Conheça a trail da Yamaha que trocou potência por tecnologia e briga pelo posto de mais confortável da categoria, mas esbarra em um assento duro e um motor mais fraco
A nova Yamaha XTZ 150 Crosser Z chegou ao mercado no modelo 2025 com uma proposta clara: ser a motocicleta trail de baixa cilindrada mais confortável e tecnológica do Brasil. Com um visual que lhe rendeu o apelido de “mini-Ténéré”, ela aposta em diferenciais como a suspensão traseira com link, freio ABS de série e um moderno farol de LED com projetor. É uma moto para quem busca uma experiência premium no dia a dia.
Contudo, essa aposta veio acompanhada de um sacrifício significativo. Para se adequar às novas leis de emissões de poluentes, o motor de 149cc ficou menos potente. Isso cria um dilema para o consumidor: vale a pena abrir mão do desempenho em troca de mais conforto e recursos? A resposta define se a Crosser é a moto certa para você ou se a sua principal concorrente, a Honda Bros, é uma opção melhor.
Menos potência por mais dinheiro, o impacto do PROMOT M5
A principal mudança na Crosser 2025 foi uma consequência direta do programa PROMOT M5, que impôs limites mais rígidos de emissão de poluentes. Para se adequar, a Yamaha recalibrou o motor e instalou um novo escape. O resultado foi uma redução de potência de 12,4 cv para 11,7 cv (com etanol). Essa perda foi sentida pelos proprietários, que descrevem a moto como “ainda mais lenta”.
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Apesar de entregar menos desempenho, a motocicleta ficou mais cara. O Preço Público Sugerido (PPS) oficial para a Crosser Z 2025 foi de R$ 21.490 no lançamento, sem contar frete e seguro, um aumento de R$ 500 em relação ao modelo anterior. A combinação de menos potência e preço maior gerou frustração entre alguns compradores, que se viram pagando mais por uma moto objetivamente menos performática.
A grande aposta da Yamaha
Se o motor é seu ponto fraco, a nova Yamaha Crosser aposta forte em outros quesitos para se destacar. O principal deles é a suspensão traseira do tipo Monocross com link. Esse sistema, herdado de motos maiores, permite que o amortecedor trabalhe de forma progressiva, absorvendo melhor as irregularidades do asfalto. Na prática, isso se traduz em um conforto muito superior ao sistema da rival Bros, sendo um fator decisivo para quem roda em ruas esburacadas.
No quesito segurança, a Crosser também sai na frente ao oferecer freio ABS na roda dianteira como item de série. Outros recursos reforçam a sensação de produto premium:
Farol de LED com projetor, que garante uma iluminação mais focada.
Painel 100% digital com fundo escuro, completo e com indicador de marchas.
Tomada 12V de fábrica, para carregar celular ou GPS.
A nova Yamaha contra a Honda Bros, uma batalha de opostos
A escolha entre a Crosser e a Honda NXR 160 Bros é uma decisão entre atributos opostos. A principal vantagem da Bros está na força do motor. Com 14,3 cv, ela entrega 22% mais potência, o que faz uma enorme diferença na estrada, em ultrapassagens ou ao levar um passageiro.
A Crosser, por sua vez, responde com um pacote tecnológico superior. A suspensão com link, o freio ABS de série, o painel mais completo e o farol com projetor são itens que a Bros não oferece em sua versão de entrada. A disputa se resume ao que o piloto mais valoriza: a potência da Honda ou a tecnologia e o conforto de suspensão da Yamaha.
Para quem a Crosser Z 2025 é a moto ideal?
A nova Yamaha Crosser Z 2025 é uma excelente motocicleta, desde que você se encaixe no perfil certo de piloto. Ela é a escolha perfeita para o “guerreiro urbano”: o motociclista que usa a moto principalmente na cidade, enfrenta asfalto de má qualidade e valoriza o conforto da suspensão, a segurança do ABS e os recursos modernos acima da velocidade final.
Para quem pretende viajar com frequência ou precisa de mais fôlego na estrada, a Crosser vai parecer fraca e o desempenho limitado será um problema. Nesses casos, a Honda Bros é uma opção mais versátil.
E sobre ser a mais confortável? A Crosser Z 2025 tem, sem dúvida, a melhor suspensão da categoria. No entanto, o título de moto mais confortável é comprometido pelo assento, considerado duro por quase todos os proprietários. Portanto, ela é a rainha do conforto em suspensão, mas para reinar de forma absoluta, o piloto provavelmente precisará investir em um novo banco.