Conheça a Estrada de Ferro Carajás (EFC), uma das maiores ferrovias do mundo em volume de carga, que oferece uma experiência única de grande viagem de trem no Brasil por quase 900 km, ligando o Pará ao Maranhão.
No coração do Norte do Brasil, uma artéria de aço corta a paisagem, transportando riquezas minerais e a vida de milhares de pessoas. Esta é a Estrada de Ferro Carajás (EFC), uma grande viagem de trem no Brasil que oferece uma das poucas e mais impressionantes jornadas sobre trilhos para passageiros no país.
Esta não é uma viagem para quem tem pressa. É uma imersão de aproximadamente 16 horas pela diversidade cultural e natural do Brasil profundo. Este artigo explora a história, a operação e a experiência única a bordo do trem de passageiros da Estrada de Ferro Carajás.
O que é a Estrada de Ferro Carajás?
A Estrada de Ferro Carajás (EFC) tem uma dupla identidade. É uma potência industrial, a espinha dorsal para o escoamento de milhões de toneladas de minério de ferro. Ao mesmo tempo, é um elo de transporte vital para as populações locais. O trajeto de 892 quilômetros liga Parauapebas, no Pará, a São Luís, no Maranhão, atravessando 27 municípios.
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Os números da EFC são impressionantes. Em 2024, transportou 176,47 milhões de toneladas de minério de ferro. No mesmo ano, um recorde de 423 mil passageiros utilizaram o serviço. Operada pela Vale, a ferrovia tem capacidade para transportar, em média, 1.300 pessoas por viagem.
História e evolução
A história da EFC começou nos anos 1970. O Projeto Ferro Carajás foi concebido para escoar a vasta riqueza mineral da província de Carajás, no Pará. A construção dos trilhos começou em agosto de 1982, sob o comando da então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje Vale.
A ferrovia foi oficialmente inaugurada em 28 de fevereiro de 1985, iniciando o transporte de minérios. O serviço de transporte de passageiros começou um ano depois, em março de 1986. Embora o foco primário fosse industrial, a ferrovia rapidamente se tornou indispensável para as comunidades que cresciam ao longo de seu traçado.
Como é a grande viagem de trem no Brasil pela EFC?
Realizar a grande viagem de trem no Brasil pela EFC é uma imersão cultural. A jornada de 16 horas atravessa paisagens que se transformam a cada quilômetro. O trem conecta cidades importantes como Santa Inês e Açailândia, no Maranhão, e Marabá, no Pará.
O conforto é uma prioridade a bordo. Todos os vagões são equipados com ar-condicionado. Há um vagão-restaurante e um vagão-lanchonete para as refeições. A acessibilidade também é um destaque, com rampas e dispositivos para passageiros com necessidades especiais. A viagem é uma oportunidade de interagir com uma mistura de turistas e moradores locais.
A importância socioeconômica e a eficiência da EFC
Especialistas em logística e transporte analisam a EFC como um caso de sucesso. Ela é classificada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) como a ferrovia mais segura do Brasil. Sua eficiência no transporte de cargas, especialmente minério de ferro, é referência mundial, em parte devido ao terreno relativamente plano de seu traçado.
Seu papel socioeconômico é inegável. A EFC funciona como um “corredor social”, conectando 27 municípios e apoiando cerca de 100 comunidades vizinhas com programas de educação e saúde desenvolvidos pela Vale. Em comparação com a outra grande linha de passageiros da Vale, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), a EFC é ainda mais crítica para a mobilidade de longa distância em sua região, onde as alternativas podem ser mais escassas.
Planejando sua jornada na Estrada de Ferro Carajás
Planejar esta grande viagem de trem no Brasil requer atenção. O trem não opera diariamente em ambos os sentidos. As partidas de São Luís (MA) ocorrem às segundas, quintas e sábados. De Parauapebas (PA), as saídas são às terças, sextas e domingos.
Recomenda-se comprar as passagens com pelo menos 45 dias de antecedência, devido à alta demanda. As compras podem ser feitas nas bilheterias das estações ou no site oficial da Vale. É prudente levar entretenimento, um agasalho leve e verificar a política de bagagem. O futuro da EFC é promissor: há um plano para que o serviço de passageiros se torne diário a partir de 2027.
Vi alguns vídeos desse trem. Em todos ocorreu atraso de mais de 2 horas.
Tem hora para sair, mas chega no destino quando der. Parece que o serviço é algo entre amador e precário.
Lembrando que é um serviço imposto por contrato na concessão de Carajás à Cia Vale do Rio Doce.
Eu fiz várias viagens nesse trem saindo de São Luis em direção a Marabá ou Parauapebas, mas nessa época os vagões eram sucateados e muito desconfortável, os bancos uma lástima, também não havia ar condicionado. Essa realidade da reportagem acima eu não conheço.
Cresci dentro desse trem. Do antigo, na verdade. De 1998 a 2009, minha família fez essa viagem todo mês de julho ou dezembro. Moramos em Parauapebas e íamos visitar parentes no Maranhão. Tenho lembranças boas demais dessa viagem, principalmente do trem antigo, que tinha algumas janelas abertas. O plano é levar os filhos no ano que vem pra conhecer o trem e a terra natal. Matéria muito boa.