de que cumprirá todas as exigências ambientais para garantir a licença, mas o relógio não para de correr. O futuro da produção de petróleo na margem equatorial será decisivo para o país nas próximas décadas.