Brasil terá “imposto invisível” em 2026: Meta repassa 13% de tributos para anúncios no Facebook e Instagram, encarecendo produtos e serviços no país
A Meta, dona do Facebook e do Instagram, confirmou que a partir de 1º de janeiro de 2026 os anúncios nessas plataformas ficarão cerca de 13% mais caros no Brasil. A medida foi detalhada em nota oficial da empresa e repercutida pelo jornalista José Carlos Aragão, destacando que esse custo extra não ficará restrito aos anunciantes, mas será repassado ao bolso do consumidor.
Até 2025, impostos como PIS/Cofins (9,25%) e ISS (2,9%) eram absorvidos pela Meta e não apareciam diretamente na fatura dos anunciantes.
Com a mudança, esses valores passam a ser incorporados ao preço da publicidade digital.
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Na prática, significa que pequenos negócios, restaurantes, e-commerces e prestadores de serviço terão aumento de custo e, inevitavelmente, repassarão esse impacto para os preços de produtos e serviços do dia a dia.
Como funciona o aumento no custo da publicidade
De acordo com o cálculo divulgado, quem investir R$ 1.000 em anúncios terá apenas R$ 878,50 efetivamente aplicados nas campanhas, já que R$ 121,50 serão consumidos por tributos.
Isso reduz a eficiência das estratégias de marketing digital, obrigando o empreendedor a duas escolhas: investir mais dinheiro para manter os mesmos resultados ou reajustar os preços finais para compensar a perda.
Esse aumento acontece em meio à implementação da Reforma Tributária, que entra em vigor em 2026.
O Brasil adotará o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), formado por dois tributos: o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, federal) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços, estadual e municipal).
Embora as alíquotas iniciais sejam apenas simbólicas (0,9% para o CBS e 0,1% para o IBS), a Meta aproveitou a transição para rever sua política de preços no país.
O contexto jurídico e regulatório por trás da decisão
A medida também está ligada ao cenário de insegurança regulatória no Brasil.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que as plataformas digitais podem ser responsabilizadas pelo conteúdo publicado pelos usuários, e a AGU (Advocacia-Geral da União) já abriu ações milionárias contra a Meta.
Paralelamente, o governo federal discute um projeto de lei para regular as redes sociais, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que aumenta os riscos jurídicos para as big techs.
Segundo Aragão, essa combinação de fatores levou a Meta a adotar uma postura de contingência, transferindo os custos para os anunciantes brasileiros.
Um imposto invisível que atinge o consumidor final
O efeito prático não será sentido apenas pelos empreendedores digitais.
Esse novo custo representa um verdadeiro “imposto invisível”, que recairá sobre toda a economia.
O pãozinho da padaria, a camiseta do e-commerce, o almoço do domingo e até cursos online podem ficar mais caros, já que os lojistas e prestadores de serviço precisarão repassar as perdas para manter a rentabilidade.
Além disso, especialistas alertam que se Google e TikTok seguirem a mesma estratégia, o Brasil pode se tornar um dos países mais caros do mundo para anunciar na internet, o que enfraqueceria a competitividade das empresas nacionais em relação ao mercado global.
E você, acha que esse “imposto invisível” da publicidade digital vai pesar no seu bolso? Considera que Google e TikTok também seguirão a decisão da Meta? Deixe sua opinião nos comentários — sua experiência é fundamental para entender como essa mudança impactará o consumo no Brasil.